sábado, 20 de outubro de 2012

COMO LEVAR ÁGUA E ELETRICIDADE A MAIS ANGOLANOS

 

Deutsche Welle
 
Apesar de Angola ter um grande potencial em recursos hídricos, nem toda a gente tem acesso a água e energia no país. O governo angolano quer mudar isso e está também aberto a cooperar com Portugal.
 
Melhorar as condições para o abastecimento de água e a produção de energia elétrica é uma das prioridades do governo angolano. “São tarefas urgentes que requerem grandes investimentos”, disse o ministro da tutela, João Baptista Borges.
 
Esta terça-feira (16.10), o governante falou por vídeo-conferência na vila portuguesa de Oeiras, na abertura dos dois dias da 7ª Expo Água, que escolheu Angola como país convidado.
 
Água para 80% da população rural até ao final de 2012
 
Baptista Borges aproveitou a ocasião para recordar que em Angola há, neste momento, projetos importantes para reabilitar os sistemas de captação, tratamento e distribuição de água a todas as 18 províncias do país.
 
O executivo está, por exemplo, a desenvolver o projeto “Água para Todos”, que visa universalizar o acesso à água no meio rural. O objetivo inicial é garantir este precioso líquido a cerca de 80% da população até ao final deste ano. O projeto deverá ajudar a reduzir a morbilidade e mortalidade provocadas pelo consumo de água imprópria no meio rural.
 
Ações como esta fazem parte do Plano Nacional da Água, que deverá estar concluído em 2014. Lucrécio Costa, diretor nacional para o Abastecimento de Água e Sanitização do Ministério de Energia e Águas de Angola, fez um breve balanço à DW África:
 
“Nós estamos desde 2005 com um conjunto de programas. Os níveis de cobertura no meio rural eram de 22%. Hoje são de 50%”, resumiu. “Todas as cidades capitais de província, com exceção de duas, concluíram as primeiras fases de reabilitação dos sistemas e já estão em fases subsequentes. Benguela, por exemplo, vai começar a quarta etapa. Luanda deve ir na quinta etapa.”
 
O êxodo rural e a falta de água potável
 
A guerra contribui para a destruição de muitas infraestruturas e levou ao êxodo massivo das populações para os grandes centros urbanos, provocando um acentuado desequilíbrio, cujas consequências ainda se sentem principalmente na capital, onde tem faltado abastecimento regular de água potável.
 
“Prevemos que, nos próximos anos, sejam construídos em média 300 novos chafarizes no meio rural e 250 pontos de água”, disse Lucrécio Costa. “Nos meios urbanos, a taxa de cobertura vai ter que subir dos 56 para, no mínimo, 80 litros por pessoa/dia.”
 
“Angola é o destino número um”
 
As exposições dos responsáveis pelo setor da água e energia no Fórum de Oeiras despertaram um maior interesse dos empresários portugueses, cujas experiências e capacidades são bem acolhidas em Angola, segundo as palavras do ministro Baptista Borges.
 
O presidente do Grupo Águas de Portugal, Afonso Lobato Faria, disse que é possível aprofundar e alargar a cooperação entre as empresas dos dois países.
 
“Neste momento, Angola é claramente o destino número um da comunidade tecnocientífica portuguesa”, disse.
 
O responsável sublinhou que entre os governos e as empresas dos dois países, há já uma “colaboração profícua” na área do abastecimento de água, da drenagem e tratamento de águas residuais domésticas ou na área dos resíduos sólidos urbanos.
 
Afonso Faria referiu também que o país é bem visto como um potencial parceiro no processo de privatização ou concessão, respetivamente na área dos resíduos sólidos e das águas em Portugal.
 
Autor: João Carlos (Lisboa) - Edição: Guilherme Correia da Silva / António Rocha
 

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