sábado, 27 de outubro de 2012

Fome não cala revolta e se houver um coelho à solta será sempre um coelho morto

 


O CANALHA

Passos Coelho vigarista,
mentiroso e aldrabão,
porco sujo capitalista,
que nos quer roubar o pão

Veio de manso, o lacaio,
que nem cobra traiçoeira,
com danças de verde-gaio,
preparou a roubalheira

Não demorou, o mafarrico,
a dizer ao que vinha,
roubar o pobre p'ra dar ao rico,
rir do povo com gracinha

Vampiro cruel, insaciável,
sangue do seu sangue bebe,
imundo, ladrão, hiena miserável,
abutre d'um povo moribundo

Passos Coelho vigarista,
mentiroso e aldrabão,
porco sujo capitalista,
roubou-nos o natal e o verão

A fome não cala a revolta,
quando a raiva der p'ró torto,
se houver um coelho à solta,
será sempre um coelho morto

 *Poesia popular alentejana na versão mais pura e legítima
 

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