Carlos Varela – Jornal de Notícias
Reunião convocada
de emergência reflete preocupação do Governo com próximos protestos. PSP à
procura de suspeitos nas imagens de redes sociais e televisões
O Governo quer
evitar que atos de violência como os do passado dia 14 se repitam. Miguel
Macedo chamou responsáveis pelo SIS, PSP, GNR e Sistema de Segurança Interna,
tendo em conta as manifestações marcadas para o dia 27, data da votação do
Orçamento do Estado. A Polícia está à procura de suspeitos no Facebook e
YouTube.
Miguel Macedo
convocou, na quinta-feira à tarde, uma reunião com os responsáveis pela
segurança do Estado. Sentados à mesma mesa, sexta-feira de manhã, estiveram o
secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, o diretor nacional da PSP, o
comandante-geral da GNR e o diretor do SIS, soube o JN junto de várias fontes.
Na agenda, os
níveis de violência de verdadeira batalha campal que o protesto de quarta-feira
atingiu. O Governo está preocupado face à possibilidade de se verificarem incidentes
similares no futuro, particularmente na manifestação do próximo dia 27, com a aprovação
do orçamento.
Em causa esteve, em
particular, a ação dos grupos anarquistas e a sua identificação. Miguel Macedo
quer saber quem são, se estão ou não organizados e qual o papel que os
estrangeiros estão a ter, uma vez que vários grupos espanhóis se encontravam na
manifestação de dia 14. Grande parte da informação foi dada pelo SIS, que tem
vindo a seguir estes grupos e a identificá-los. Ainda ninguém sabe, contudo,
quem são os estrangeiros. Se estudantes no âmbito do programa Erasmus ou
indivíduos integrados em grupos itinerantes anarquistas.
Na manifestação da
greve geral foram identificados novos elementos e o JN sabe que dos nove
detidos, já presentes a julgamento, pelo menos um já tinha sido detido numa
manifestação anterior. Um outro detido tinha uma máscara do 'Anonymous', um
movimento que reclama a condição de pacifista, e o mesmo aconteceu com outros
elementos apenas identificados. Outro dos detidos é sindicalista.
O tribunal mandou o
processo para o DIAP de Lisboa, para inquérito, mas a decisão contrariou a
vontade do Ministério Público e da PSP, que entendiam que os crimes em causa
justificavam o julgamento sumário, uma vez que enquadravam uma moldura penal
até cinco anos de cadeia.
Houve ainda
intenção de trazer a tribunal alguns dos 21 elementos policiais feridos nos
confrontos - num total de 48 feridos -, para que o tribunal verificasse a
gravidade da situação, mas essa ideia foi recusada.
A PSP está,
entretanto, a vistoriar as redes sociais, em particular o Facebook e o YouTube,
e a Comunicação Social à procura de imagens de indivíduos associados a
agressões e lançamento de pedras. A PSP está também a tentar encontrar novos
suspeitos de integrarem estes grupos.
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