sábado, 17 de novembro de 2012

Portugal: Ministro chama 'secretas' e polícias após violência junto ao Parlamento

 

Carlos Varela – Jornal de Notícias
 
Reunião convocada de emergência reflete preocupação do Governo com próximos protestos. PSP à procura de suspeitos nas imagens de redes sociais e televisões
 
O Governo quer evitar que atos de violência como os do passado dia 14 se repitam. Miguel Macedo chamou responsáveis pelo SIS, PSP, GNR e Sistema de Segurança Interna, tendo em conta as manifestações marcadas para o dia 27, data da votação do Orçamento do Estado. A Polícia está à procura de suspeitos no Facebook e YouTube.
 
Miguel Macedo convocou, na quinta-feira à tarde, uma reunião com os responsáveis pela segurança do Estado. Sentados à mesma mesa, sexta-feira de manhã, estiveram o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, o diretor nacional da PSP, o comandante-geral da GNR e o diretor do SIS, soube o JN junto de várias fontes.
 
Na agenda, os níveis de violência de verdadeira batalha campal que o protesto de quarta-feira atingiu. O Governo está preocupado face à possibilidade de se verificarem incidentes similares no futuro, particularmente na manifestação do próximo dia 27, com a aprovação do orçamento.
 
Em causa esteve, em particular, a ação dos grupos anarquistas e a sua identificação. Miguel Macedo quer saber quem são, se estão ou não organizados e qual o papel que os estrangeiros estão a ter, uma vez que vários grupos espanhóis se encontravam na manifestação de dia 14. Grande parte da informação foi dada pelo SIS, que tem vindo a seguir estes grupos e a identificá-los. Ainda ninguém sabe, contudo, quem são os estrangeiros. Se estudantes no âmbito do programa Erasmus ou indivíduos integrados em grupos itinerantes anarquistas.
 
Na manifestação da greve geral foram identificados novos elementos e o JN sabe que dos nove detidos, já presentes a julgamento, pelo menos um já tinha sido detido numa manifestação anterior. Um outro detido tinha uma máscara do 'Anonymous', um movimento que reclama a condição de pacifista, e o mesmo aconteceu com outros elementos apenas identificados. Outro dos detidos é sindicalista.
 
O tribunal mandou o processo para o DIAP de Lisboa, para inquérito, mas a decisão contrariou a vontade do Ministério Público e da PSP, que entendiam que os crimes em causa justificavam o julgamento sumário, uma vez que enquadravam uma moldura penal até cinco anos de cadeia.
 
Houve ainda intenção de trazer a tribunal alguns dos 21 elementos policiais feridos nos confrontos - num total de 48 feridos -, para que o tribunal verificasse a gravidade da situação, mas essa ideia foi recusada.
 
A PSP está, entretanto, a vistoriar as redes sociais, em particular o Facebook e o YouTube, e a Comunicação Social à procura de imagens de indivíduos associados a agressões e lançamento de pedras. A PSP está também a tentar encontrar novos suspeitos de integrarem estes grupos.
 
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