Conselho Superior
de Defesa da Guiné-Bissau analisou situação de segurança do país
29 de Outubro de
2012, 14:42
Bissau, 29 out
(Lusa) - O Conselho Superior de Defesa Nacional da Guiné-Bissau reuniu-se hoje
em Bissau para analisar "a situação de segurança" do país, disse o
ministro da Defesa, que prometeu para breve declarações de Pansau N´Tchama.
Pansau N´Tchama é o
alegado responsável pelo ataque a um quartel de Bissau no passado dia 21, do
qual resultaram seis mortes. Está desde sábado detido no Estado-Maior General
das Forças Armadas.
Celestino de
Carvalho, ministro da Defesa, falava aos jornalistas após a reunião do
Conselho, um órgão de consulta do Presidente da República, sem adiantar muitos
pormenores, salientando que esta foi a reunião mais curta das três até agora
realizadas.
De acordo com o
ministro, foi analisada "a situação de segurança do país, tendo em conta
os últimos acontecimentos" e debatida a detenção de Pansau N´Tchama e as
declarações que proferiu.
Questionado sobre
se os jornalistas teriam acesso a declarações de Pansau N´Tchama, o ministro
garantiu que o detido se irá pronunciar "por via da Justiça" e que os
jornalistas em breve "podem ser convocados para presenciar as
declarações".
Um grupo que terá
sido comandando por Pansau N´Tchama tentou assaltar no dia 21 o quartel dos
para-comandos, uma unidade de elite das Forças Armadas da Guiné-Bissau. O
militar pôs-se em fuga mas foi detido no passado fim de semana.
O Governo de
transição da Guiné-Bissau tem acusado a CPLP (Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa) e Portugal de estarem implicados no caso, e tem insistido para que
Portugal dê explicações, já que Pansau N´Tchama vivia em Portugal, onde teria
pedido asilo político.
O Governo português
respondeu que nunca foi dado asilo político a Pansau N´Tchama.
FP // VM.
Espanha anuncia que
corta apoios às organizações não-governamentais na Guiné-Bissau
29 de Outubro de
2012, 15:03
Bissau, 29 out
(Lusa) - A Espanha anunciou recentemente que vai retirar a Guiné-Bissau da
lista de países que recebem apoios financeiros para o trabalho das organizações
não-governamentais, disse hoje à Lusa o responsável de uma organização.
De acordo com Sambatenen
Camará, responsável de uma das cerca de 30 ONG guineenses e espanholas que
recebem apoios da cooperação espanhola, o Governo de Madrid decidiu não incluir
a Guiné-Bissau no seu Plano Diretorio Quatro de cooperação para o período de
2013 a 2016.
Sambatenen Camará,
que lidera a equipa de organizações não-governamentais guineenses e espanholas
que recebem apoios da Espanha, diz não compreender as razões da decisão do
Governo de Madrid, uma vez que a Guiné-Bissau "tem todas as condições de
elegibilidade" para as ajudas.
"A
Guiné-Bissau tem todas as condições de elegibilidade. No índice de
desenvolvimento humano, a Guiné só supera o Níger, a nível da pobreza geral só
está a frente de dois países, o Níger e a Etiópia, faz parte da África
subsariana e o Plano dá uma atenção especial a essa zona do mundo",
observou o responsável.
O Governo espanhol
coloca ainda como condição para as ajudas que o país beneficiário tenha um
número considerável de cidadãos espanhóis, o que Sambatenen Camará disse ser o
caso da Guiné-Bissau, onde, afirmou, existem "muitos cidadãos da Espanha a
trabalhar".
"A Espanha é o
quinto parceiro/doador da Guiné-Bissau a nível da cooperação bilateral. Entre
2010 e 2011, a Espanha só fica atrás de Portugal a nível da cooperação
bilateral", enfatizou o coordenador da equipa de trabalho que está a
redigir um manifesto das ONG para enviar ao Governo de Madrid pedindo que volte
atrás na sua decisão.
O responsável disse
não ter certeza, mas que acredita que a "constante instabilidade" na
Guiné-Bissau poderá estar a pesar na decisão do Governo espanhol.
"Se for só
pelos indicadores a Guiné-Bissau tem todas as condições de ser ilegível no
Plano, agora se assim não for é porque, provavelmente, a constante
instabilidade do país poderá estar a pesar nisso tudo", defendeu Camará.
"Também pode
ser que a Espanha como membro da União Europeia esteja a seguir as orientações
da organização. Não sei", disse.
Sambatenen Camará
afirmou que no caso de a decisão se concretizar as populações irão sentir os
efeitos imediatos.
"Queremos
demonstrar que a população vai sofrer com esta situação. A população está
cansada e é ela a beneficiária direta dos apoios da cooperação espanhola. A
Espanha pode não ter cooperação com o Governo diretamente, mas pensamos que
devia continuar a nível das ONG que trabalham diretamente com as
populações", disse Camará.
A Espanha apoia as
ONG e o próprio Governo guineense nas áreas da saúde, educação, pesca,
agricultura, segurança alimentar e igualdade e equidade entre géneros.
Entre 2006 e 2010,
Madrid deu às ONG guineenses e espanholas que trabalham na Guiné-Bissau cerca
de 30 milhões de euros.
MB // VM.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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