Deutsche Welle
Apesar de Angola
ter um grande potencial em recursos hídricos, nem toda a gente tem acesso a
água e energia no país. O governo angolano quer mudar isso e está também aberto
a cooperar com Portugal.
Melhorar as
condições para o abastecimento de água e a produção de energia elétrica é uma
das prioridades do governo angolano. “São tarefas urgentes que requerem grandes
investimentos”, disse o ministro da tutela, João Baptista Borges.
Esta terça-feira
(16.10), o governante falou por vídeo-conferência na vila portuguesa de Oeiras,
na abertura dos dois dias da 7ª Expo Água, que escolheu Angola como país
convidado.
Água para 80% da
população rural até ao final de 2012
Baptista Borges
aproveitou a ocasião para recordar que em Angola há, neste momento, projetos
importantes para reabilitar os sistemas de captação, tratamento e distribuição
de água a todas as 18 províncias do país.
O executivo está,
por exemplo, a desenvolver o projeto “Água para Todos”, que visa universalizar
o acesso à água no meio rural. O objetivo inicial é garantir este precioso
líquido a cerca de 80% da população até ao final deste ano. O projeto deverá
ajudar a reduzir a morbilidade e mortalidade provocadas pelo consumo de água
imprópria no meio rural.
Ações como esta
fazem parte do Plano Nacional da Água, que deverá estar concluído em 2014. Lucrécio
Costa, diretor nacional para o Abastecimento de Água e Sanitização do
Ministério de Energia e Águas de Angola, fez um breve balanço à DW África:
“Nós estamos desde
2005 com um conjunto de programas. Os níveis de cobertura no meio rural eram de
22%. Hoje são de 50%”, resumiu. “Todas as cidades capitais de província, com
exceção de duas, concluíram as primeiras fases de reabilitação dos sistemas e
já estão em fases subsequentes. Benguela, por exemplo, vai começar a quarta
etapa. Luanda deve ir na quinta etapa.”
O êxodo rural e a
falta de água potável
A guerra contribui
para a destruição de muitas infraestruturas e levou ao êxodo massivo das
populações para os grandes centros urbanos, provocando um acentuado
desequilíbrio, cujas consequências ainda se sentem principalmente na capital,
onde tem faltado abastecimento regular de água potável.
“Prevemos que, nos
próximos anos, sejam construídos em média 300 novos chafarizes no meio rural e
250 pontos de água”, disse Lucrécio Costa. “Nos meios urbanos, a taxa de
cobertura vai ter que subir dos 56 para, no mínimo, 80 litros por pessoa/dia.”
“Angola é o destino
número um”
As exposições dos
responsáveis pelo setor da água e energia no Fórum de Oeiras despertaram um
maior interesse dos empresários portugueses, cujas experiências e capacidades
são bem acolhidas em Angola, segundo as palavras do ministro Baptista Borges.
O presidente do
Grupo Águas de Portugal, Afonso Lobato Faria, disse que é possível aprofundar e
alargar a cooperação entre as empresas dos dois países.
“Neste momento,
Angola é claramente o destino número um da comunidade tecnocientífica
portuguesa”, disse.
O responsável
sublinhou que entre os governos e as empresas dos dois países, há já uma “colaboração
profícua” na área do abastecimento de água, da drenagem e tratamento de águas
residuais domésticas ou na área dos resíduos sólidos urbanos.
Afonso Faria
referiu também que o país é bem visto como um potencial parceiro no processo de
privatização ou concessão, respetivamente na área dos resíduos sólidos e das
águas em Portugal.
Autor: João Carlos
(Lisboa) - Edição: Guilherme Correia da Silva / António Rocha
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