O presidente da
Comissão Nacional Justiça e Paz, Alfredo Bruto da Costa, considera que o
Governo está a baixar o nível do país ao discutir a reforma do Estado com o
Fundo Monetário Internacional
O sociólogo Alfredo
Bruto da Costa, em entrevista à TSF, considera que a reforma do Estado «é,
antes de mais, uma escolha da própria sociedade, em que não deve haver a
intromissão de pessoas que não são membros da sociedade. Portanto, começar uma
coisa com gente estranha a fazer recomendações já é um mau sinal e é uma
perversão do próprio processo», sublinha.
O presidente da
Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) é da opinião que não são genuínos os
planos do Governo para reformar o Estado no sentido de obter melhores serviços
sociais.
«A finalidade
última do Governo não é reformar o Estado, mas arranjar quatro mil milhões de
euros até 2014. Portanto, o objetivo não é reformar o Estado, não é fazer com
que o Estado desempenhe melhor as funções que a sociedade quer que lhe
pertençam, mas é obter um certo dinheiro», acusa Bruto da Costa.
O sociólogo defende
que o debate sobre a reforma do Estado deve ser feito a nível interno com
várias perguntas às quais os portugueses devem responder para definir o modelo
de Estado social.
«A primeira parte
devia ser quais são as funções do Estado que a população quer, não é as que os
técnicos do FMI recomendam. (...) Depois quais são as implicações financeiras
disso e aí é que podem entrar técnicos do FMI ou de qualquer outra instância, o
que interessa é que seja gente competente, para ajudar os políticos portugueses
a avaliarem as aplicações financeiras disso», sugere Bruto da Costa.
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