sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Portugal: "Que interessa não entrar em falência se vamos estar todos mortos"

 


André Cabrita Mendes – Dinheiro Vivo
 
A antiga líder do PSD criticou hoje duramente a proposta do Orçamento do Estado para 2013.
 
"O que é que interessa Portugal não entrar em falência, se no fim vamos estar todos mortos?", questionou Manuela Ferreira Leite.
 
"Estas medidas não são suficientes para atingir os 4,5%. Como é que vai estar o pais depois da consolidação? Alguém consegue prever?", perguntou no seminário "Orçamento do Estado 2013", em Lisboa.
 
"Fazer política é prever o que vai acontecer e evitar que as coisas perniciosas que vão acontecer", considera.
 
A antiga ministra das Finanças considera, no entanto, que Portugal deve continuar cumprir o programa. "Nós devemos cumprir, devemos pagar a dívida. Não ha nada pior para o país do que não conseguir cumprir o programa".
 
Porém, Ferreira Leite lançou um alerta sobre o não cumprimento do OE 2013. "Estamos a tentar passar um atestado de estupidez aos credores, eles estão a perceber que não vamos conseguir cumprir".
 
"Não é possível cumprir a consolidação acordada com a troika neste prazo. Esta consolidação poderia ser menos onerosa e menos pesada para as pessoas", afirmou a antiga líder social democrata, acrescentando que "faltam os elementos para estimular o crescimento", disse a antiga ministra no seminário organizado pela sociedade de advogados Miranda Correia, Amendoeira & Associados.
 
"Este Orçamento é um afundamento total, se não é para cumprir, para que é que se fez este Orçamento?", questionou Manuela Ferreira Leite.
 

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