Proposta de OE em
Cabo Verde prevê despesa de 548 ME e receitas de 429 ME
22 de Outubro de
2012, 14:32
Cidade da Praia, 22
out (Lusa) - O Orçamento do Estado (OE) para 2013 em Cabo Verde prevê despesas
de 60,4 milhões de contos (548 milhões de euros) e receitas de 47,3 milhões de
contos (429 milhões de euros), estando assegurada a cobertura do défice.
Segundo a proposta
de OE para o próximo ano, disponível no "site" oficial do Governo
cabo-verdiano, os ministérios das Finanças, Educação, Saúde, Administração
Interna e Justiça são os setores com maior peso num orçamento que, em relação a
2012, aumenta 5,7 por cento.
O OE, que será
discutido no parlamento cabo-verdiano na sessão de novembro, foi considerado
"prudente e ambicioso" pela ministra das Finanças de Cabo Verde,
Cristina Lima, e dá continuidade à execução do programa de investimentos
públicos no valor de 25,9 milhões de contos (234 milhões de euros), 14,6 por
cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo se lê na
proposta, o OE de Cabo Verde aponta para um défice em torno de 7,4 por cento do
PIB.
A dívida total está
programada para 90 por cento do PIB, com a dívida externa a representar 70 por
cento do total e a interna os restantes 20 por cento.
O Governo
cabo-verdiano prevê conseguir financiar o défice público com recursos externos
"a muito baixo custo", com uma taxa de juro de 1,8 por cento e por um
período de graça médio entre sete e 25 anos.
Considerando que o
documento, entregue na semana passada ao parlamento, "não é de natureza
expansionista" e que "garante a execução do programa de
investimentos", o Governo prevê uma taxa de inflação para 2013 de entre
2,5 por cento e 3,5 por cento.
A taxa de
crescimento económico, segundo as previsões governamentais, deverá atingir os
cinco por cento.
JSD //JMR.
Riscos
macroeconómicos para estabilidade financeira em Cabo Verde dão sinais de
"deterioração" -- BCV
22 de Outubro de
2012, 16:38
Cidade da Praia, 22
out (Lusa) - Os riscos macroeconómicos para a estabilidade financeira em Cabo
Verde apresentaram "sinais de deterioração" no primeiro semestre de
2012, indica o boletim do Banco de Cabo Verde (BCV).
O Boletim de
Estabilidade Financeira so BCV, disponível no portal da instituição, refere que
a deterioração se deve à evolução desfavorável da economia internacional e ao
abrandamento da atividade económica nacional, não obstante a "relativa
melhoria" das contas externas e públicas, em termos globais.
O relatório, que
descreve a evolução recente do sistema financeiro cabo-verdiano, ressalta,
porém, que os bancos em Cabo Verde (setor 'onshore') apresentaram "bons
níveis de crescimento da atividade bancária", apesar da "tendência de
abrandamento" do ritmo de crescimento económico.
Os dados do banco
central mostram também que, face ao período homólogo, a rentabilidade dos
bancos causou níveis de desaceleração.
Apesar da evolução
positiva dos fundos próprios elegíveis, devido ao crescimento dos ativos de
risco em ritmo superior ao dos fundos próprios, o boletim informa que o nível
de solvabilidade das instituições registou uma "ligeira queda" face a
junho de 2011, mantendo-se, contudo, acima do limite regulamentar dos 10%.
No período em
análise, acrescenta-se no documento, confirmou-se que a qualidade da carteira
de crédito "acusou uma perda sensível", em particular nas áreas da
habitação, construção e consumo, destacando, no entanto, que os indicadores do
nível de liquidez indiciam "uma ligeira melhoria".
As informações
reportadas pelas instituições apontam para um défice "menos acentuado de
liquidez", o que "pode indiciar uma melhoria geral" do quadro de
gestão do risco de liquidez nas instituições, lê-se.
No setor segurador
registou-se um "bom ritmo de atividade", com um nível de
solvabilidade "elevado" e uma "boa margem de solvência",
refere-se ainda no boletim do BCV.
A publicação
acrescenta que, apesar de não se registar nenhuma emissão na Bolsa de Valores
de Cabo Verde, no mesmo período do ano, efetuou-se o pagamento de juros e
dividendos por parte de empresas emitentes, contribuindo para o financiamento
do setor público e privado, através do mercado de capitais.
Segundo o BCV, os
testes de 'stress' alertam também para potenciais riscos em caso de ocorrência
de choques ao crédito, nomeadamente nos setores da construção, habitação e
consumo, "com impacto suficiente e materialmente relevante para
comprometer a estabilidade" do sistema financeiro nacional.
JSD. // MSF.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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