Jornal de Notícias
- foto Gerardo Santos / Global Imagens
José Maria
Ricciardi admitiu ter telefonado ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho
"para falar sobre as privatizações em curso" e considera que não há
nas conversas que teve com vários ministros qualquer ilicitude ou
irregularidade.
O presidente do
Banco Espírito Santo Investimento (BESI) admitiu, em comunicado enviado este
domingo às redações, que telefonou "a vários membros do Governo" para
discutir o tema das privatizações.
Nos telefonemas,
não há qualquer "ilicitude, irregularidade ou sequer censura",
argumenta Ricciardi, era apontado, este domingo pelo Diário de Notícias, como o
interlocutor de Pedro Passos Coelho na conversa telefónica do primeiro-ministro
que o ex-Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, enviou para validação
do Supremo Tribunal de Justiça um dia antes de deixar o cargo, a 8 de outubro.
O Governo atribuiu
a supervisão das privatizações a uma consultora norte-americana, a Perella, por
ajuste direto, o que terá desagrado ao presidente do BESI. José Maria Ricciardi
disse que telefonou a expressar "discordância" como a forma como o
processo foi conduzido, considerando que deveria ter sido decidido "através
de concurso público".
Na segunda-feira, o
jornal Público noticiou que o ministro Miguel Relvas foi escutado, no âmbito do
mesmo processo, numa conversa com José Maria Ricciardi, presidente do Banco
Espírito Santo Investimento (BESI).
Segundo a Comunicação
Social Portuguesa, o presidente do BES, Ricardo Salgado, é outro dos apontados
como alvo das escutas do Ministério Público no caso "Monte Branco",
que envolve quatro banqueiros portugueses e suíços e um cambista.
Os cinco foram
detidos em maio pelo DCIAP, por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de
capitais. Três estão em prisão preventiva e dois foram libertados sob caução.
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