Comunidade macaense
discute identidade e futuro
26 de Outubro de
2012, 18:12
Macau, China, 26
out (Lusa) - A identidade da comunidade macaense é o tema do debate que a
Associação dos Macaenses organiza este fim de semana com o objetivo de refletir
sobre o seu papel na sociedade de Macau.
Subordinada ao tema
"Macaenses, um olhar coletivo sobre a comunidade", a iniciativa é
definida como uma oportunidade para refletir sobre o "momento presente da
comunidade, que está em Macau há séculos, mas que não está habituada a discutir
sobre si própria", salientou Miguel Senna Fernandes, promotor da
iniciativa e moderador das várias intervenções.
"Há muito
tempo que ouvimos os outros falar de nós, mas nunca refletimos sobre nós. Não
se discute. Quem somos nós afinal?", questionou.
O colóquio está
estruturado em três painéis - identidade, economia e política -, servindo o
primeiro como ponto de partida da "reflexão coletiva" sobre as
transformações socioeconómicas do território.
"Macau está em
transformação a todos os níveis e nos próximos cinco anos vai mudar ainda mais,
mas, antes de falarmos de modelos políticos, da internacionalização dos casinos
e das grandes infraestruturas e investimentos, precisamos de refletir sobre
quem somos nós em 2012", adiantou.
Ao longo dos dois
dias de apresentação de ideias e debate sobre a realidade da comunidade
macaense, vários representantes da comunidade irão intervir como Rita Santos,
Secretária-geral Adjunta do Fórum Macau, que vai abordar o tema "Macaenses
na Concretização do Papel de Plataforma das Relações Económicas, Comerciais
entre a China e os Países de Língua Portuguesa".
José Luis Sales
Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus, vai falar sobre o
"Macaense no século XXI, que perfil socioeconómico?", Jorge Rangel,
antigo membro do Governo de Macau, sobre a participação cívica e política da comunidade
e Fernando Gomes, presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades
Portuguesas, dissertará sobre a comunidade macaense "São assim
mesmo?".
Num debate plural e
com as diversas sensibilidades de Macau, a iniciativa conta ainda com José
Pereira Coutinho, deputado à Assembleia Legislativa, e com vários elementos
mais jovens da comunidade como André Ritchie que falará sobre a cidade em
transformação e Sérgio Perez que falará sobre a definição do macaense.
"Não é um
debate para terminar com conclusões, mas para obrigar as pessoas a refletirem
sobre todas estas questões que falamos pontualmente com um ou outro amigo, mas
não num ambiente alargado de pessoas que participam em nome individual",
concluiu Miguel Senna Fernandes.
Fundada há 15 anos,
a ADM tem cerca de 300 associados.
JCS/FV // PMC
China bloqueia
acesso ao portal do New York Times após artigo sobre património do PM
26 de Outubro de
2012, 18:00
Pequim, 26 out
(Lusa) - As autoridades chinesas bloquearam o acesso ao portal do The New York
Times, após o jornal norte-americano ter publicado um artigo acusando o
primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, de ter acumulado uma enorme fortuna
durante a permanência no governo.
Quando se tenta ter
acesso à versão em inglês ou em chinês do jornal, surge um sinal de erro no
portal, o qual também aparece quando se escreve "The New York Times"
em motores de pesquisa como o Google ou o Baidu, segundo confirmou hoje a agência
noticiosa espanhola Efe.
Além disso, de
acordo com cibernautas, algumas ligações ao artigo publicado em redes sociais
chinesas, como o Sina Weibo, também foram apagadas.
O artigo acusa a
família de Wen Jiabao, que em março abandona o cargo de primeiro-ministro, de
ter acumulado uma enorme fortuna em segredo, através de negócios em bancos,
joalharias, infraestruturas e telecomunicações e complexos turísticos.
A agência noticiosa
francesa AFP, que também confirma o bloqueio do portal do jornal, refere que
Wen Jiabao, que gosta de lembrar as suas origens humildes, tem atualmente uma
fortuna de, pelo menos, 2.400 milhões de dólares (cerca de 2.000 milhões de
euros).
Outros meios de
comunicação social já tinham publicado artigos sobre o assunto e em especial
sobre as suspeitas de que Zhang Peili, mulher de Wen Jiabao, monopolizou o
comércio de diamantes da China, aproveitando-se do poder do marido.
O diário
norte-americano indica que investigou as atividades da família de Wen Jiabao
desde 1992, incluindo os dois filhos, um irmão e um cunhado do
primeiro-ministro chinês.
Não é a primeira
vez este ano que a China bloqueia o acesso ao portal de um meio de comunicação
social norte-americano na sequência da publicação de matérias
"sensíveis" sobre um dos seus políticos.
Em junho fez o
mesmo com a agência Bloomberg, após a divulgação de um artigo idêntico sobre os
pormenores da riqueza do vice-presidente chinês, Xi Jinping, apontado como
favorito ao cargo de Presidente do gigante asiático a partir de 2013.
Wen Jiabao, 70
anos, considerado um reformista, termina em março de 2013 o segundo e último
mandato à frente do governo.
DM // ESI.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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