sábado, 15 de dezembro de 2012

Cabo Verde: FA COM MARCA DE PORTUGAL, COMPRA DE NAVIO PATRULHA À CHINA

 


Forças Armadas de Cabo Verde têm "marca" de Portugal, reconhece Governo cabo-verdiano
 
14 de Dezembro de 2012, 14:10
 
Cidade da Praia, 14 dez (Lusa) - A grande maioria dos oficiais das Forças Armadas de Cabo Verde tem "a marca" da cooperação portuguesa, no quadro das relações no setor da Defesa e Segurança, disse hoje à agência Lusa fonte governamental cabo-verdiana.
 
Em declarações à Lusa, o ministro da Defesa cabo-verdiano, Jorge Tolentino, salientou que as relações bilaterais nesse domínio têm "evoluído bastante positivamente", sendo prova disso os dois novos acordos assinados na II Cimeira Portugal/Cabo Verde, a 02 deste mês, permitindo "evoluir", apesar das atuais contingências económico-financeiras.
 
"A cooperação já é antiga e é o setor que eu ousaria considerar como o que saiu largamente ganhador (na cimeira). Avançámos para dois documentos extremamente importantes: o Acordo de Cooperação no Domínio da Defesa, que datava de 2006, e outro, novo, sobre Operações de Busca e Salvamento", sublinhou.
 
Salientando a importância de Portugal nas Forças Armadas cabo-verdianas, Jorge Tolentino destacou que os dois documentos assinados com o seu homólogo português, José Pedro Aguiar Branco, permitiram desbloquear o processo de entrega de um conjunto de seis botes para os Fuzileiros Navais de Cabo Verde.
 
"Iremos receber, já no primeiro trimestre de 2013, dois botes para os Fuzileiros Navais, entendimento que já tínhamos fixado na visita de Aguiar Branco (efetuada a 01 de dezembro de 2011) e que vai começar a concretizar-se. Os restantes quatro serão entregues até ao final de 2013", lembrou.
 
Outro "ponto importante" da cimeira foi o enquadramento da participação das Forças Armadas de Cabo Verde em operações de manutenção de paz juntamente com Portugal, "dado absolutamente novo" na relação bilateral, disse.
 
"Há ainda a cooperação técnico-militar com as Forças Armadas e cujo resultado se poderá ver, por exemplo, no grande número de quadros, oficiais, que são formados em Portugal. As Forças Armadas são claramente devedoras e têm a marca da cooperação de Portugal", reconheceu.
 
Jorge Tolentino lembrou ainda a presença permanente de militares portugueses no Centro de Instrução Militar do Mindelo (ilha de São Vicente) e que há outras áreas a funcionar "normalmente".
 
"Há a saúde militar, a segurança marítima, seja com meios navais e aéreos, seja como pessoal qualificado, seja ainda em matéria de economia da defesa, um setor novo que estamos a desenvolver com Portugal e em que já realizámos duas missões técnicas, uma em Lisboa e outra na Cidade da Praia", afirmou.
 
O montante global para o Programa Quadro de Cooperação 2012/14, de 300 mil euros, ficou definido há um ano, no âmbito da visita oficial que Aguiar Branco efetuou a Cabo Verde.
 
JSD // VM.
 
Cabo Verde vai comprar mais um navio patrulha para fiscalizar águas territoriais
 
14 de Dezembro de 2012, 14:29
 
Cidade da Praia, 14 dez (Lusa) - A China desbloqueou hoje cinco milhões de dólares (3,8 milhões de euros) a Cabo Verde para que o país compre mais um navio patrulha para fiscalizar as águas territoriais, disse hoje à agência Lusa fonte oficial.
 
Segundo o ministro da Defesa cabo-verdiano, Jorge Tolentino, a verba enquadra-se no Acordo Geral de Cooperação bilateral de 1997 e que permite a Cabo Verde, de dois em dois anos, beneficiar de financiamentos para a aquisição de materiais.
 
"Temos relações na área técnico-militar, enquadradas por um acordo geral assinado em 1997. De dois em dois anos, assinamos os acordos de financiamentos, que apontam para a aquisição de materiais à escolha de Cabo Verde", sublinhou.
 
"O montante do acordo de financiamento assinado hoje será canalizado para a aquisição de um navio patrulha para a Guarda Costeira, tendo em mira uma maior capacidade interna de resposta às ameaças que são cada vez mais reais e prementes em termos de controlo marítimo", explicou.
 
Questionado sobre se não é um contrassenso adquirir mais um navio patrulha quando o Governo de Cabo Verde acaba de assinar com uma empresa privada britânica que irá fiscalizar as águas territoriais cabo-verdianas, Jorge Tolentino salientou que a lógica prevalecente é a de garantir que o espaço marítimo seja "o mais seguro possível".
 
"Estamos a funcionar numa lógica de conjugação de diferentes fatores, tendo como objetivo garantir que o espaço marítimo de Cabo Verde seja o mais seguro possível. Não temos a capacidade interna que desejaríamos ter", respondeu, assegurando que Cabo Verde já conta com uma "segurança cooperativa" com seis países atlânticos, entre os quais Portugal.
 
A segurança cooperativa pressupõe, acrescentou, a presença de meios aéreos e navais de Portugal, Brasil, Estados Unidos, Espanha, Itália e Reino Unido em exercícios conjuntos de patrulhamento e segurança da Zona Económica Exclusiva (ZEE) local.
 
"A segurança naval privada é outro pilar no conjunto de preocupações. Entre as ameaças, não podemos esquecer a pirataria, que é real e que tem atingido outras regiões de forma mais intensa. Temos indicações de que a tendência é que avance mais para norte, mais para a nossa região, e temos de tomar as necessárias cautelas", realçou.
 
Jorge Tolentino lembrou, por outro lado, que os países que têm marinha mercante e que passam com frequência pelas águas cabo-verdianas têm "todo o interesse" em que a zona seja "segura".
 
O ministro da Defesa cabo-verdiano disse ainda à Lusa não haver "nenhum caso concreto de pirataria" nas águas cabo-verdianas, mas admitiu, sem pormenorizar, que há "sinais" transmitidos pelos serviços secretos que são, depois, levados em linha de conta.
 
O futuro navio patrulha, cuja data de chegada não foi adiantada, vai juntar-se ao "Guardião", adquirido por Cabo Verde em janeiro deste ano, vai permitir reforçar as operações da Guarda Costeira na ZEE cabo-verdiana, incluindo operações de busca e salvamento, fiscalização, combate ao tráfico ilícito e pesca ilegal.
 
JSD // VM.
 

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