sábado, 27 de outubro de 2012

UE está disposta a financiar combate ao narcotráfico na região Ocidental Africana

 

CLI – MSF – Lusa, com foto
 
Cidade da Praia, 27 out (Lusa) - O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu hoje na capital cabo-verdiana que a União Europeia está disposta a financiar a execução do Plano Regional da Praia de combate ao narcotráfico.
 
O Plano Regional da CEDEAO de combate ao narcotráfico foi adotado em 2008 na conferência ministerial da Praia e define ações de combate ao narcotráfico e crime organizado na África Ocidental, considerada uma das principais placas giratórias do tráfico de drogas no mundo.
 
José Manuel Durão Barroso que se encontra de visita a Cabo Verde desde sexta-feira, discursou hoje na sessão solene da Assembleia Nacional, após encontrar-se com o Presidente do Parlamento.
 
Para o Presidente da Comissão Europeia, o combate ao tráfico de drogas, ao fundamentalismo religioso e aos apelos ao terrorismo nessa região africana é um dos desafios que os países da CEDEAO têm de vencer, com intensificação da cooperação regional bem como a cooperação intercontinental.
 
"A situação na Guiné-Bissau, no Mali e no Sahel são a prova daquilo que acabo de dizer" avançou.
 
Em relação a Cabo Verde, Durão Barroso defendeu que uma das maiores ameaças é o narcotráfico devido à posição geográfica do arquipélago.
 
Enaltecendo o papel do Governo neste combate, o presidente da Comissão Europeia disse, no entanto, que é necessário intensificar a cooperação regional para uma ação mais eficaz.
 
"A Comissão Europeia aprecia e apoia a determinação do governo de Cabo Verde na luta contra o tráfico de drogas. Mas é necessário intensificar a cooperação regional assim como a cooperação intercontinental entre a África a Europa e a América Latina", avançou.
 
A União Europeia, manifestou Durão Barroso, está empenhada em contribuir para resolução de problemas políticos no continente africano, nomeadamente na Guiné-Bissau e no Mali, através do reforço da cooperação com os parceiros regionais, como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
 
Em relação à Guiné-Bissau, Durão Barroso afirmou que a crise naquele país está ligada ao narcotráfico e apelou a reforma do setor da defesa e segurança.
 
"É com muito pesar que vejo o povo sacrificado da Guiné refém de interesses obscuros que não tem deixado o pais afirmar-se como um estado viável. É importante de uma vez por todas que se conclua uma reforma séria do setor da segurança e que se crie umas forças armadas republicanas que estejam ao serviço do poder politico e não o contrário", disse.
 
Apelou ainda à uma cooperação efetiva entre as organizações regionais e internacionais para que a Guiné-Bissau possa encontrar o caminho da paz e estabilidade.
 
"É importante que todas as organizações regionais e internacionais cooperem nesse sentido. Não há aqui lugar para rivalidades institucionais. A CEDEAO, CPLP, União Africana, a União Europeia e as Nações Unidas devem trabalhar estreitamente para ultrapassar a atual situação e ajudar o povo amigo da Guiné-Bissau", advertiu.
 
A União Europeia, segundo Durão Barroso, está ainda "seriamente preocupada" com a deterioração da segurança, situação política e humanitária no Sahel em particular no Mali.
 
Além da segurança e da integração regional, existe, segundo Durão Barroso, uma vertente económica na relação de cooperação entre a UE e a CEDEAO, que deverá ser materializada com o acordo de parceria económica (APE) regional, já em negociação.
 
Finda a sessão, o presidente da Comissão Europeia rumou para o Palácio da Presidência onde foi condecorado pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, com a Medalha de Primeiro Grau da Ordem Amílcar Cabral.
 

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