Dois médicos por 10
mil habitantes é "manifestamente insuficiente" - Vice-Presidente
angolano
19 de Novembro de
2012, 13:50
Luanda, 19 nov
(Lusa) - Angola tem, em média, cerca de dois médicos por cada 10 mil habitantes
e um médico para cada um dos 164 municípios, o que é "manifestamente
insuficiente", considerou hoje em Luanda o vice-Presidente da República,
Manuel Vicente.
A informação foi
dada na intervenção proferida durante a cerimónia de abertura dos trabalhos da
62.ª sessão do Comité Regional Africano da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo Manuel
Vicente, o Governo angolano pretende executar um "ambicioso Plano Nacional
de Formação de Quadros para o período 2013/2020", que permitirá
ultrapassar a atual falta de médicos.
"Deste modo,
temos recorrido à contratação de médicos especialistas estrangeiros para nos
ajudar a garantir a assistência médica às populações", salientou o
vice-Presidente angolano.
Depois da
independência, em 1975, Angola investiu na construção de cinco novas faculdades
de medicina e de uma escola técnica em cada uma das suas 18 províncias.
O governante
angolano asseverou que a redução da mortalidade materna e infantil constituem
uma prioridade nacional do executivo, frisando que os últimos estudos e
estimativas apontam para uma redução de ambos os indicadores.
"Em todos os
municípios realizámos grandes investimentos na prestação de serviços
obstétricos, neonatais e infantis, respondendo assim à estratégia mundial das
Nações Unidas para a saúde das mulheres e das crianças", destacou Manuel
Vicente.
O vice-Presidente
angolano regozijou-se com os resultados obtidos por Angola na erradicação da
poliomielite, concluindo que é possível o continente africano acabar com esta
doença "com determinação".
Angola não regista
casos de poliomielite há mais de 14 meses.
Relativamente à
sida, Manuel Vicente manifestou-se igualmente satisfeito com os resultados
alcançados, salientando que a prevalência de 1,9% se tem mantido estável há
sete anos e é a mais baixa na região austral do continente africano.
Depois da
prioridade dada ao controlo e prevenção das doenças transmissíveis, evitáveis
pela imunização e doenças negligenciadas, o Governo estenderá agora a sua
atenção às doenças não-transmissíveis, a violência e traumatismos, pelo aumento
da sua incidência e pelo seu impacto negativo para a sociedade e economia
nacionais.
No final da
intervenção, Manuel Vicente reconheceu que existe ainda "um longo
caminho" a percorrer para se assegurar a cobertura universal dos serviços
essenciais de saúde às populações, tendo em conta a procura crescente,
resultante essencialmente do aumento demográfico.
Estima-se que
Angola tenha cerca de 18 milhões de habitantes.
Os trabalhos do
Comité Regional da OMS terminam na sexta-feira e estão presentes os ministros
da saúde ou representantes dos 46 países que integram este órgão.
NME // HB.
MPLA preocupado com
falta de boa-fé do Governo da Guiné-Bissau
19 de Novembro de
2012, 16:52
Cidade da Praia, 19
nov (Lusa) - O MPLA, no poder em Angola, está preocupado com a "falta de
boa-fé" do Governo de Transição na Guiné-Bissau, salientando que, se ela
persistir, "dificilmente" haverá solução para a crise guineense,
disse hoje um dirigente do partido.
A preocupação foi
expressada pelo secretário do Bureau Político para as Relações Internacionais
do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), Afonso
Van-Dúnem, após um encontro com o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria
Neves, na Cidade da Praia.
"Na
Guiné-Bissau, sabemos o aconteceu, apesar dos grandes esforços do Governo de
Angola para manter a paz e ajudar na organização do Estado e do Governo
guineenses. Deu no que deu e lamentamos bastante a situação. Aliás, voltou a
haver escaramuças, o que preocupa a comunidade que fala Português",
referiu.
Para Afonso
Van-Dúnem, encontrar uma solução para a Guiné-Bissau "não é fácil", é
até "complicada", pelo que tudo depende da vontade dos guineenses e
da ajuda que a comunidade internacional "possa dar e que tem vindo a
dar".
"Se o Governo
instalado na Guiné-Bissau for de boa-fé, se olhar para as questões do
desenvolvimento do povo, da educação e da solução dos problemas que são do
passado, estou em crer que se pode vir a encontrar a paz desejada, o progresso
e o desenvolvimento", defendeu, insistindo que tudo depende da vontade de
Bissau.
"Mesmo com a
ajuda internacional, se não houver por parte do Governo instalado uma aceitação
e colaboração, dificilmente se poderá empreender ações que venham a resolver os
grandes problemas que ainda enfrenta a Guiné-Bissau. A decisão do Governo em
direção à boa-fé ainda não foi tomada e espero a tome em breve, em nome do povo
guineense e em nome dos países que falam português", disse.
Na conferência de
imprensa, Van-Dúnem disse também aos jornalistas não acreditar que se
concretizem as ameaças da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que, na
semana passada, ameaçou voltar a pegar em armas para combater o regime de
Maputo.
"No caso de
Moçambique, se a oposição voltar às armas vai ser um problema difícil. Mas não
estou em crer que a Renamo possa voltar a pegar em armas contra um Governo
instituído democraticamente", disse, respondendo a uma questão sobre a
ameaça feita nesse sentido pelo líder da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama.
O dirigente do
MPLA, igualmente presidente da Fundação Sagrada Esperança, está desde domingo à
em Cabo Verde
para, segundo disse aos jornalistas, analisar com as autoridades cabo-verdianas
a "experiência" local sobre os jogos de fortuna e azar que Luanda
pretende implementar em breve.
Van-Dúnem regressa
terça-feira à noite a Luanda.
JSD //HB
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