domingo, 21 de outubro de 2012

Cabo Verde: DÍVIDA PÚBLICA COME MAIS DE 100 POR CENTO DO PIB

 

Liberal (cv)
 
Cristina Duarte diz que a dívida pública consome 90 por cento do PIB, mas “esqueceu-se” das obrigações recentemente lançadas pelos TACV, a Electra, a ASA e a ENAPOR. É que, segundo vários observadores, a dívida, já “come” mais de 100 por cento do Produto Interno Bruto. E a despesa pública tem um aumento previsto de 23 pontos percentuais.
 
Praia, 20 de Outubro 2012 – A despesa pública prevista para 2013 situa-se nos 60, 4 milhões de contos, segundo consta da proposta de Orçamento do Estado entregue na última sexta-feira por Cristina Duarte ao Presidente da Assembleia Nacional, assinalando um aumento de 23 por cento comparativamente ao ano em curso.
 
Um orçamento que, segundo a ministra das Finanças e do Planeamento, é “prudente e ambicioso”, pretendendo dar continuidade ao programa de investimentos públicos que orça um valor global de 25,9 milhões de contos.
 
DEPENDÊNCIA EXTERNA AUMENTA
 
Já a receita prevista, que a confirmar-se registará um aumento de 23,4 pontos percentuais em relação em 2012, irá situar-se à volta dos 47,3 milhões de contos, colocando o défice público na ordem de 7,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), obrigando o Governo a recorrer recursos externos, aumentando a dependência do país e elevando a dívida para calores que, num futuro próximo, colocarão sérios problemas de liquidez ao Estado cabo-verdiano.
 
"Vamos conseguir financiar o défice público com recursos externos concessionais a muito baixo custo, com uma taxa de juro de 1,8 por cento e por um período de graça médio de 7 anos e 25 anos de amortização médio", diz Cristina Duarte que, pesem embora as críticas de generalizados sectores da economia, continua a apostar no endividamento externo como forma de contrariar os efeitos de políticas de costas voltadas para o tecido empresarial nacional, e colocando a responsabilidade do pagamento das dívidas a futuros governos.
 
Segundo a posição do Governo, a dívida pública, interna e externa, consome 90 por cento do PIB, porém outras vozes consideram que estes valores se situam já a nível dos 100 por cento, até por razão das obrigações recentemente lançadas – e avalizadas pelo Governo – pelos TACV, a Electra, a ASA e a ENAPOR, que parecem não ter entrado na contabilidade de Cristina Duarte.
 
E também não parece haver ninguém de boa-fé que preveja um aumento das receitas para 2013, quando a economia real sente no dia-a-dia precisamente o contrário: uma queda acelerada das receitas.
 
Fonte: Inforpress
 

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