CLI – MSF – Lusa, com foto
Cidade da Praia, 27
out (Lusa) - O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu hoje na
capital cabo-verdiana que a União Europeia está disposta a financiar a execução
do Plano Regional da Praia de combate ao narcotráfico.
O Plano Regional da
CEDEAO de combate ao narcotráfico foi adotado em 2008 na conferência
ministerial da Praia e define ações de combate ao narcotráfico e crime
organizado na África Ocidental, considerada uma das principais placas
giratórias do tráfico de drogas no mundo.
José Manuel Durão
Barroso que se encontra de visita a Cabo Verde desde sexta-feira, discursou
hoje na sessão solene da Assembleia Nacional, após encontrar-se com o
Presidente do Parlamento.
Para o Presidente
da Comissão Europeia, o combate ao tráfico de drogas, ao fundamentalismo
religioso e aos apelos ao terrorismo nessa região africana é um dos desafios
que os países da CEDEAO têm de vencer, com intensificação da cooperação
regional bem como a cooperação intercontinental.
"A situação na
Guiné-Bissau, no Mali e no Sahel são a prova daquilo que acabo de dizer"
avançou.
Em relação a Cabo
Verde, Durão Barroso defendeu que uma das maiores ameaças é o narcotráfico
devido à posição geográfica do arquipélago.
Enaltecendo o papel
do Governo neste combate, o presidente da Comissão Europeia disse, no entanto,
que é necessário intensificar a cooperação regional para uma ação mais eficaz.
"A Comissão
Europeia aprecia e apoia a determinação do governo de Cabo Verde na luta contra
o tráfico de drogas. Mas é necessário intensificar a cooperação regional assim
como a cooperação intercontinental entre a África a Europa e a América
Latina", avançou.
A União Europeia,
manifestou Durão Barroso, está empenhada em contribuir para resolução de
problemas políticos no continente africano, nomeadamente na Guiné-Bissau e no
Mali, através do reforço da cooperação com os parceiros regionais, como a
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Em relação à
Guiné-Bissau, Durão Barroso afirmou que a crise naquele país está ligada ao
narcotráfico e apelou a reforma do setor da defesa e segurança.
"É com muito
pesar que vejo o povo sacrificado da Guiné refém de interesses obscuros que não
tem deixado o pais afirmar-se como um estado viável. É importante de uma vez
por todas que se conclua uma reforma séria do setor da segurança e que se crie
umas forças armadas republicanas que estejam ao serviço do poder politico e não
o contrário", disse.
Apelou ainda à uma
cooperação efetiva entre as organizações regionais e internacionais para que a Guiné-Bissau
possa encontrar o caminho da paz e estabilidade.
"É importante
que todas as organizações regionais e internacionais cooperem nesse sentido.
Não há aqui lugar para rivalidades institucionais. A CEDEAO, CPLP, União
Africana, a União Europeia e as Nações Unidas devem trabalhar estreitamente
para ultrapassar a atual situação e ajudar o povo amigo da Guiné-Bissau",
advertiu.
A União Europeia,
segundo Durão Barroso, está ainda "seriamente preocupada" com a
deterioração da segurança, situação política e humanitária no Sahel em
particular no Mali.
Além da segurança e
da integração regional, existe, segundo Durão Barroso, uma vertente económica
na relação de cooperação entre a UE e a CEDEAO, que deverá ser materializada
com o acordo de parceria económica (APE) regional, já em negociação.
Finda a sessão, o
presidente da Comissão Europeia rumou para o Palácio da Presidência onde foi
condecorado pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, com a Medalha
de Primeiro Grau da Ordem Amílcar Cabral.
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