FMI aconselha
"muito cuidado" no aumento dos preços dos transportes públicos em
Moçambique
02 de Novembro de
2012, 13:45
Maputo, 02 nov
(Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) aconselhou hoje em Maputo as
autoridades moçambicanas a agirem com "muito cuidado" na questão do
aumento dos preços dos transportes públicos, para não penalizar as camadas mais
pobres da população.
A capital
moçambicana vive com alguma tensão devido a receios de que se possam repetir as
cenas de violência popular de 2010, quando na próxima semana entrarem em vigor
os novos preços dos transportes públicos, aprovados na semana passada pela
Assembleia Municipal de Maputo.
Em conferência de
imprensa sobre o desempenho da economia moçambicana, o representante do FMI em
Moçambique, o brasileiro Victor Lledó, aconselhou "muito cuidado" na
aplicação de preços dos transportes públicos, para não penalizar os segmentos
mais desfavorecidos da sociedade.
"São decisões
difíceis que devem ser tomadas com muito cuidado, devem ser bem pensadas de
modo a que possam ser defendidas as camadas mais pobres da população",
afirmou Victor Lledó.
O representante do
FMI em Moçambique assinalou que o agravamento dos custos de transporte deve
também ter em conta que os operadores privados do setor, vulgo
"chapas", já aumentaram "implicitamente" o preço de viagem
através de "encurtamentos" dos percursos.
"O setor
privado tem um poder incrível de se adaptar a conjunturas que lhe sejam
favoráveis. É notório que os "chapas" aumentaram o preço
implicitamente, através do encurtamento de rotas", frisou Victor Lledó.
Apesar de defender
a proteção dos mais pobres, o representante do FMI em Maputo sublinhou que as
tarifas devem atender à necessidade de custos que não prejudiquem a
sustentabilidade do transporte público.
A Assembleia
Municipal de Maputo aprovou na semana passada o aumento do preço de viagem nos
autocarros públicos de cinco para 7,5 meticais (cerca de 18 cêntimos de euro) e
de 7,5 para nove meticais (cerca de 23 cêntimos) no transporte público de
operadores privados.
PMA // VM.
PROJECTO DE GÁS DA
ANADARKO PODERÁ DUPLICAR PIB DE MOÇAMBIQUE
02-11-2012 15:14:39
John Hughes, da AIM, em Londres
Londres, 2 Nov (AIM) – A multinacional Anadarko Petroleum Corporation, uma
companhia petrolífera com sede no Texas, EUA, prevê uma produção anual de cerca
de 50 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito (GNL) extraído da sua
concessão na Bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, norte de
Moçambique.
Paralelamente, as receitas resultantes do projecto poderão igualar ou
ultrapassar o actual Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique.
Falando em entrevista a AIM, o porta-voz da Anadarko, John Christiansen, disse
“fizemos uma massiva descoberta em Moçambique. Olhando
para todos os recursos que encontramos na Área 1 da Bacia do Rovuma, estamos
próximos dos 100 triliões de pés cúbicos de gás natural, com um volume
recuperável entre 35 a
65 triliões de pés cúbicos”.
A companhia está a concentrar o seu desenvolvimento inicial na construção de
duas unidades de liquefacção de gás natural, cada uma com uma capacidade para
processar cinco milhões de GNL, destinado para os mercados de exportação.
Contudo, Christiansen afirma que existem reservas suficientes que justificam a
instalação de 10 unidades de liquefacção, correspondente a uma produção anual
de 50 milhões de toneladas de GNL nos próximos anos.
Numa primeira fase, a Anadarko e seus parceiros tencionam investir cerca de 15
biliões de dólares em Moçambique, que inclui o desenvolvimento do projecto e
instalação de unidades de liquefacção de gás natural. A produção deverá iniciar
em 2018.
Aquela multinacional vai explorar as suas reservas descobertas no complexo
Golfinho/Atum estimadas entre 15
a 35 triliões de pés cúbicos de gás natural recuperável,
e no complexo Prosperidade, cujas reservas estão calculadas entre 17 a 30 triliões de pés
cúbicos.
O complexo Prosperidade está situado a sul do Golfinho/Atum e faz fronteira com
a Área 4, que foi concessionada a multinacional italiana ENI.
Segundo Christiansen, a Anadarko já está a negociar com o governo moçambicano e
a ENI para estudar a possibilidade de juntarem esforços na exploração dos
recursos existentes.
A Anadarko também está a fazer um furo na área Pérola Negra, junto ao extremo
sul da Área 1, e tenciona abrir furos nas áreas Linguado e Orca nos finais do
corrente ano ou início de 2013.
Actualmente, a Anadarko emprega cerca de mil trabalhadores moçambicanos, e este
número poderá aumentar facilmente para atingir 10.000 durante a fase de
construção. Além disso haverá inúmeras oportunidades de emprego para os
serviços de apoio.
Christiansen descreve o projecto como uma oportunidade de transformação de
Moçambique em termos de receitas e empregos. Ele acredita que se a Anadarko
atingir 50 milhões de toneladas por ano poderá colocar Moçambique na terceira
posição entre os maiores exportadores de GNL do mundo inteiro a seguir ao Qatar
e Austrália.
Ele enfatizou a importância de se avançar com o projecto para que o mesmo
esteja operacional em 2018, para que o país possa se beneficiar das receitas
resultantes do projecto.
A Anadarko é a operadora da Área 1 da Bacia do Rovuma, lidera um consórcio com
36,5 por cento das acções. Os seus parceiros no consórcio incluem a Mitsui do
Japão (20 por cento), BPRL Ventures e Videocon (ambas da Índia com 10 por cento
cada uma) e a companhia estatal tailandesa PTTEP (8,5 por cento).
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) representa o governo moçambicano
com 15 por cento das acções.
(AIM) jhu/sg
FMI PREVÊ
CRESCIMENTO DE 7,5 POR CENTO ESTE ANO
02-11-2012 16:02:24
Maputo, 02 Nov (AIM) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um
crescimento real de 7,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em Moçambique
para o corrente ano, disse hoje, o representante residente daquela instituição
financeira no país, Victor Lledó.
Esta previsão é similar a do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que
vaticina um crescimento de 7,5 e 7,9 por cento para os anos de 2012 e 2013
respectivamente, mas está abaixo da meta do governo, que é de 8,5 por cento.
“A economia de Moçambique continua robusta, apesar da frágil conjuntura
económica global. Reflectindo o rápido arranque da produção de carvão e suas
exportações, espera-se que o crescimento do PIB real atinja 7,5 por cento este
ano”, disse Lledó.
Estas estimativas resultam de um trabalho de uma missão do FMI que visitou
Moçambique de 17 a
31 de Outubro para a quinta avaliação ao país no âmbito do Instrumento de Apoio
à Política Económica (PSI), um programa de monitoramento económico de três anos
aprovado em 2010.
A missão do FMI também apurou uma desaceleração acentuada da inflação, que caiu
de 16,6 por cento no final de 2010 para 1,2 por cento em Setembro de 2012, a taxa mais baixa na
região.
Segundo esta instituição, essa tendência da inflação reflecte os efeitos de um
firme aperto da política monetária em 2011, preços de alimentos importados mais
baixos do que o esperado, e estabilidade dos preços administrativos.
Igualmente, a missão do FMI constatou que as exportações e o investimento
directo estrangeiro têm permanecido fortes, levando a altos níveis de investimento
e ao fortalecimento adicional das reservas internacionais em 2012.
“A missão saúda o cometimento renovado das autoridades na persecução de
políticas económicas prudentes no âmbito do programa apoiado pelo FMI. As
políticas das autoridades continuam a ter por finalidade preservar a
estabilidade económica e sustentar o crescimento económico elevado, tornando-o
mais inclusivo”, indica a fonte.
Contudo, Lledó disse que o país está a registar passos assinaláveis na
agricultura, sendo o exemplo disso o corredor agrícola da Beira, no centro do
país, onde se verifica uma melhoria das cooperativas e créditos agrícolas.
Contudo, ele defendeu ser necessária a implementação de uma reforma agrícola,
investindo na melhoria das sementes para melhorar a produção, nas
infra-estruturas visando o melhor escoamento da produção, na melhoria do acesso
aos créditos bem como na facilitação do acesso aos títulos de direito de uso e
aproveitamento de terra.
Lledó sublinhou ainda a necessidade do país investir na protecção social com
vista a aumentar o nível de resistência das camadas vulneráveis aos choques.
No âmbito da protecção social, ele destacou o papel fundamental dos mega
projectos, que podem contribuir para o aumento das receitas fiscais, e que
poderão ser usadas para financiar programas de protecção social de modo a
aumentar a produção, produtividade e protecção social.
(AIM) MM/SG
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
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