terça-feira, 18 de dezembro de 2012

60 MILITARES AUSTRALIANOS DEIXARAM HOJE TIMOR-LESTE, ADEUS MISSÃO ONU!

 


Dezenas de elementos das forças de defesa australiana deixaram hoje Timor-Leste
 
18 de Dezembro de 2012, 18:09
 
Díli, 18 dez (Lusa) - Sessenta militares australianos destacados em Díli, Timor-Leste, no âmbito da Força de Estabilização Internacional (ISF), que encerrou oficialmente a missão em novembro, regressaram hoje a casa.
 
A ISF foi estabelecida em 2006 na sequência da grave crise política e militar que assolou o país e provocou dezenas de mortos, milhares de desalojados e a implosão da polícia nacional de Timor-Leste.
 
A Austrália tinha destacado em Timor-Leste 380 militares no âmbito daquela força.
 
A ISF, liderada pela Austrália, era composta no total por 460 elementos das forças de defesa australianas e da Nova Zelândia.
 
Os militares da Nova Zelândia regressaram a casa no passado mês de novembro, os militares australianos ainda presentes no país devem regressar a casa até ao Natal.
 
Os elementos que hoje deixaram Timor-Leste faziam parte da companhia ANZAC.
 
"Este é definitivamente o fim de uma era e o começo de uma nova e excitante fase para o povo de Timor-Leste. É o fim do envolvimento australiano e o início da independência timorense", disse o comandante da ANZAC, major Jarrah Hands, citado pela agência noticiosa AP.
 
Além do ISF, as forças militares australianas contribuíram também com elementos para a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT), que termina no próximo dia 31.
 
As forças australianas vão manter no país até abril alguns elementos para enviar equipamento para a Austrália e entregar ao governo timorense terrenos e instalações ocupadas por aquela força.
 
MSE // PMC
 
Missão das Nações Unidas chega ao fim após 13 anos ao país
 
18 de Dezembro de 2012, 18:29
 
Díli, 18 dez (Lusa) - As Nações Unidas terminam a última missão em Timor-Leste no dia 31 de dezembro, 13 anos depois de terem chegado para a consulta popular que levou o ex-território português à independência.
 
Das cinco missões que passaram pelo país desde 1999, duas foram missões políticas - a Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNAMET, do acrónimo em inglês) e o Escritório da ONU em Timor-Leste (UNOTIL) - e a atual Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), com sete anos, foi a mais longa.
 
No final de outubro, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e o último representante em Díli do secretário-geral da ONU, o dinamarquês Finn Reske-Nielsen, puseram fim às operações da missão de manutenção de paz em Timor-Leste.
 
A missão acaba no dia 31, Timor-Leste deixa de estar na agenda do Conselho de Segurança da ONU e começa uma nova fase da sua independência, sem forças estrangeiras.
 
A relação da ONU com Timor-Leste começou em 1975, quando o Conselho de Segurança reconheceu o direito dos timorenses à autodeterminação, mas só 24 anos mais tarde, após a ocupação indonésia (1975-1999), foi criada a UNAMET, liderada pelo britânico Ian Martin, em resultado dos acordos celebrados em maio de 1999, entre as diplomacias de Lisboa e Jacarta.
 
À consulta popular de 30 de agosto de 1999, organizada pela UNAMET e na qual a maioria dos timorenses rejeitou uma proposta de autonomia especial no seio da Indonésia, optando pela independência, seguiu-se um período de violência e destruição, protagonizado por milícias timorenses pró-integração e militares indonésios.
 
No "Setembro Negro" de 1999, as ações de violência levaram à fuga da maioria do pessoal das Nações Unidas, incluindo timorenses, quando a sede da organização em Díli foi abandonada, à exceção de uma presença residual na capital. Este período custou cerca de mil mortos e centenas de milhares de pessoas obrigadas a viajar para Timor Ocidental e outras províncias indonésias.
 
Só depois de grande pressão internacional, acentuada com a suspensão da venda de armas pelos Estados Unidos, o então Presidente indonésio, Bacharuddin Jusuf Habibie, aceitou uma força internacional para pôr fim à violência naquela que Jacarta considerava como a 27.ª província da Indonésia.
 
A 20 de setembro de 1999, chegou a Timor-Leste a Interfet (Força Internacional para Timor-Leste), liderada pela Austrália, a operar de acordo com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU mas sem pertencer à organização.
 
A Indonésia aceitou os resultados da consulta popular em outubro do mesmo ano, e a ONU criou a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor-Leste (UNTAET), a primeira na história da organização com funções de gestão de um território, liderada pelo brasileiro Sérgio Viera de Mello, que assumiu também o comando militar da força internacional.
 
Durante a presença da UNTAET, Timor-Leste realizou eleições para a Assembleia Constituinte e presidenciais, que ditaram as primeiras lideranças do país quando se assumiu como Estado soberano, a 20 de maio de 2002.
 
Na sequência desta restauração da independência, decretada originalmente em 28 de novembro de 1975, o Conselho de Segurança criou a Missão de Apoio das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMISET), que a 20 de maio de 2004 entregou aos timorenses a responsabilidade pela segurança.
 
Um ano mais tarde, esta estrutura deu lugar à UNOTIL, que terminou em agosto de 2006, logo após uma crise política e militar, que provocou dezenas de mortos, milhares de deslocados e a implosão da polícia nacional.
 
Uma força de estabilização internacional, de novo liderada pela Austrália, e vários contingentes de polícia, entre os quais a Guarda Nacional Republicana (GNR) portuguesa, garantiram a segurança no país, perante uma nova reconfiguração das Nações Unidas, a atual UNMIT.
 
Em 2011, a missão transferiu as responsabilidades de comando e controlo das operações policiais para a Polícia Nacional de Timor-Leste.
 
Durante o seu mandato, foram realizadas as eleições legislativas e presidenciais em 2007 e 2012. A forma como decorreram os escrutínios deste ano, considerados livres, justos e transparentes pela comunidade internacional, foram determinantes para o Conselho de Segurança da ONU decretar o fim da missão.
 
MSE // HB
 

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