No congresso da
União Democrata Cristã, só deu Angela Merkel. Ela foi eleita pela sétima vez
presidente do partido. E com um resultado dos sonhos: 97,94% dos votos.
Seu comportamento
na convenção partidária da União Democrata Cristã (CDU), realizada nesta
terça-feira (04/12) em Hannover, foi objetivo, sóbrio, quase frio. Apenas
raramente Merkel deixou transparecer paixão durante seu discurso de uma hora. A
chanceler federal alemã, Angela Merkel, há 12 anos presidente da CDU, não
corresponde ao estereótipo de uma grande estrela.
Ela não caminha
majestosamente pelas fileiras de delegados partidários, sua entrada não é
acompanhada por música, seu discurso não é interrompido por aplausos
entusiasmados. E quando foi ovacionada pelos cerca de mil delegados no final de
seu discurso, Merkel parecia mais envergonhada que feliz.
Pacientemente, ela
esperou o fim dos aplausos de cerca de oito minutos, que após os seis minutos
na última convenção foram simplesmente uma obrigação. Ela acenou para o
plenário e estendeu as mãos juntas para o ar como um gesto de saudação.
Indiscutível à
frente do partido
Na convenção
partidária, cujo objetivo foi preparar a CDU para o ano eleitoral que se
anuncia, a chanceler federal alemã – intitulada pela mídia internacional como a
mulher mais poderosa da Europa – se comportou de maneira quieta e pensativa, seca
e quase apática. Quem quiser encontrar temperamento e carisma em Merkel, vai
procurar em vão. E
mesmo assim ela é a estrela indiscutível do seu partido.
Os delegados gostam
de sua forma de fazer política. "Eu acho que ela foi incrível", disse
a deputada berlinense Stefanie Vogelsang. "Espera-se sempre um tom mais
agressivo na campanha eleitoral, que os adversários políticos sejam mais
fortemente criticados. Mas ela não precisa disso. Eu adoro a forma como ela faz
política: despretensiosa e centrada nas questões práticas."
Um delegado do
estado da Renânia-Palatinado elogiou o discurso temático de Merkel. Assim, ela
conseguiu levar o partido para a campanha eleitoral do próximo ano, afirmou. Com
a chanceler federal na liderança e com a popular líder da bancada estadual da
CDU na Renânia-Palatinado, Julia Klöckner, a política diverte, disse ele
alegremente.
Apoio para Klöckner
e McAllister
Julia Klöckner é a
estrela ascendente da CDU. Atraente, charmosa e autoconfiante, ela apareceu em
frente às câmeras na convenção, deu entrevistas e respondeu a perguntas. Em seu Estado , ela
pretende levar novamente a CDU ao governo e conseguiu dar vida nova ao partido,
enfraquecido pelas lutas de poder. Em Hannover, ela foi eleita vice-presidente
da CDU.
Além de Klöckner,
David McAllister também angariou a simpatia dos delegados presentes no pavilhão
de número 13 da Feira de Hannover. O governador do estado da Baixa Saxônia, de
origem escocesa, irá concorrer em janeiro à eleição estadual. Seu discurso
combativo foi recebido com entusiasmo na convenção partidária. Os delegados de
seu estado levantaram cartazes com os letreiros "Eu sou Mc".
Sucessores de Merkel?
McAllister e
Klöckner, as governadoras Annegret Kramp-Karrenbauer, do Sarre, e Christine
Lieberknecht, da Turíngia, ou a ministra alemã do Trabalho, Ursula von der
Leyen – todos poderiam ser considerados como possíveis sucessores de Merkel. Mas
não se falou de sucessão na convenção da CDU em Hannover.
Merkel reina
incontestavelmente sobre a CDU. Ela é o programa do partido, a timoneira
"com uma firme bússola de valores no pesado mar tempestuoso", como
ela mesma descreve seu papel. Ela aposta na continuidade e promete dar
seguimento à coalizão com o Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em
alemão).
No entanto, os
parceiros de coalizão ainda devem se esforçar para sobreviver às eleições de
setembro próximo, disse Merkel. Segundo a chanceler federal, a coalizão entre
conservadores e liberais é o governo mais bem-sucedido desde a reunificação da
Alemanha.
Ele guiou o país
durante a crise econômica, reduziu o desemprego para o nível mais baixo dos
últimos anos e levou mais pessoas ao mercado de trabalho do que nunca. Apesar
disso, a crise financeira ainda não foi superada na Europa, advertiu a chefe
alemã de governo.
Com resultado de
sonhos rumo ao ano eleitoral de 2013
Mas a CDU acredita
na superação da crise financeira por parte de sua presidente. Merkel foi
reeleita pelos delegados com esmagadores 97,94%. Quando subiu à tribuna sob o
júbilo de seu partido para agradecer a confiança, ela parecia aliviada e até um
pouco contente.
Com um sorriso
aberto e dois grandes buquês de flores no braço, ela disse estar pasma com o
resultado. E, então, novamente bastante sóbria e diligente, acrescentou com
vista ao ano eleitoral de 2013: "Vamos arregaçar as mangas. Nós temos
muito trabalho pela frente."
Autora: Bettina
Marx (ca) - Revisão: Francis França
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