Fillipe Mauro – Opera Mundi
EUA acusam
palestinos de serem os responsáveis pelos bombardeios israelenses
O
vice-primeiro-ministro de Israel, Eli Yishai, alegou neste sábado (17/11) que o
objetivo da operação é “mandar Gaza de volta para a Idade Média” para que seu
país “tenha tranquilidade por 40 anos”.
As declarações
surgem no momento em que
Israel faz seus últimos preparativos para uma invasão
terrestre contra o território palestino. Ainda nesta madrugada, bombardeios da
Força Aérea Israelense destruíram a sede do movimento de resistência Hamas e o
gabinete do primeiro-ministro do país, Ismail Haniya.
Também neste
sábado, um oficial de segurança e comunicação militar do governo dos EUA disse
à imprensa que “os israelenses tomarão decisões táticas e operacionais
sozinhos”. Segundo Ben Rhodes, o governo de Barack Obama “quer o mesmo que
Israel”, isto é, “o fim do lançamento de foguetes de Gaza”.
Rhodes, que
acompanha o presidente norte-americano Barack Obama em uma viagem pela Ásia
colocou em dúvida as origens dessa nova série de conflitos e disse que é pouco
provável que a tensão tenha surgido à partir da morte de Ahmed Jabari.
"Achamos que o fator desencadeante do conflito foi o lançamento de
foguetes procedentes de Gaza. Acreditamos que Israel tem o direito de se
defender e de tomar suas próprias decisões", argumentou.
O gabinete do
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já autorizou que cerca de 75 mil oficiais
israelenses da reserva sejam convocados pelas Forças Armadas. Números apurados
por agências de notícias apontam que, após quatro dias de troca de agressões,
já são 38 os palestinos mortos e três os israelenses.
Ataque bárbaro
O secretário-geral
da Liga Árabe, Nabil al Araby, pediu neste sábado que todas as iniciativas para
encerrar conflitos com Israel sejam revistas. No início de uma reunião
extraordinária dos ministros árabes de Relações Exteriores no Cairo, ele
destacou que "os crimes cometidos contra Gaza não podem ficar impunes
porque são crimes de guerra" e considerou que os últimos atos de violência
são "outros capítulos da ocupação israelense". Al Araby também
concordou em viajar a Gaza nas próximas horas, chefiando uma delegação
diplomática.
"Não haverá
paz nem estabilidade enquanto a ocupação israelense continuar", destacou o
secretário-geral da Liga Árabe, que pediu a união das diferentes frentes de
resistência da Palestina.
Os chefes das
diplomacias árabes devem analisar um projeto de resolução que condena "a
permanente agressão israelense à Gaza". De acordo com fontes ouvidas pela
Agência Efe, o mesmo documento julga a “Operação Pilar Defensivo” como "um
ataque bárbaro, que fere princípios de legalidade internacional e de direitos
humanos".
A reunião dos
titulares das Relações Exteriores foi atrasada em algumas horas para aguardar a
chegada do ministro tunisiano, Rafik Abdel Salam, ao Cairo. Ele repetiu o gesto
de solidariedade do premiê egípcio Hisham Kandil e visitou a Faixa de Gaza.
O bloco apoia os
esforços do Egito enquanto mediador do conflito e exigiu do Conselho de
Segurança das Nações Unidas que trabalhe pela preservação da paz mundial (sua
função primordial segundo a Carta de São Francisco, tratado fundador da ONU).
Uma das
expectativas é de que os chanceleres presentes no encontro respaldem a ANP
(Autoridade Nacional Palestina) em sua tentativa de recorrer à Assembleia Geral
das Nações Unidas para obter o reconhecimento de Estado observador.
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