quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Cabo Verde: “ESTAMOS NUM PAÍS CORRUPTO”

 

Liberal (cv)
 
Antigo vice-comandante da Policia Nacional arrasa Justiça!
 
Arrebatador, o ex-responsável policial na ilha do Sal, José Manuel de Pina, diz que há gente paga para promover a morosidade na Justiça, levando à prescrição dos processos. E, ao mesmo tempo que se afirma vítima de uma maquinação, acusa o Governo de fazer “orelhas moucas” em relação aos reais problemas do sistema judicial
 
Praia, 13 dezembro 2012 - O antigo vice-comandante da Policia Nacional na ilha do Sal, José Manuel de Pina, pôs ontem de rastos o sistema judicial cabo-verdiano.
 
Em declarações ao programa “Quarta à Noite”, conduzido pelo jornalista Moisés Évora, aquele ex-responsável policial alegou que em 2000 flagrou um colega na posse de droga, e logo denunciou à comunicação social. Mas, para sua surpresa, foi ele próprio alvo de um processo disciplinar.
 
“Estamos num país corrupto, a corrupção campeia dentro do sistema judicial, há magistrados a viver do bom e do melhor à custa de todos nós, e fazem asneiras e mais asneiras e não são responsabilizados”, acusa José Manuel de Pina, disponibilizando-se para colaborar com a Justiça alegando estar na posse de informações comprometedoras… Informações essas que poderão ser úteis à clarificação de certos fenómenos que afetam o sistema judicial.
 
MOROSIDADE DA JUSTIÇA É PROPOSITADA…
 
O antigo vice-comandante na ilha do Sal considera que há situações “extremamente delicadas” dentro do sistema judicial, e que o Governo de José Maria Neves faz “orelhas moucas” em relação aos reais problemas da Justiça.
 
José Manuel de Pina, que se considera vítima de injustiça, denuncia que há mais de 12 anos o seu processo repousa numa gaveta do tribunal, e diz ter provas que algumas peças processuais levaram sumiço. “Há gente pouco séria no sistema judicial, há gente capaz de tudo, há processos que avançam nos tribunais, outros não, e não há explicação. Todo o mundo fala na morosidade da Justiça, mas ninguém fala das suas causas. Há morosidade propositada, há gente paga para promover essa morosidade para que os processos atinjam o estádio de prescrição”, acusa.
 

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