domingo, 16 de dezembro de 2012

Alberto Nambeia eleito presidente do PRS, segundo maior partido da Guiné-Bissau

 

FP – ATR - Lusa
 
Bissau, 15 dez (Lusa) - Alberto Nambeia foi hoje eleito presidente do Partido da Renovação Social (PRS), o segundo maior partido da Guiné-Bissau, no decorrer do quarto congresso da formação, marcado pela desistência do líder histórico, Kumba Ialá.
 
Alberto M´Bunhe Nambeia, deputado da Assembleia Nacional, obteve 562 votos. Num universo de 801 delegados, Baltazar Cardoso obteve 123 votos, Sola N´Quilin 70 votos e Aladje Sonco 22 votos.
 
O quarto congresso do PRS elegeu também Florentino Mendes Teixeira (antigo secretário de Estado do Plano e Orçamento) como secretário-geral do partido (com 334 votos), deixando pelo caminho Carlitos Barai (256 votos) e Máximo Tchuba (192 votos).
 
A nova direção do partido foi eleita para um mandato de quatro anos.
 
Alberto Nambeia, como Kumba Ialá também no grupo fundador do PRS (14 de janeiro de 1992), disse após a vitória que terá como prioridades "unir a família PRS" mas também "unir a família guineense", e deixou elogios a Kumba Ialá.
 
"Aprendemos com Kumba Ialá e continuamos a aprender", disse, afirmando que a vitória no congresso não é dele mas sim "uma vitória do PRS".
 
O novo secretário-geral, Florentino Teixeira, disse que a democracia saiu reforçada na Guiné-Bissau, que o congresso desmentiu "especulações" à volta do PRS, e prometeu melhorar a imagem e o diálogo no partido.
 
"É preciso que o partido consiga vender as suas realizações, o que tem sido um défice", disse aos jornalistas após a eleição.
 
Na moção de estratégia vencedora Alberto Nambeia promete a descentralização do partido, a criação de grupos temáticos, de uma rede de gabinetes e de um departamento nacional das mulheres do PRS.
 
O novo presidente do partido considera que houve "um disfuncionamento" do PRS nos últimos tempos, com uma "evolução regressiva". Nos últimos oito anos, diz a moção, houve "sucessivas dissensões", a destruição das estruturas de base e desrespeito pelas opiniões das bases, falta de disciplina partidária e intriga e estado de inércia consentido pela direção superior do PRS.
 
Ainda que sem citar nomes são críticas nomeadamente a Kumba Ialá, que marcou o conclave anunciando a sua despedida, "não da política mas das disputas de mandatos e de cargos políticos partidários".
 
Num discurso de agradecimentos, de elogios a um congresso que mostrou "um PRS unido, mobilizado e determinado", Kumba Ialá citou o Velho Testamento para dizer que "tudo tem o seu tempo determinado" e que a decisão de desistir da corrida à presidência decorreu "do reconhecimento de que o tempo, os novos costumes políticos e as circunstâncias" lhe indicavam esse caminho.
 
"O golpe de Estado de 12 de abril pode ter feito cair o governo. Mas fez levantar o PRS. E vai fazer levantar o país. Um país que pode contar comigo, um país que pode contar connosco, um país que pode contar com o PRS", disse Kumba Ialá.
 
O novo presidente do partido nasceu há 48 anos na região de Mansoa e foi um dos fundadores do PRS, chegando a ser presidente interino da estrutura, quando Kumba Ialá foi Presidente da República. É deputado e membro da Comissão Permanente da Assembleia Nacional.
 

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