Liberal (cv)
Cristina Duarte diz
que a dívida pública consome 90 por cento do PIB, mas “esqueceu-se” das
obrigações recentemente lançadas pelos TACV, a Electra, a ASA e a ENAPOR. É
que, segundo vários observadores, a dívida, já “come” mais de 100 por cento do
Produto Interno Bruto. E a despesa pública tem um aumento previsto de 23 pontos
percentuais.
Praia, 20 de
Outubro 2012 – A despesa pública prevista para 2013 situa-se nos 60, 4 milhões
de contos, segundo consta da proposta de Orçamento do Estado entregue na última
sexta-feira por Cristina Duarte ao Presidente da Assembleia Nacional,
assinalando um aumento de 23 por cento comparativamente ao ano em curso.
Um orçamento que,
segundo a ministra das Finanças e do Planeamento, é “prudente e ambicioso”,
pretendendo dar continuidade ao programa de investimentos públicos que orça um
valor global de 25,9 milhões de contos.
DEPENDÊNCIA EXTERNA
AUMENTA
Já a receita
prevista, que a confirmar-se registará um aumento de 23,4 pontos percentuais em
relação em 2012, irá situar-se à volta dos 47,3 milhões de contos, colocando o
défice público na ordem de 7,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB),
obrigando o Governo a recorrer recursos externos, aumentando a dependência do
país e elevando a dívida para calores que, num futuro próximo, colocarão sérios
problemas de liquidez ao Estado cabo-verdiano.
"Vamos
conseguir financiar o défice público com recursos externos concessionais a
muito baixo custo, com uma taxa de juro de 1,8 por cento e por um período de
graça médio de 7 anos e 25 anos de amortização médio", diz Cristina Duarte
que, pesem embora as críticas de generalizados sectores da economia, continua a
apostar no endividamento externo como forma de contrariar os efeitos de
políticas de costas voltadas para o tecido empresarial nacional, e colocando a
responsabilidade do pagamento das dívidas a futuros governos.
Segundo a posição
do Governo, a dívida pública, interna e externa, consome 90 por cento do PIB,
porém outras vozes consideram que estes valores se situam já a nível dos 100
por cento, até por razão das obrigações recentemente lançadas – e avalizadas
pelo Governo – pelos TACV, a Electra, a ASA e a ENAPOR, que parecem não ter
entrado na contabilidade de Cristina Duarte.
E também não parece
haver ninguém de boa-fé que preveja um aumento das receitas para 2013, quando a
economia real sente no dia-a-dia precisamente o contrário: uma queda acelerada
das receitas.
Fonte: Inforpress
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