Governo de
transição da Guiné-Bissau reduz para metade imposto sobre exportação do caju
19 de Novembro de
2012, 13:58
Bissau, 19 nov
(Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau baixou para metade os impostos
sobre a exportação da castanha de caju mas na capital do país, segundo fonte
empresarial, ainda permanecem 20 mil toneladas do produto por vender.
A medida foi
contestada pela Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, mas hoje
foi elogiada pela Associação Nacional dos Importadores e Exportadores da
Guiné-Bissau.
Mamadu Iero
Jamanca, presidente da Associação, disse hoje em conferência de imprensa que a
diminuição de taxas e impostos foi de "importância vital nesta fase de
dificuldade de exportação da castanha de caju".
O caju é o
principal produto de exportação da Guiné-Bissau e o "motor" da
economia do país mas este ano, devido a questões internas (golpe de Estado em
abril) e variação de preços no exterior, permanecem dezenas de toneladas do
produto em armazéns em Bissau.
O Governo de
transição, por decreto, reduziu para metade as taxas ligadas à exportação e
baixou de 50 para 10 francos CFA (um euro é equivalente a 655 francos CFA) o
preço a pagar por cada quilo de caju para o Fundo de Promoção da
Industrialização de Produtos Agrícolas.
A medida, de acordo
com o decreto, surgiu pela "urgente necessidade de escoamento do 'stock'
de castanha de caju", cerca de 50 mil toneladas no início do mês.
Mamadu Iero Jamanca
disse que entretanto já foram escoadas cerca de 30 mil toneladas, continuando
por vender mais 20 mil em Bissau e havendo ainda mais entre 10 a 14 mil
toneladas fora de Bissau, neste caso números estimados e não oficiais.
Fernando Flamengo,
da Associação de Importadores e Exportadores, disse à Lusa que "os preços
internacionais de compra de castanha de caju eram incompatíveis com os preços
de custo que os empresários tinham", e que "agora o preço de compra
internacional já é talvez compatível com o preço de custo, e mesmo que haja
perdas são mais pequenas".
Segundo o
responsável só em impostos os empresários pagavam 90 dólares (70,5 euros) por
tonelada de caju exportado.
O empresário
acrescentou que se está a vender devagar e que há caju a ser exportado que não
foi vendido. Ainda assim disse acreditar que até ao fim do ano seja escoado
todo o caju, produto que em situações normais deveria ter sido vendido até
agosto.
O preço da castanha
de caju baixou este ano em relação ao ano passado. Segundo Fernando Flamengo no
ano passado vendeu-se caju entre 1300 a 1500 dólares (1000 a 1170 euros) a
tonelada e este ano o preço mais alto foi de 1100 dólares (861 euros).
A próxima campanha
de caju deve começar entre abril e maio de 2013.
FP //HB
Consórcio
luso-guineense promete primeiro centro comercial da Guiné-Bissau em 18 meses
19 de Novembro de
2012, 14:52
Bissau, 19 nov
(Lusa) - Um consórcio constituído por um grupo empresarial guineense e vários
empresários portugueses afirma que vai construir o primeiro centro comercial na
Guiné-Bissau, que deverá abrir na capital dentro de 18 meses.
Segundo Luís Neves,
empresário português e sócio integrante do consórcio, a primeira pedra para a
construção do centro comercial, enquadrado dentro de uma cadeia de vários
empreendimentos a serem construídos, será lançada no próximo sábado na presença
de entidades oficiais guineenses e empresários dos dois países.
A este propósito,
disse, chegam a Bissau na próxima sexta-feira os representantes de oito grupos
empresariais portuguesas, de áreas como metalomecânica, carpintaria, casas
pré-fabricadas, serralharia, produtos alimentares, cozinhas e material de
construção.
Os empresários
lusos virão constatar a realidade guineense e estudar com possíveis parceiros
guineenses as futuras áreas de parceria, assinalou Luís Neves em declarações à
Lusa, explicando ainda os passos para a construção do primeiro centro comercial
na Guiné-Bissau.
Neves adiantou que
será um centro comercial de construção ligeira, a ser erguido na zona
industrial de Brá, a seis quilómetros do centro de Bissau, com 1500 metros
quadrados e quatro pisos, dentro dos padrões da Guiné-Bissau "mas com
todas as condições de higiene, segurança e mobilidade" iguais aos
edifícios semelhantes na Europa.
O responsável
sublinhou que o consórcio não colocará restrições para o aluguer do espaço,
apenas irá exigir que os produtos a serem comercializados no centro comercial
sejam de marcas reais.
Questionado sobre
se existe mercado para o funcionamento de um centro comercial na Guiné-Bissau,
Luís Neves disse que os estudos feitos pelo consórcio apontam que sim e que
depois de Bissau a ideia é abrir em Mansoa (centro/norte), Gabu (leste) e Buba
(sul).
Luís Neves
assinalou que desde já "há muitos guineenses" radicados em Portugal
que se têm manifestado com vontade de investir no país mas que não o fazem por
falta de condições, sobretudo de espaços para alugar.
Sobre a
instabilidade político-militar que afeta a Guiné-Bissau nos últimos anos, o
empresário português reconheceu que é uma realidade mas disse que tal não pode
inibir os potenciais investidores. Mesmo com a instabilidade, Luís Neves afirma
não existir receios para investir na Guiné-Bissau.
"Se
estivéssemos com receios não estávamos a trabalhar aqui neste projeto. A
história reza que na Guiné-Bissau, tirando a guerra de 98, nunca um empresário
foi prejudicado no seu negócio diretamente por razoes políticas", destacou
Luís Neves.
Além do centro
comercial, o consórcio luso-guineense pretende construir no total sete
armazéns, duas salas de cinema, um edifício multi-serviços, escritórios para
alugar a baixo custo, um pavilhão para uma feira de exposição de produtos
produzidos na Guiné-Bissau e os de outros países e ainda abrir uma rádio
privada para a divulgação das atividades do grupo.
MB // HB
Grupo luso-guineense
acorda com Governo de Transição eletricidade no norte da Guiné-Bissau
19 de Novembro de
2012, 15:27
Bissau, 19 nov
(Lusa) - Um grupo constituído por três empresários portugueses e um guineense
rubricou com o Governo de transição da Guiné-Bissau um protocolo para o
fornecimento de energia elétrica para as populações de três localidades no
norte do país.
Em declarações à
Agência Lusa, Luís Neves, sócio do grupo Eletrobissau (constituído pelos
portugueses Dinis Carvalho, Luís Neves e Francisco Melo e o empresário
guineense Carambá Turé) explicou que se tudo correr como previsto até ao final
do ano uma das localidades terá energia elétrica.
As localidades de
Bula, Canchungo e Cacheu são as contempladas no projeto, mas Canchungo é a vila
que deverá ter energia mais rapidamente já que possui 30 por cento de
equipamentos, assinalou Luís Neves.
Logo no início do
próximo ano Cacheu terá energia fornecida pela Eletrobissau e a seguir será a
vez de Bula, vila onde o grupo terá que construir infraestruturas de raiz,
disse Luís Neves.
Na primeira fase o
fornecimento de energia às três localidades será feito à base de geradores
alimentados a gasóleo, mas depois de três anos do projeto o grupo
luso-guineense contará com o concurso de uma empresa espanhola que se vai
juntar à iniciativa, construindo de raiz uma central a biogás ou biomassa,
adiantou Neves.
O protocolo
assinado entre a Eletrobissau e o Governo guineense é para durar mais de 20
anos e visa produzir energia e fornecê-la às populações a baixo custo.
Luís Neves diz ser
preocupação da sua empresa a questão do roubo da energia.
"O roubo da
energia elétrica é um problema com o qual temos de lidar, mas contamos
desenvolver campanhas de sensibilização às populações destas localidades,
fazendo-lhes ver que se nos roubarem a energia deixam de tê-la porque aí a
empresa deixa de render", observou Neves.
Numa primeira fase
do projeto o consumo da energia é controlado através de contadores analógicos
mas seis/sete meses depois será feito a partir de novos contadores pré-pagos a
serem instalados para todos os clientes.
Na Guiné-Bissau o
fornecimento da energia elétrica pública tem constituído um verdadeiro
problema. Algumas localidades, sobretudo, as do interior do país, estão sem
energia há mais de 20 anos.
Recentemente o
Governo tem vindo a ensaiar parceiras com empresas privadas para o fornecimento
de energia pública.
MB // HB.
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