quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ex-PR de Moçambique - África do Sul reabre inquérito à morte de Samora Machel

 


Diário de Notícias - AFP, editado por Ana Meireles
 
A unidade de elite de investigação sul-africana, The Hawks, abriu novas investigações ao acidente de aviação que matou o primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, há 26 anos, anunciou hoje a polícia.
 
"Confirmo que os Hawks estão a investigar as circunstâncias do acidente", disse Paulo Ramaloko, porta-voz da unidade de investigação.
 
A viúva de Samora Machel, Graça, que voltou a casar-se em 1998 com Nelson Mandela, já tinha apelado à reabertura da investigação. "Vocês reabrirão as feridas quando voltarem aos detalhes: como aquele dia (da sua morte) começou, como foram informados (do acidente), porque a página não foi virada", declarou Graça Machel à AFP em 2011.
 
A morte do dirigente marxista Samora Machel, no poder entre 1975 e 1986, suscitou muita polémica pois o acidente ocorreu em plena Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética.
 
A África do Sul do apartheid, ferozmente anti-comunista, mantinha relações tensas com o vizinho Moçambique liderado pelo antigo guerrilheiro marxista Samora Machel.
 
Na noite de 19 de outubro de 1986, o Presidente moçambicano voltava de Lusaka para Maputo quando o Tupolev 134, de fabrico soviético, que o transportava se despenhou na África do Sul, na zona das montanhas Lebombo, perto de Moçambique. Machel perdeu a vida, bem como 30 outros passageiros, incluindo alguns ministros.
 
Uma investigação levada a cabo pelo Governo sul-africano concluiu que o acidente se deveu a um erro do piloto. Mas esta tese de acidente foi posta em causa - alguns alegavam que um falso sinal de rádio induziu em erro o piloto, levando-o a desviar o aparelho e fazendo-o voar suficientemente baixo para embater contra as montanhas.
 

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