Expresso - Lusa
A visita da chanceler
alemã a Portugal, a 12 de novembro, é considerada de alto risco pelo Observatório
de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo.
O Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) considera "bastante provável" que a contestação social aumente durante a visita da chanceler alemã Angela Merkel a Portugal e receia que alguns protestos possam vir a "descambar em violência".
A visita da chefe
do governo alemão a Portugal, prevista para 12 de novembro, é uma visita de
alto risco e já está a ser preparada ao mais alto nível pelas forças e serviços
de segurança portuguesas.
Em declarações à
agência Lusa, o porta-voz do OSCOT, Felipe Pathé Duarte, disse ser
"bastante provável" que o nível de contestação social nas ruas
"suba para outro patamar" devido à "forte carga simbólica"
que a visita de Angela Merkel terá.
"É bastante
provável que o nível de contestação social aumente e que esta ascenda a um
patamar mais violento, já que se vai tentar chamar a atenção da própria Angela
Merkel para a situação portuguesa. E isso pode descambar em violência",
afirmou.
Eventual violência
"pontual e espontânea"
Esta visita,
lembrou, decorre num altura em que Portugal atravessa momentos de "forte
contestação social e política" - e relatórios, quer do Serviço de
Informações de Segurança (SIS), quer do Sistema de Segurança Interna, apontam
para a possibilidade de haver violência associada às manifestações sociais.
"Atravessamos
um momento difícil em que estão todas as condições reunidas para que isso possa
acontecer", garante Pathé Duarte, ressalvando, contudo, que Portugal
"não tem uma tradição de contestação social violenta" como existe na
Grécia, Espanha ou Itália.
Um eventual aumento
da violência associada aos protestos, a registar-se em Portugal, acontecerá
"sempre de forma pontual e espontânea", refere este especialista,
que, contudo, duvida que possam surgir atos violentos organizados "contra
o Governo ou a própria Angela Merkel".
Mesmo assim, Felipe
Pathé Duarte sublinha o "efeito mobilizador" da chanceler alemã, que
acaba por ser um "símbolo da austeridade".
"A contestação
vai subir de patamar também porque é muito mais mobilizador. Mesmo que nem
todos - que fazem da austeridade a sua razão de luta - reconheçam Angela Merkel
como a responsável ou arqui-inimiga", precisou.
Apertadas medidas
de segurança
A chefe do governo
alemão desloca-se a Portugal para se reunir com o Presidente da República,
Aníbal Cavaco Silva, e com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Merkel,
que se fará acompanhar de uma comitiva de empresários, vai participar também
numa conferência de investidores, em Lisboa.
Pathé Duarte
lembrou que da mesma forma que as diversas plataformas, organizações e
movimentos ligados aos protestos de rua já estão organizar as ações, as
autoridades também já preparam minuciosamente essa visita, que vai decorrer sob
"apertadas medidas de segurança".
"Não tenho
sombra de dúvidas que as forças e serviços de segurança já estão atentos a essa
situação e estarão à altura" da mesma, vincou.
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