Sol - Lusa
Os jornalistas
reunidos hoje num encontro do sindicato para debater problemas no sector foram
consensuais sobre a necessidade de promover formas de luta, entre as quais uma
paralisação que o sindicato pretende convocar para o dia da greve geral de dia
14.
«Uma greve está
claramente sobre a mesa. Há uma reflexão a fazer se esse dia vai ser especifico
do sector ou coincide com a de dia 14», afirmou à Lusa no final da reunião o
presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia, explicando que a
direcção da organização vai decidir «nos próximos dias» se a greve será
convocada para dia 14.
Na reunião de hoje
do sindicato, em Lisboa, participaram cerca de 30 jornalistas, oriundos da
rádio, televisão e imprensa, mostrando-se a maioria favorável a uma paralisação
no dia da greve geral, embora também tenha sido adiantada a data de 24
Novembro, dia da conferência nacional dos jornalistas.
«Não se trata
apenas da greve de uma central sindical [a greve geral foi convocada pela
CGTP], mas antes de uma jornada que já transcende isso e já tem um
enquadramento internacional e ibérico», ressalvou Alfredo Maia, referindo-se
aos problemas que os jornalistas enfrentam também noutros países, como em
Espanha os do jornal El Pais, que se preparam para uma greve de nove dias.
Outra das propostas
apresentadas pelos jornalistas na reunião do sindicato foi a criação de um
jornal de greve on-line, uma iniciativa que já aconteceu nos anos 80 mas em
edição em papel distribuída pela cidade de Lisboa.
«A iniciativa
jornal de greve ou jornal de luta é uma ideia que tem pés para andar e há um
potencial de voluntários para essa missão», adiantou Alfredo Maia.
Na reunião foram
abordados vários dos problemas que enfrentam hoje os jornalistas:
despedimentos, encerramentos de publicações, falta de mobilização da classe,
trabalho precário, estágios gratuitos, a proliferação das agências de
comunicação ao mesmo tempo que diminuem o numero de jornalistas ou os requisitos
para o acesso à profissão, entre outras questões.
«Desta reunião sai
uma enorme consciência da gravidade do momento, e também um grande ânimo no
sentido da intervenção dos jornalistas nos desafios que se colocam nos próximos
tempos: desde logo o de resistir à ofensiva que está a ser levada a cabo»,
concluiu Alfredo Maia, desvalorizando a fraca adesão ao encontro e salientando
que os presentes tornaram a jornada de hoje «muito rica».
Sem comentários:
Enviar um comentário