quarta-feira, 12 de setembro de 2012

PORTUGAL REVOLTADO AGUARDA GRANDE RECUO OU DEMISSÃO DO GOVERNO

 


Ferreira Leite: País está a caminho de ficar «destroçado»
 
 
A antiga ministra das Finanças diz que está provado que a receita não funciona e alerta que, se não houver correção do acordo com a 'troika', o país vai chegar ao fim «destroçado».
 
Ministra da Agricultura alvo de tentativa de agressão
 
Publicado hoje às 22:18
 
Assunção Cristas foi alvo de uma tentativa de agressão em Santarém, quando um indivíduo arremessou um ovo na sua direção enquanto discursava
 
O homem, entretanto identificado pela Polícia de Segurança Pública, entrou de rompante na sala do Teatro Sá da Bandeira, onde decorria a sessão, gritando «aldrabões» ao mesmo tempo que arremessou um ovo que passou de raspão junto à cabeça da ministra, sem contudo a atingir.
 
«Nos dias que correm, temos que estar preparados para tudo e o nosso papel é, compreendendo a dificuldade das pessoas, manter aquilo que é nossa preocupação central, neste caso mostrar que na agricultura temos um setor vivo», disse Assunção Cristas no final da sessão de apresentação do Prémio Agricultura 2012 -- Escolha Portugal, quando instada a comentar o incidente.
 
No momento da tentativa de agressão a ministras manteve a serenidade e prosseguiu o discurso que fazia na primeira de uma série de conferências promovidas pelos jornais Correio da Manhã e Negócios, em parceria com um conjunto de entidades.
 
Para Assunção Cristas, é essencial «mostrar que a agricultura é um setor vivo, dinâmico, de braços abertos para que os jovens apareçam e crescentemente comecem a afirma-se».
 
«Isso é importante, ajuda-nos a sair da crise, ajuda a criar postos de trabalho, ajuda que a nossa economia fique melhor», afirmou.
 
Austeridade: Soares «absolutamente indignado» (com vídeo)
 
Publicado hoje às 19:35
 
O ex-Presidente da República afirmou estar «absolutamente indignado» face às novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo.
 
«Estou absolutamente indignado. Se não tivesse de ir para o Algarve, que tenho lá obrigações, iria no dia 15 com certeza à manifestação», disse o ex-governante em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de doutoramento "honoris causa» do antigo presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, em Lisboa.
 
Questionado se o PS deve votar contra o Orçamento de Estado de 2013, o líder histórico socialista disse que não existe alternativa para o partido a não ser «votar contra».
 
«Acho que não tem alternativa a não ser votar contra. Acho que tem de votar contra mesmo», declarou.
 
Mário Soares reafirmou estar indignado pelo estado em que o país se encontra, considerando que o executivo de Passos Coelho «está a liquidar todo o sistema que vem desde o 25 de Abril».
 
«Cada vez as pessoas estão a sofrer mais (...), estamos a destruir tudo o que é social», disse.
 
O ex-Presidente considerou ainda que o país pode estar perante uma crise política.
 
«É possível que este Governo não se aguente. Este Governo está a governar muito mal», afirmou, adiantando esperar que «esta legislatura não vá até ao final».
 
«Seria um desastre para todos se fosse até ao fim», disse ainda.
 
CGTP convoca manifestação para 29 de setembro
 
Publicado hoje às 18:31
 
O Conselho Nacional da CGTP marcou uma Grande Jornada de Luta Nacional para o dia 29 de setembro, em Lisboa, em resposta às novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo.
 
«As novas medidas são um brutal ataque às condições de vida dos trabalhadores», salientou hoje em conferência de imprensa o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
 
O líder sindical apelidou as medidas anunciadas pelo Governo como «propostas miseráveis» e, apontando para a revisão da legislação laboral, Arménio Carlos acusa de estar em curso «um verdadeiro retrocesso» nos direitos dos trabalhadores.
 
«Está em marcha uma colonização forçada do país», considerou, defendendo que «os trabalhadores têm que sair para a rua».
 
Sob o lema "Todos a Lisboa, Todos ao Terreiro do Paço", Arménio Carlos quer que a manifestação de 29 de setembro «encha o Terreiro do Paço como nunca aconteceu até aqui».
 
Questionado sobre a marcação de uma greve geral, o responsável disse que a CGTP pretende, primeiro, concretizar a manifestação que represente «a expressão pública do descontentamento popular», seguindo-se, no dia 1 de outubro, um encontro de âmbito nacional com os representantes dos trabalhadores «para decidir o que há a fazer».
 
Ainda assim, admitiu que a convocação de uma greve geral «é uma hipótese a ser desenvolvida», sublinhando que «a luta futura será tanto maior, quanto maior for a adesão à manifestação».
 
Já sobre a posição hoje assumida pela UGT, que admitiu participar numa greve geral em protesto contra as medidas de austeridade avançadas nos últimos dias pelo Executivo, Arménio Carlos frisou que «é necessário haver união para demonstrar a uma só voz que é preciso acabar com esta política e com este Governo».
 
ONU: Portugal e Grécia «no meio de depressão», Europa a cair em recessão
 
Publicado hoje às 22:44
 
Portugal e Grécia estão «no meio da depressão» económica, enquanto na Europa o abrandamento ou recessão se torna regra geral, afirma a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
 
Intitulado "Políticas para o Crescimento Inclusivo e Equilibrado", o relatório da UNCTAD hoje divulgado refere que este ano quase todos os países europeus vão registar desaceleração de crescimento (França, Alemanha, Suécia), ou cair em recessão (Hungria, Itália, Holanda, Espanha e Reino Unido).
 
«Entretanto, Portugal e Grécia estão já no meio de uma depressão económica», refere o relatório, que cita apenas Noruega e Islândia como exceções na Europa, registando uma aceleração das suas economias.
 
Com outras opções limitadas, nomeadamente a nível de políticas monetárias, o foco das autoridades para estimular o crescimento e a competitividade são as reformas estruturais, incluindo redução de proteção laboral, cortes a nível da administração pública e prestações sociais, ou liberalização dos setores de energia e retalho.
 
Ao nível das privatizações, Portugal está entre os países citados pela UNCTAD como mais ativos, juntamente com Grécia, Irlanda e Europa Central e de Leste.
 
O relatório foca-se também sobre a questão da igualdade de rendimentos e apresenta Portugal como um dos países europeus em que, desde o início da década de 1980, os rendimentos do um por cento de contribuintes mais ricos registaram maior aumento, a par de Finlândia, Irlanda, Itália e Noruega.
 
O documento, apresentado em Genebra, Suíça, adverte que o crescimento está a desacelerar em todas as regiões do mundo, paralisado, em parte, pelas medidas de austeridade que estão a prejudicar a procura nos mercados dos principais países desenvolvidos, reduzindo assim as perspetivas de exportação dos países em desenvolvimento.
 
Sustenta que a austeridade fiscal e a diminuição salarial não produziram os resultados esperados e estão a enfraquecer ainda mais o crescimento nos países desenvolvidos.
 
Um número de países em desenvolvimento está a realizar políticas que apoiam a procura doméstica - indica -, mas estas não serão suficientes se o crescimento não atingir as grandes economias avançadas.
 
O crescimento global caiu de 4,1 por cento em 2010 para 2,7 por cento em 2011 e vai continuar a abrandar para 2,3 por cento este ano.
 
O relatório avança uma queda nos países desenvolvidos para um crescimento de apenas um por cento este ano - uma combinação de uma recessão renovada na União Europeia com o crescimento de cerca de dois por cento nos Estados Unidos e Japão.
 
A expansão económica nas economias em desenvolvimento e em transição deverá ser mais forte ao longo de 2012 - cinco e quatro por cento, respetivamente -, mas também abaixo de anos anteriores.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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