Deutsche Welle
País subiu quatro
posições em índice da ONG Transparência Internacional. Dinamarca, Finlândia e
Nova Zelândia lideram lista. Pontuação fraca da maioria dos países indica
"sério problema de corrupção" no mundo.
O Brasil ocupa o
69º lugar entre 176 países no Índice de Percepção de Corrupção de 2012,
divulgado nesta quarta-feira (05/12), em Berlim, pela ONG Transparência
Internacional (TI). O país subiu quatro posições em relação ao ranking do ano
passado, quando ocupava a 73ª posição, e repetiu o desempenho de 2010. Em uma
escala que vai de zero (percepção de alta corrupção) a cem (percepção de alta
integridade), o Brasil ficou com 43 pontos.
A TI observa que
enquanto nenhum país obteve a pontuação máxima, dois terços dos países têm
menos de 50 pontos, indicando um "sério problema de corrupção" no
mundo.
Os melhores
colocados foram Dinamarca, Finlândia e Nova Zelanda, empatados no topo da
lista. Segundo a TI, a boa colocação dos três países se deve principalmente ao
fácil acesso a informações e às regras claras para funcionários públicos.
O índice é
elaborado anualmente com base em sondagens e avaliações de diversas
instituições a respeito de como a corrupção no setor público é percebida em
cada país.
Entre os chamados
Brics, Brasil e África do Sul ficaram empatados na melhor colocação do grupo,
seguidos de China (80° lugar), Índia (94°) e Rússia (133°). Segundo a ONG
alemã, "há um reconhecimento público mais forte no mundo inteiro,
incluindo as economias emergentes dos grupo Bric, como China e Brasil, dos
custos da corrupção, além de uma crescente recusa em aceitá-la como fato
inevitável".
"Rússia deve
dar exemplo"
A Rússia subiu 10
posições em relação ao ano passado, mas a entidade ressaltou que as novas
restrições de Moscou em relação às organizações não governamentais dificultam o
monitoramento da corrupção no país. "A Rússia, que assumirá a presidência
rotativa do G20 (em 2013), deve tentar dar exemplo", criticou o
diretor-executivo da TI, Cobus de Swardt.
Já a China caiu
cinco posições, mas Swardt ponderou que Pequim vem demonstrando maior
consciência dos perigos de ignorar a corrupção, incluindo aquela particada por
companhias chinesas operando no país e no exterior.
Boa parte da
América Latina ficou abaixo da média do ranking da TI, apesar da aceleração
econômica observada na região durante a última década, a qual ajudou a reduzir
o nível de pobreza. Paraguai (150) e Venezuela (165) têm o mais alto nível de
percepção da corrupção na região, não muito longe de Somália, Coreia do Norte e
Afeganistão, empatados em último. Chile e Uruguai, ambos na posição de número
20, são os países latino-americanos de melhor colocação.
Alerta para União
Europeia
Os países mais
atingidos pela crise na zona do euro também decepcionaram. A Grécia é a pior
colocada entre os 27 países da União Europeia (UE), ficando na 94ª posição. A Itália
ficou no lugar de número 72. "Os resultados da pesquisa devem ser um sinal
de alerta para a UE exigir mais informações e prestação de contas de seus
Estados membros ", disse a analista da TI para Europa, Jana Mittermaier,
acrescentando que isso deve se aplicar também aos atuais esforços para
estabelecer uma supervisão bancária europeia.
Outros europeus
atingidos pela crise, como Espanha (30º) e Portugal (33º), conseguiram
pontuações melhores. A Alemanha ficou na 13ª colocação, melhorando uma posição em
relação a ano passado. Segundo a TI, para melhorar seu posicionamento, a
Alemanha deve dar mais transparência aos rendimentos de políticos, criando uma
legislação que obrigue parlamentares a revelar rendas provenientes de
atividades paralelas.
MD/rtr/afp/dpa - Revisão:
Francis França
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