quinta-feira, 29 de novembro de 2012

São Tomé e Príncipe: GOVERNO CONTESTA MOÇÃO DE CENSURA E RECORRE A TRIBUNAL

 


Parlamento de São Tomé e Príncipe elege novo presidente
 
28 de Novembro de 2012, 11:20
 
São Tomé, 28 nov (Lusa) - Alcino de Barros Pinto, deputado e vice-presidente do principal partido da oposição, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -Partido Social-democrata (MLSTP-PSD) foi eleito hoje novo presidente da Assembleia Nacional são-tomense (parlamento).
 
Eleito por unanimidade dos 29 deputados dos três partidos da oposição, Alcino de Barros Pinto sucede no cargo a Evaristo de Carvalho, que renunciou ao cargo na segunda-feira, alegando "falta de condições".
 
Os 26 deputados do partido do Governo, Ação Democrática Independente (ADI), não estiveram presentes no hemiciclo, em protesto pela intenção da oposição de apresentar hoje uma moção de censura ao Governo.
 
Alcino Pinto, licenciado em direito, tem 56 anos e já exerceu várias funções governativas em pelo menos três antigos governos do MLSTP.
 
"Estou plenamente convicto de que o desafio que acabo de assumir não é fácil. O nosso povo precisa de nós para com ele ultrapassarmos as barreiras difíceis para atingirmos o desenvolvimento", disse o presidente eleito da Assembleia Nacional, que lembrou que a tradição do seu partido "é de diálogo, de responsabilidade e de solidariedade".
 
Tal como prometeram na terça-feira em comunicado, os deputados do ADI não se fizeram representar na sessão parlamentar de hoje.
 
Mas momentos antes de se iniciar a sessão, uma delegação do partido do Governo dirigiu-se ao parlamento para negociar um acordo com a oposição.
 
"Eles vieram e impuseram que queriam negociar apenas com o MLSTP e dissemos que estamos vinculados por um acordo interpartidário, pelo que qualquer negociação teria que ser a este nível", explicou a Lusa o dirigente do principal partido da oposição, Gaudêncio Costa.
 
A delegação do partido do governo que pretendia negociar com a oposição era chefiada por Levy Nazaré, secretário-geral da ADI.
 
Após um intervalo, a sessão parlamentar vai prosseguir com o segundo ponto da ordem do dia que é a discussão da moção de censura ao Governo.
 
MYB // VM.
 
Parlamento são-tomense aprova por unanimidade moção de censura
 
28 de Novembro de 2012, 16:21
 
São Tomé, 28 nov (Lusa) -- O parlamento são-tomense aprovou hoje por unanimidade uma moção de censura ao Governo, na ausência de todos os deputados do partido que sustenta o executivo.
 
A moção foi aprovada pela totalidade dos 29 deputados de três partidos da oposição. Os 26 deputados da Ação Democrática Independente (ADI), partido do Governo, não participaram na sessão por indicação do primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
 
O chefe do Governo alegou na segunda-feira que não foi formalmente informado pelo parlamento da intenção da oposição de apresentar a moção de censura e que por isso os deputados do seu partido não iriam estar presentes.
 
O novo presidente do parlamento, Alcino de Barros Pinto, escolhido hoje pelos deputados da oposição para ocupar o cargo, vai agora, de acordo com a Constituição, comunicar a decisão dos parlamentares ao Presidente da República, Manuel Pinto da Costa.
 
Segundo a Constituição são-tomense, o chefe de Estado deverá agora chamar a ADI, partido mais votado, a formar novo Governo. Se este partido recusar, o Presidente chama a segunda formação política mais votada, neste caso, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD) a formar o executivo.
 
Se estas tentativas não resultarem na formação de um Governo, o Presidente deve convocar eleições legislativas antecipadas.
 
Durante a apresentação da moção de censura, o deputado do principal partido da oposição, MLSTP-PSD, Gaudêncio Costa, disse que "há sinais claríssimos de indícios de corrupção neste Governo, sobretudo na forma de atuação do Sr. primeiro ministro e chefe do governo".
 
"Fala de estabilidade, mas instiga à instabilidade política e social, chegando a organizar manifestações ilegais quando nos seus discursos tem feito apelo à estabilidade governativa", acusou
 
O MLSTP-PSD acusa ainda o governo de "vendedor de sonhos" que "anda a enganar o povo com anúncios de projetos irrealizáveis".
 
"Os jovens são o alvo principal das suas demagogias, tendo a em conta que aí encontra terreno fértil para desenvolver a venda de sonhos. Engana as populações que vai fazer tudo mais alguma coisa, quando não dispõe de meios para o fazer", defendeu o MLSTP-PSD durante a apresentação da moção de censura.
 
Durante a apresentação da moção de censura, apenas três deputados usaram da palavra para fustigar o executivo do primeiro-ministro, Patrice Trovoada, que não tinha nem deputados nem membros do governo na planaria para o defender.
 
MYB/VM // HB
 
Governo são-tomense contesta moção de censura no tribunal e conta manter-se no poder
 
28 de Novembro de 2012, 20:27
 
São Tomé, 28 nov (Lusa) -- O Governo de São Tomé e Príncipe disse hoje que não reconhece a moção de censura hoje aprovada no parlamento e anunciou um recurso no Tribunal Constitucional, contando manter-se entretanto em funções.
 
"O Governo não reconhece a legitimidade da mesa da assembleia constituída esta manhã, tendo em conta que existem procedimentos regimentais que foram violados e também porque existem competências que são exclusivas do presidente da mesa da assembleia", disse em conferência de imprensa o ministro da justiça, Elísio Teixeira.
 
O parlamento são-tomense aprovou hoje por unanimidade uma moção de censura ao Governo, na ausência de todos os deputados do partido que sustenta o executivo, e elegeu um novo presidente do hemiciclo, Alcino de Barros Pinto, do principal partido de oposição, em substituição do anterior, Evaristo de Carvalho, que se demitiu na segunda-feira alegando "falta de condições".
 

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