O ministro dos
Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, apontou hoje no Conselho de
Segurança da ONU a Guiné-Bissau como exemplo de uma democracia minada por redes
criminosas internacionais.
PDF – ARA – Lusa
Numa intervenção
num debate sobre operações de manutenção de paz, que marcou a reta final do
mandato de Portugal no Conselho de Segurança, Paulo Portas lembrou o
"papel particularmente perverso que as organizações criminosas
internacionais desempenham", desestabilizando países frágeis.
"Efetivamente
minam governos legítimos, derrubam processos eleitorais democráticos e promovem
ao poder os seus clientes protegidos, por meios violentos, como é o caso na
Guiné-Bissau", disse o ministro português.
"Devido às crescentes
capacidades de organizações criminosas internacionais, é preciso ter particular
cuidado em prevenir que o sucesso no combate ao crime num país não resulte em
transferir a ameaça para os países vizinhos, e, por isso, a abordagem regional
é crucial", adiantou.
O último relatório
do secretário-geral da ONU sobre a Guiné-Bissau dá ainda conta de violações de
direitos humanos, aumento do tráfico de droga e crime organizado.
Indicações
positivas dadas esta semana ao Conselho de Segurança pelo representante local
da ONU foram a retoma dos trabalhos do parlamento guineense e a vontade da
comunidade internacional, nomeadamente das organizações regional (CEDEAO),
lusófona (CPLP), União Africana e ONU, de juntarem esforços para ultrapassar os
problemas, em particular com o envio de uma missão conjunta a breve trecho.
O chefe da
diplomacia português esteve hoje de manhã reunido com o secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, com quem discutiu as situações no Médio Oriente e em países
lusófonos, como Guiné-Bissau e Timor-Leste.
Na sua intervenção
referiu também a "história de sucesso" timorense como motivo de
"particular orgulho" para Portugal.
Portas sublinhou
ainda o "empenho profundo" de Portugal em operações de manutenção de
paz internacionais, sublinhando que, na última década, 23 mil portugueses
estiveram ao serviço da ONU, NATO e União Europeia nalguns cenários de risco.
"Foram
justamente elogiados pelo seu profissionalismo e alcance a populações
locais", afirmou o ministro.
O mandato de dois
anos de Portugal no Conselho de Segurança termina a 31 de dezembro.
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