Raquel Albuquerque
- Público
Uma equipa de
investigadores portugueses analisou mais de 51 mil comentários deixados na
página do primeiro-ministro, após a mensagem que Passos Coelho escreveu aos
portugueses na noite de 8 de Setembro. Há quem veja os comentários como uma
“manifestação online” ou “uma catarse”. Mas aqui também pode estar um retrato
da sociedade de hoje.
“Vergonha”, “pobre”
e “coragem” foram as três palavras mais repetidas nos comentários escritos no
Facebook de Passos Coelho num intervalo de nove dias. Nesse intervalo de tempo,
entre 8 de Setembro (dia da publicação da mensagem) e 17 de Setembro (dois dias
depois das manifestações de dia 15, que reuniram
dezenas de milhares de portugueses nas ruas), foram escritos 51.566
comentários em reacção à
mensagem que o primeiro-ministro assinou como “Pedro” e no qual disse ter
feito “um dos discursos mais ingratos quem um primeiro-ministro pode fazer”.
Até hoje já foram quase 78 mil comentários a essa mensagem que se seguiu ao
anúncio da intenção de aumentar as contribuições dos trabalhadores para a
Segurança Social. A medida acabou por não avançar depois de muitas críticas e
de uma
reunião do Conselho de Estado em que o Governo foi convidado a explicar-se.
Já os comentários no Facebook continuaram a crescer. Uma equipa de
investigadores, no âmbito de um projecto em jornalismo computacional, extraiu
as reacções e fez uma lista com as 50 palavras mais repetidas.
Com base nessas palavras, foi desenhada uma “nuvem” dinâmica, na qual os vários termos surgem dentro de bolhas com um tamanho maior ou menor, consoante o número de ocorrências da palavra. Quanto mais vezes foi escrita, maior é o tamanho da bolha. “Sacrifício”, “mentiroso”, “desemprego”, “pior” ou “fome” estão dentro das maiores bolhas; “merda”, “poleiro”, “lata”, “equidade”, “cambada” ou “democracia” nas mais pequenas.
Com base nessas palavras, foi desenhada uma “nuvem” dinâmica, na qual os vários termos surgem dentro de bolhas com um tamanho maior ou menor, consoante o número de ocorrências da palavra. Quanto mais vezes foi escrita, maior é o tamanho da bolha. “Sacrifício”, “mentiroso”, “desemprego”, “pior” ou “fome” estão dentro das maiores bolhas; “merda”, “poleiro”, “lata”, “equidade”, “cambada” ou “democracia” nas mais pequenas.
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