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Um relatório sobre
“o genocídio do povo waimiri-atroari” foi entregue pelo Comitê da Verdade,
Memória e Justiça do Amazonas ao Ministério Público Federal no estado. O relato
aponta o desaparecimento de mais de 2 mil integrantes dessa etnia.
De acordo com
informações do portal Amazonia.org, os dados serão acrescentados aos existentes
no inquérito civil público instaurado, em setembro deste ano. Esse inquérito
visa apurar a responsabilidade do Estado brasileiro pelas violações dos
direitos do povo indígena waimiri-atroari durante a construção da Rodovia
BR-174, que liga Manaus a Boa Vista.
O relatório
estabelece a relação da construção da BR-174 com o massacre dos indígenas. Na
ocasião, aldeias inteiras da etnia foram dizimadas por expedições militares ou
por matadores profissionais. Os waimiri atroari eram considerados empecilhos à
livre exploração das riquezas naturais existentes nas terras que ocupavam.
Duas equipes que
atuaram na tentativa de atrair os waimiri atroari foram mortas. Uma, em 1968,
liderada pelo padre e antropólogo Giovane Calleri, que tinha a missão de
consumar o contato com os indígenas em três meses. A outra equipe, da Fundação
Nacional do Índio (Funai), era chefiada pelo indigenista Gilberto Pinto
Figueiredo, que tinha o intuito de promover um contato baseado no respeito à
cultura indígena.
Uma cópia do
documento também foi entregue ao assessor da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, Gilney Viana, que representou a Comissão Nacional
da Verdade. Ele classificou o relatório de “simbólico e paradigmático”.
Além disso, disse que este é o primeiro relato focado na questão indígena.
O procurador
regional dos Direitos do Cidadão, Felipe de Barros Carvalho Pinto, reafirmou o
compromisso do Ministério Público em acompanhar a atuação da Comissão. Ele
ainda disse esperar que surjam "ações concretas no sentido de esclarecer a
sociedade" e "responsabilizar aqueles que devam ser
responsabilizados". (pulsar)
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