quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Brasil: DOCE PRAZER DE NEGAR TETO A COMPATRIOTAS, MENSALÃO SERÁ ADIADO

 


Sem-teto fazem manifestação em frente ao Ministério das Cidades
 
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
 
Brasília – Um grupo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) está reunido desde o começo desta manhã a área em frente ao Ministério das Cidades, na Esplanada dos Ministérios. Segurando bandeiras e vestidos com camisas da organização, os trabalhadores reivindicam garantias para o recebimento de moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida, e também medidas para assegurar que um grupo de Brasília tenha uma área para morar.
 
O comando do MTST informou à Agência Brasil que no local há 240 famílias. Seguranças do Ministério das Cidades, no entanto, não calcularam o número preciso de manifestantes. Não houve tumulto nem confusão. Os trabalhadores aguardam uma resposta da assessoria do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.
 
Representantes do MTST conversaram com César Ramos, representante do Ministério das Cidades. Ele recebeu a pauta de reivindicações, que inclui queixas sobre o aumento da parcela para o financiamento do Minha Casa, Minha Vida, dificultando a situação para muitos trabalhadores, segundo eles.
 
Há, ainda, um item que se refere aos moradores da antiga invasão de Novo Pinheirinho, em Ceilândia, nos arredores de Brasília. Os moradores de Novo Pinheirinho, em Ceilândia, foram retirados do local há cerca de seis meses pelo governo do Distrito Federal. Um acordo permitiu que os moradores passassem a receber R$ 448 mensais para se organizarem. Mas o repasse acabou no mês passado e o grupo diz que está em dificuldades.
 
O líder do MTST na ocupação, Edson da Silva, disse à Agência Brasil que houve sinalização de assessores do Ministério das Cidades de que em dez dias será apresentada uma resposta aos apelos do movimento. Silva disse que o grupo continuará em frente ao prédio principal do ministério até que alguma autoridade dê garantias de que as reivindicações serão atendidas.
 
Edição: Juliana Andrade
 
Etapa complexa pode adiar fim do mensalão para meados de novembro
 
Débora Zampier - Repórter da Agência Brasil, com foto
 
Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) começou ontem (23) a fixar as penas da Ação Penal 470, o processo do mensalão. Logo no primeiro dia, os ministros usaram linguagem mais técnica e tiveram momentos de desentendimento. O início da chamada dosimetria da pena indicou que o debate deve se prolongar até meados de novembro e não mais até esta quinta-feira (25), conforme previsão mais recente.
 
Os ministros levaram metade da sessão para analisar, parcialmente, três dos cinco crimes cometidos por Marcos Valério. Além do publicitário, a Corte ainda terá que definir a pena de 24 réus condenados na ação penal, a maioria por mais de um crime.
 
Um dos fatores que comprometem o andamento mais ágil do processo - além de sua enorme proporção - é a falta de prática e de estrutura da Suprema Corte para julgar todas as fases de uma ação penal. O papel essencial do STF é de Corte constitucional, e, secundariamente, de última instância de apelação. A atuação do Supremo desde a fase de inquérito até a fixação da pena só ocorre para os réus que têm foro privilegiado, como parlamentares, por exemplo.
 
As penas nem haviam começado a ser definidas na sessão de ontem quando apareceu a primeira divergência, relativa ao formato de apresentação. O relator Joaquim Barbosa queria que cada ministro apresentasse a pena por bloco de núcleos temáticos (publicitário ou político, por exemplo), enquanto os colegas pediram o fatiamento réu por réu.
 
Defendida pelo presidente Carlos Ayres Britto, a segunda versão acabou prevalecendo, o que, para Barbosa, tornará o julgamento muito mais longo. “No início, é um pouco embaraçado, mas depois desembaraça”, argumentou Britto. E completou: “A pressa não pode comprometer a segurança jurídica”.
 
Durante o julgamento, Barbosa precisou rever seus votos pelo menos duas vezes. Ao fixar pena para Marcos Valério pelo crime de formação de quadrilha, o ministro aplicou também multa. Os colegas lembraram que o Código Penal não prevê multa nesse tipo de crime, levando o relator a excluir a segunda punição, que totalizaria 291 dias-multa.
 
Em outra etapa, o ministro admitiu ter esquecido que, no crime de corrupção ativa, a lei prevê aumento de um terço da pena se o corrompido efetivamente violou seu dever funcional. Mais uma vez, o relator admitiu rever seu voto, inclusive agravando a pena que já havia aplicado a Valério em outro caso de corrupção, analisado minutos antes.
 
O ministro também propôs, de improviso, a fixação de indenização para os réus que desviaram dinheiro dos cofres públicos. Foi dissuadido pelos colegas, que lembraram que em vários casos a Corte não definiu os valores exatos dos desvios. O relator prometeu revisitar a questão ao final de seu voto.
 
Barbosa viaja para a Alemanha no próximo fim de semana para tratamento médico e só retorna a partir do dia 5 de novembro. Ele esperava a conclusão do julgamento até amanhã, caso a fixação de penas ocorresse por blocos.
 
Edição: Graça Adjuto
 
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*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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