terça-feira, 23 de outubro de 2012

Cabo Verde: MAIS DESPESAS QUE RECEITAS, BCV REVELA FINANÇAS DETERIORADAS

 


Proposta de OE em Cabo Verde prevê despesa de 548 ME e receitas de 429 ME
 
22 de Outubro de 2012, 14:32
 
Cidade da Praia, 22 out (Lusa) - O Orçamento do Estado (OE) para 2013 em Cabo Verde prevê despesas de 60,4 milhões de contos (548 milhões de euros) e receitas de 47,3 milhões de contos (429 milhões de euros), estando assegurada a cobertura do défice.
 
Segundo a proposta de OE para o próximo ano, disponível no "site" oficial do Governo cabo-verdiano, os ministérios das Finanças, Educação, Saúde, Administração Interna e Justiça são os setores com maior peso num orçamento que, em relação a 2012, aumenta 5,7 por cento.
 
O OE, que será discutido no parlamento cabo-verdiano na sessão de novembro, foi considerado "prudente e ambicioso" pela ministra das Finanças de Cabo Verde, Cristina Lima, e dá continuidade à execução do programa de investimentos públicos no valor de 25,9 milhões de contos (234 milhões de euros), 14,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
 
Segundo se lê na proposta, o OE de Cabo Verde aponta para um défice em torno de 7,4 por cento do PIB.
 
A dívida total está programada para 90 por cento do PIB, com a dívida externa a representar 70 por cento do total e a interna os restantes 20 por cento.
 
O Governo cabo-verdiano prevê conseguir financiar o défice público com recursos externos "a muito baixo custo", com uma taxa de juro de 1,8 por cento e por um período de graça médio entre sete e 25 anos.
 
Considerando que o documento, entregue na semana passada ao parlamento, "não é de natureza expansionista" e que "garante a execução do programa de investimentos", o Governo prevê uma taxa de inflação para 2013 de entre 2,5 por cento e 3,5 por cento.
 
A taxa de crescimento económico, segundo as previsões governamentais, deverá atingir os cinco por cento.
 
JSD //JMR.
 
Riscos macroeconómicos para estabilidade financeira em Cabo Verde dão sinais de "deterioração" -- BCV
 
22 de Outubro de 2012, 16:38
 
Cidade da Praia, 22 out (Lusa) - Os riscos macroeconómicos para a estabilidade financeira em Cabo Verde apresentaram "sinais de deterioração" no primeiro semestre de 2012, indica o boletim do Banco de Cabo Verde (BCV).
 
O Boletim de Estabilidade Financeira so BCV, disponível no portal da instituição, refere que a deterioração se deve à evolução desfavorável da economia internacional e ao abrandamento da atividade económica nacional, não obstante a "relativa melhoria" das contas externas e públicas, em termos globais.
 
O relatório, que descreve a evolução recente do sistema financeiro cabo-verdiano, ressalta, porém, que os bancos em Cabo Verde (setor 'onshore') apresentaram "bons níveis de crescimento da atividade bancária", apesar da "tendência de abrandamento" do ritmo de crescimento económico.
 
Os dados do banco central mostram também que, face ao período homólogo, a rentabilidade dos bancos causou níveis de desaceleração.
 
Apesar da evolução positiva dos fundos próprios elegíveis, devido ao crescimento dos ativos de risco em ritmo superior ao dos fundos próprios, o boletim informa que o nível de solvabilidade das instituições registou uma "ligeira queda" face a junho de 2011, mantendo-se, contudo, acima do limite regulamentar dos 10%.
 
No período em análise, acrescenta-se no documento, confirmou-se que a qualidade da carteira de crédito "acusou uma perda sensível", em particular nas áreas da habitação, construção e consumo, destacando, no entanto, que os indicadores do nível de liquidez indiciam "uma ligeira melhoria".
 
As informações reportadas pelas instituições apontam para um défice "menos acentuado de liquidez", o que "pode indiciar uma melhoria geral" do quadro de gestão do risco de liquidez nas instituições, lê-se.
 
No setor segurador registou-se um "bom ritmo de atividade", com um nível de solvabilidade "elevado" e uma "boa margem de solvência", refere-se ainda no boletim do BCV.
 
A publicação acrescenta que, apesar de não se registar nenhuma emissão na Bolsa de Valores de Cabo Verde, no mesmo período do ano, efetuou-se o pagamento de juros e dividendos por parte de empresas emitentes, contribuindo para o financiamento do setor público e privado, através do mercado de capitais.
 
Segundo o BCV, os testes de 'stress' alertam também para potenciais riscos em caso de ocorrência de choques ao crédito, nomeadamente nos setores da construção, habitação e consumo, "com impacto suficiente e materialmente relevante para comprometer a estabilidade" do sistema financeiro nacional.
 
JSD. // MSF.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
Leia mais sobre Cabo Verde (símbolo na barra lateral)
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana