quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cabo Verde: PASSOS VAI LÁ, DIREÇÃO NACIONAL DAS ARTES, FMI AVISA ABRANDAMENTO

 


Primeiro-ministro desloca-se a Cabo Verde e participa em II Cimeira entre os dois países
 
26 de Novembro de 2012, 17:54
 
Cidade da Praia, 26 nov (Lusa) -- O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, desloca-se entre sábado e segunda-feira a Cabo Verde, passando pelas ilhas de São Vicente, onde participa na II Cimeira Portugal/Cabo Verde, e de Santiago.
 
A II Cimeira Portugal/Cabo Verde vai decorrer na manhã de domingo na ilha cabo-verdiana de São Vicente, com os chefes de Governo dos dois países apostados em recentrar a cooperação na vertente económico e empresarial.
 
Segundo o programa provisório do chefe do executivo português, hoje divulgado, Pedro Passos Coelho desloca-se a Cabo Verde à frente de uma delegação que integra vários membros do Governo, entre eles, os ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, da Administração Interna, Miguel Macedo, e da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, entre outros elementos do executivo.
 
Passos Coelho e comitiva chegam na tarde de sábado à ilha de São Vicente, mantendo, a partir daí, uma vasta agenda oficial, entre encontros, reuniões e visitas a projetos em curso ligados à cooperação portuguesa.
 
Logo após chegar ao Mindelo, Passos Coelho e o homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, têm uma reunião de trabalho, ao mesmo tempo que decorrerem os encontros setoriais entre os diversos ministros.
 
Um encontro com a comunidade portuguesa e um recital de piano na Academia Jotamonte completam o programa de Passos Coelho antes do jantar oficial com que será obsequiado pelo seu homólogo cabo-verdiano num hotel da cidade.
 
Domingo de manhã, na Alfândega Velha, onde se situa o Centro Cultural Português do Mindelo, começam os trabalhos da segunda cimeira, cuja sessão de abertura, aberta aos jornalistas, contará com intervenções dos dois primeiros-ministros.
 
A plenária da cimeira, à porta fechada, decorrerá entre as 10:10 e as 12:15 locais (Lisboa tem mais uma hora), seguindo-se a assinatura de diferentes acordos e uma conferência de imprensa conjunta, após o que termina a cimeira.
 
À tarde, Passos Coelho e Neves vão inaugurar alguns apartamentos construídos pela empresa portuguesa Armando Cunha em Ribeira Julião, no quadro do programa "Casa para Todos", financiado por uma linha de crédito portuguesa.
 
O regresso ao Mindelo será feito pela nova estrada, igualmente construída pela Armando Cunha, que liga o Calhau à Baía e, por sua vez, à capital de São Vicente.
 
A meio da tarde, Passos Coelho segue de avião para a Cidade da Praia, enquanto a restante delegação portuguesa segue para a ilha do Sal, de onde regressará a Lisboa.
 
Segunda-feira, Passos Coelho toma o pequeno-almoço com empresários portugueses e efetua uma visita à Câmara da Cidade da Praia, seguindo-se uma deslocação às obras de construção da Barragem da Faveta, com financiamento português, no concelho de São Salvador do Mundo, interior da ilha de Santiago.
 
Após o almoço, Passos Coelho desloca-se à Assembleia Nacional (AN), onde se encontrará com o presidente do Parlamento, Basílio Mosso Ramos, e com os líderes parlamentares do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), José Manuel Andrade, e do Movimento para a Democracia (MpD), Fernando Elísio Freire.
 
O primeiro-ministro visitará em seguida o Centro Comum de Vistos da União Europeia (UE), onde terá um encontro com o embaixador dos "27" na capital cabo-verdiana, o português José Manuel Pinto Teixeira, após o que seguirá para a Presidência da República, para uma visita de cortesia ao chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.
 
O último ato oficial da visita de Passos Coelho acontecerá no Hospital Agostinho Neto, onde visitará o novo centro de hemodiálise, igualmente oriundo da cooperação portuguesa. À noite, Passos Coelho regressa a Lisboa, via ilha do Sal.
 
JSD. // SMA
 
Cabo Verde vai criar Direção Nacional das Artes - ministro da Cultura
 
28 de Novembro de 2012, 08:37
 
Cidade da Praia, 28 nov (Lusa) - Cabo Verde vai criar, em 2013, a Direção Nacional das Artes (DNA), instituição com competência para administrar o setor, fruto do aumento de 55% no Orçamento do Estado (OE), disse o ministro da Cultura cabo-verdiano.
 
Citado hoje pela Inforpress, Mário Lúcio Sousa, que falava na terça-feira no debate do OE para 2013, entretanto aprovado, salientou que a "preocupação do Governo"em relação às Artes.
 
O ministro cabo-verdiano congratulou-se com o facto de o OE2013 contemplar um aumento de 55% para o setor da Cultura, o equivalente a cerca de 44 mil contos (339 mil euros), considerando que, no atual contexto, o mérito é da sociedade civil.
 
Mário Lúcio Sousa considerou que se trata de um "ganho enorme" para o país, pois apostar na Cultura, neste momento, é "agregar valores e identidade do povo cabo-verdiano a tudo quanto é material".
 
O também compositor, músico e escritor lembrou que o futuro passa pelas economias recreativas e que, no mundo atual, quando se exportarem dois produtos iguais, ganhará aquele que tiver uma "distinção pela sua identidade".
 
"Que em 2013, Cabo Verde comece na equipa da frente, apostando no tangível, no seu património, na sua identidade e na criatividade da sua gente", sublinhou, garantindo que, deste modo, o país estará a apostar numa "fonte inesgotável de riqueza".
 
JSD // PMC
 
FMI alerta Cabo Verde para abrandamento económico em 2013 e que poderá estender-se a 2014
 
28 de Novembro de 2012, 16:28
 
Cidade da Praia 28 nov (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje Cabo Verde para o abrandamento económico previsto para 2013, avisando que poderá prolongar-se até 2014, e advertiu para os perigos dos "grandes investimentos" previstos para os próximos anos.
 
Os alertas foram feitos hoje por Sukhwinder Singh, chefe de uma missão de avaliação que o FMI está a efetuar em Cabo Verde, no final de uma reunião de trabalho com a Comissão Espacializada de Finanças e Orçamento do Parlamento cabo-verdiano.
 
Singh indicou que "não será aconselhável" que o Governo de José Maria Neves espere até 2016 para aumentar a tributação, salientando que o país não deve contar com "grandes investimentos" nos próximos anos, mas sim concentrar-se nas "grandes reformas, consolidar os investimentos e aumentar a liquidez" dos bancos.
 
Em causa está o Programa de Investimentos Públicos (PIP), no valor de 25,9 milhões de contos (cerca de 234 milhões de euros - 14% do Produto Interno Bruto - PIB), cujo financiamento está assegurado com empréstimos concessionais (de longo prazo e com baixas taxas de juro).
 
Por outro lado, a falta de liquidez da banca comercial em Cabo Verde tem dificultado o acesso ao crédito por parte das empresas locais.
 
Nesse sentido, Singh sugeriu que Cabo Verde terá de apostar nas reformas fiscais, administrativas, económicas, políticas e nas empresas públicas que, segundo disse, trazem "grandes problemas" à economia cabo-verdiana.
 
O responsável do FMI aconselhou as autoridades cabo-verdianas a qualificarem o arquipélago como destino turístico, tendo em conta que o país dispõe de um "bom quadro macroeconómico", permitindo fazer concorrência direta a outros destinos.
 
Sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2013, aprovado terça-feira à noite na generalidade pelo Parlamento cabo-verdiano, Singh disse concordar com o documento, sem adiantar mais pormenores.
 
A este propósito, a presidente da comissão parlamentar, Orlanda Ferreira, deputada do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), sublinhou que o FMI já conhecia "de antemão" a proposta, tendo-a analisado com o Governo.
 
Segundo Orlanda Ferreira, o chefe da missão do FMI ainda não analisou o OE2013 na especialidade, nomeadamente a questão das despesas de funcionamento.
 
"O chefe da missão pediu aos deputados para identificarem rubricas no orçamento que possam ser alteradas", disse, alertando que os aumentos de impostos terão um "grande impacto" nas "classes mais desfavorecidas" da população.
 
A proposta de OE, cuja votação final global decorrerá entre 10 e 14 de dezembro próximo, prevê despesas de 60,4 milhões de contos (548 milhões de euros, mais 3,3 milhões do que em 2012) e receitas de 47,3 milhões de contos (429 milhões de euros, mais 6,6 milhões de euros do que o do ano passado).
 
O OE aponta para um défice em torno de 7,4 por cento do PIB (9,8 por cento para este ano), com a dívida programada para 90 por cento do PIB, em que a externa se situa nos 70 por cento e a interna em torno dos 20 por cento (mais 10 por cento do que a prevista para 2012).
 
JSD. // VC.
 

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