Reitor moçambicano
diz que Dhlakama tem "legitimidade em algumas questões que
reivindica"
25 de Outubro de
2012, 14:36
Maputo, 25 out
(Lusa) - O reitor da A Politécnica, a mais antiga universidade privada em
Moçambique, Lourenço do Rosário, considera que Afonso Dhlakama, presidente da
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição,
"tem legitimidade em algumas questões que reivindica".
Afonso Dhlakama
instalou-se na semana passada na Serra da Gorongosa, centro de Moçambique, antiga
base da Renamo, juntamente com centenas de ex-guerrilheiros do movimento, para
pressionar o Governo da Frelimo a aceitar as suas exigências em negociações.
O principal partido
da oposição exige a formação de um Governo de Unidade Nacional, a integração dos
seus antigos guerrilheiros no exército nacional, a despartidarização do Estado
pela Frelimo e a formação de uma Comissão Nacional de Eleições (CNE) composta
apenas pelos principais partidos e sem a presença de membros da sociedade
civil.
Em entrevista ao
semanário Savana, Lourenço do Rosário, um dos mais respeitados académicos
moçambicanos, afirmou que Afonso Dhlakama e o seu partido têm
"legitimidade em algumas questões" que reivindicam.
"Em algumas
questões que a Renamo ou o seu líder reivindicam, têm legitimidade. As
exigências são legítimas, mas não é bom sinal recorrer a posturas que nos
possam conduzir ao reacender da conflitualidade em Moçambique", afirmou o
reitor da A Politécnica.
Lourenço do Rosário
apontou o facto de o Governo não ter atendido à exigência da Renamo de se
encontrar uma saída para a questão do contingente armado que ainda mantém nas
suas antigas bases militares como um ponto "válido" do conjunto das
reivindicações daquele partido.
"É verdade que
certos setores radicais da Frelimo não tomaram em conta alguns aspetos
reivindicativos. Penso que são quatro aspetos exigidos pela Renamo. São coisas
que não vejo nenhuma anormalidade em exigi-las. Desde 1999 que a Renamo vem
exigindo a despartidarização do Estado ou da administração pública, o fim da
discriminação nas forças armadas e a revisão do pacote eleitoral",
enfatizou Lourenço do Rosário.
Para o reitor da A
Politécnica, ao instalar-se na Serra da Gorongosa, Afonso Dhlakama pretende uma
forma de chantagem para obrigar a Frelimo a negociar, alertando para a
necessidade do diálogo, pois, segundo Rosário, "isto pode ser um fio de
navalha".
"Nós temos gás
natural, carvão, minérios e tantos outros recursos preciosos que para as
empresas concessionadas é mais valente negociar com governos frágeis. Onde há
conflitos e divisões internas, há mais espaço para as multinacionais explorarem
os recursos como querem", realçou Lourenço do Rosário.
PMA // VM.
Moçambique prevê
aumentar a sua produção agrícola em 9,1% em 2012-2013
26 de Outubro de
2012, 08:15
Maputo, 26 out
(Lusa) - O governo moçambicano prevê um aumento de 9,1% na sua produção
agrícola na campanha de 2012-2013, que foi oficialmente inaugurada na
quinta-feira em Nampula, Norte do país, pelo Presidente Armando Guebuza.
A ser atingida,
esta meta significará uma colheita de 15 milhões de toneladas para alimentação
e de 14,3 milhões de toneladas para comércio.
Falando na
cerimónia de inauguração da campanha agrícola, Guebuza exortou os produtores a
semearem apropriadas variedades, de forma a aumentarem a sua resistência a
pragas e a utilizarem técnicas de conservação de água e de irrigação.
Segundo o plano
estratégico do governo para a agricultura, o setor deverá crescer, pelo menos,
7% por ano, e duplicar a sua produção na próxima década.
"Felicitamos
os produtores agrícolas pelos resultados que têm alcançado", disse o
Presidente moçambicano, depois de recordar que nas duas anteriores campanhas a
produção agrícola para alimentação aumentou de 14,3% para 14,7 milhões de
toneladas.
LAS // PMC
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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