Diário de Notícias
- AFP, editado por Ana Meireles
A unidade de elite
de investigação sul-africana, The Hawks, abriu novas investigações ao acidente
de aviação que matou o primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, há 26
anos, anunciou hoje a polícia.
"Confirmo que
os Hawks estão a investigar as circunstâncias do acidente", disse Paulo
Ramaloko, porta-voz da unidade de investigação.
A viúva de Samora
Machel, Graça, que voltou a casar-se em 1998 com Nelson Mandela, já tinha
apelado à reabertura da investigação. "Vocês reabrirão as feridas quando
voltarem aos detalhes: como aquele dia (da sua morte) começou, como foram
informados (do acidente), porque a página não foi virada", declarou Graça
Machel à AFP em 2011.
A morte do
dirigente marxista Samora Machel, no poder entre 1975 e 1986, suscitou muita
polémica pois o acidente ocorreu em plena Guerra Fria
entre os Estados Unidos e a União Soviética.
A África do Sul do
apartheid, ferozmente anti-comunista, mantinha relações tensas com o vizinho
Moçambique liderado pelo antigo guerrilheiro marxista Samora Machel.
Na noite de 19 de
outubro de 1986, o Presidente moçambicano voltava de Lusaka para Maputo quando
o Tupolev 134, de fabrico soviético, que o transportava se despenhou na África
do Sul, na zona das montanhas Lebombo, perto de Moçambique. Machel perdeu a
vida, bem como 30 outros passageiros, incluindo alguns ministros.
Uma investigação
levada a cabo pelo Governo sul-africano concluiu que o acidente se deveu a um
erro do piloto. Mas esta tese de acidente foi posta em causa - alguns alegavam
que um falso sinal de rádio induziu em erro o piloto, levando-o a desviar o
aparelho e fazendo-o voar suficientemente baixo para embater contra as
montanhas.
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