Governo de
Moçambique anuncia liberalização do espaço aéreo
19 de Novembro de
2012, 09:21
Maputo, 19 nov
(Lusa) - O governo de Moçambique diz que o espaço aéreo do país já está
liberalizado e apelou para o investimento das companhias aéreas no setor, mas o
presidente da companhia de bandeira LAM arrefeceu as expetativas.
O anúncio da
liberalização foi feito na sexta-feira pelo ministro dos Transportes e
Comunicações moçambicano, Paulo Zucula, no batismo de dois novos aviões da
Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que detém o monopólio no mercado doméstico.
"Tenho ouvido
dizer que precisamos liberalizar o espaço aéreo para que mais companhias
nacionais possam operar, mas saibam que o espaço aéreo está livre, venham
investir, venham voar", disse o ministro.
Zucula acrescentou:
"Quero aproveitar esta ocasião para encorajar todas as companhias aéreas
nacionais a sentirem-se incentivadas a participar ativamente no desenvolvimento
da economia [moçambicana], em geral, e no desenvolvimento do turismo em particular".
Em junho, a
Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) queixou-se que o
elevado número de procedimentos para obter licenças restringe a entrada de
interessados em operar no espaço aéreo moçambicano.
Além do tempo de
espera de despacho dos requerimentos, é necessária nova espera para a obtenção
de autorização do Ministério da Defesa moçambicano, referiu a CTA.
Mas, na
sexta-feira, na mesma cerimónia, o presidente da LAM e deputado da Frelimo,
Teodoro Waty, apresentou um discurso algo contraditório com o do ministro.
"Alguns,
felizmente poucos, pensam que bastaria abrir o espaço aéreo que teríamos muitos
aviões com voos mais baratos. A estes poucos não basta recomendar que consultem
um oftalmologista", disse Watty.
No mesmo discurso,
o presidente da empresa reagiu à proibição da LAM, e das demais companhias
moçambicanas, de voar para o espaço aéreo europeu, uma situação que se verifica
há cerca de dois anos e que reafirmada em abril último.
A decisão da
Comissão Europeia foi baseada numa auditoria realizada pela Organização
Internacional de Aviação Civil (ICAO), que detetou várias irregularidades no
cumprimento de alguns requisitos no processo de certificação de operadores
aéreos, regulamentação aeronáutica, capacitação técnica e institucional.
"Pensou-se que
cortando as asas que nos alongava para novos e certos destinos para alcançar a
Europa seria um golpe de misericórdia para Moçambique continuar a manter a sua
companhia de bandeira viável. Enganaram-se. Aqui estamos, com mais investimentos
e podendo exibir os certificados passados pela IATA (Associação Internacional
de Transportes Aéreos) e ICAO emitidos em 2010, renovados em 2011 e 2012",
defendeu Waty.
Moçambique conta
actualmente com 13 transportadoras aéreas certificadas pelas autoridades: LAM,
Mozambique Express (Mex), Trans Airways/Kaya Airlines, Helicópteros Capital,
CFA Mozambique, Unique Air Charter, Aerovisão de Mozambique, Safari Air, ETA
Air Charter Lda, Emílio Air Charter Lda, CFM-TTA Sa, Aero-Servicos Sarl e VR
Cropsprayers Lda.
Apenas a LAM
assegura ligações diárias com as capitais provinciais, cobrando preços elevados
e que, por vezes, se comparam aos dos voos intercontinentais.
LAS //EJ.
Quarenta e seis
reclusos evadem-se da cadeia de Tete
19 de Novembro de
2012, 16:26
Chimoio,
Moçambique, 19 nov (Lusa) - Pelo menos 46 reclusos evadiram-se na noite de
domingo da cadeia provincial de Tete, centro de Moçambique, depois de um motim,
disse hoje à Lusa fonte oficial, adiantado que 11 já foram recapturados.
Dos confrontos na
cadeia de Tete saíram feridos dois guardas prisionais, atingidos por pedras, e
dois reclusos, por inalação de gás lacrimogéneo, informou Danilo Bay, diretor
provincial da justiça de Tete.
Os reclusos haviam
engendrado uma fuga, abrindo para isso um buraco na parede do pavilhão das
celas, quando foram surpreendidos pelos guardas prisionais, que foram
"recebidos" com ataques de pedras, arremessadas pelos fugitivos.
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