domingo, 28 de outubro de 2012

Descrédito: QUE DROGAS É QUE OS GOLPISTAS EM BISSAU ANDAM A CONSUMIR?

 

 
Governo de transição da Guiné-Bissau exige explicações de Portugal sob pena de rever relações
 
Bissau, 28 out (Lusa) - O Governo de transição guineense exigiu hoje "uma explicação clara e justificada" de Lisboa sobre "a expedição terrorista do capitão Pansau N´Tchama à Guiné-Bissau", antes de "ser forçado a rever as suas relações com Portugal".
 
A exigência surgiu hoje em forma de comunicado do Conselho de Ministros, após uma reunião extraordinária na sequência da prisão, no sábado, de Pansau N´Tchama, acusado pelas autoridades da Guiné-Bissau de ter sido o responsável por um ataque a um quartel no passado domingo.
 
As autoridades de transição têm acusado Lisboa de envolvimento no caso, alegando que Pansau N´Tchama vivia em Portugal, onde teria pedido asilo político.
 
Um dia depois da prisão do alegado responsável pelo ataque, do qual resultaram seis mortes, o Governo de transição manifestou também "reservas nas suas futuras relações com a CPLP" (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), entidade que também tem acusado de ligação com o que considerou hoje ter sido uma tentativa de “golpe de Estado”.
 
O Governo de transição decidiu também "comunicar a todas as representações diplomáticas acreditadas no país que não tolerará atos que impliquem auxílio e proteção de terroristas que atentem conta a segurança nacional", lê-se no comunicado.
 
No mesmo documento, o Governo de transição agradece o apoio da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) e pede à organização e aos países amigos para que acompanhem "todo este processo de invasão e de tentativa de golpe de Estado montado no exterior com conivência externa".
 
No comunicado, lido pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do executivo, Fernando Vaz, o Governo de transição acusa a CPLP e particularmente Portugal e Cabo Verde "de uma política de terrorismo de Estado contra as instituições da República da Guiné-Bissau, que visa a criação de um clima de instabilidade política e social, de forma a justificar a intervenção de forças militares sob a alçada das Nações Unidas".
 
Fernando Vaz disse também aos jornalistas que "pelas primeiras informações" de que o Governo dispõe, Pansau N´Tchama "estava na Gâmbia desde finais de abril". Ainda assim, o porta-voz não quis envolver o país vizinho no caso, afirmando que se está em fase de investigações.
 
Também pelo mesmo motivo, em relação a Portugal não fez outros comentários. "Estamos na fase de investigação, não vamos acusar Portugal se não houver provas, não falamos nada de ânimo leve", disse.
 
"Não condenamos Portugal, exigimos que Portugal se explique. Tem um asilado político, terá a obrigação de se justificar como é que esse indivíduo, pelo menos, saiu de Portugal para atacar de seguida um quartel na Guiné-Bissau e protagonizar uma tentativa de golpe de Estado", afirmou.
 
Segundo Fernando Vaz, no ataque de domingo havia a conivência de militares e políticos dentro do país. O ministro não adiantou mais pormenores.
 
FP // PNG
 
Militar acusado de ataque em Bissau nunca teve estatuto de asilo político em Portugal - Governo
 
Lisboa, 28 out (Lusa) – O Governo português esclareceu hoje, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que o militar acusado pelo Governo de transição guineense de ter liderado um ataque em Bissau “não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal”.
 
“Em relação a alegações recentemente efetuadas pelas entidades guineenses não reconhecidas internacionalmente de que o capitão Pansau N’Tchama teria tido estatuto de asilo político em Portugal, o Governo português esclarece que esse cidadão guineense não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal”, disse à Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Miguel Guedes.
 
“O Estado português não se presta por isso, em nenhumas circunstâncias, a qualquer instrumentalização para efeitos de questões internas do poder militar em Bissau”, acrescentou.
 
O Governo de transição guineense, formado na sequência do golpe militar de 12 de abril deste ano, exigiu hoje "uma explicação clara e justificada" de Lisboa sobre "a expedição terrorista do capitão Pansau N´Tchama à Guiné-Bissau", antes de "ser forçado a rever as suas relações com Portugal".
 
A exigência surgiu em forma de comunicado do Conselho de Ministros, após uma reunião extraordinária na sequência da prisão, no sábado, de Pansau N´Tchama, acusado pelas autoridades da Guiné-Bissau de ter sido o responsável por um ataque a um quartel no passado domingo, 21 de outubro, de que resultaram seis mortos.
 
Também hoje, o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, o tenente-coronel Daba Na Walna, afirmou que Portugal de forma "direta ou indireta sabia das movimentações" do capitão Pansau N'Tchama.
 
“Como é que um indivíduo que se encontrava em Portugal, com o estatuto que ninguém sabe ao certo se residente ou se exilado político, aparece aqui a atacar um quartel fortificado? Portugal não cuidou bem da vigilância ao Pansau", afirmou Na Walna.
 
PNG // MSF
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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