AYAC – VM - Lusa
Chimoio,
Moçambique, 03 dez (Lusa) - O I Congresso do MDM, que se realiza de
quarta-feira a sábado na Beira, Sofala, centro de Moçambique, deverá
"firmar" a terceira maior força política moçambicana como
"alternativa de governação" no país, disse hoje à Lusa fonte da
organização.
A reunião, que
pretende consagrar Daviz Simango na liderança do partido, vai "radiografar
a saúde política" do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), além de
eleger órgãos centrais, conselho nacional, novas comissões política e de
jurisdição, disse à Lusa o porta-voz do congresso, José Manuel de Sousa.
Segundo a mesma
fonte, a comissão de jurisdição pretende corrigir os erros processuais que
levaram o partido ao impedimento, pelos órgãos eleitorais, de concorrer em sete
dos 11 círculos eleitorais do país.
"O I Congresso
deverá aprovar os estatutos, o hino e programas do partido para o próximo
quinquénio. Olharemos para as várias agendas, que inclui a mulher e jovens, mas
também apresentaremos moções de censura e analisaremos as realizações nas
cidades da Beira e Quelimane (dirigidas pelo MDM)" disse o porta-voz.
Ainda segundo a
fonte, o I Congresso deverá traçar estratégias para os próximos atos
eleitorais, autárquicas de 2013 e gerais (presidenciais e assembleias da
República e provinciais) de 2014, mas não apresentará para já os nomes dos
candidatos (às autarquias) para "não os desgastar".
"Queremos
focar também a ausência em Moçambique de políticas de transporte e da
agricultura, por isso esperamos deste Congresso resultados positivos e a saída
de grandes resoluções para marcar a vida política do país" afirmou José
Manuel de Sousa.
O MDM foi criado em
março de 2009, como resultado da dissidência do atual líder, Daviz Simango, na
Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da oposição, que o
havia afastado como seu candidato a presidente da câmara da Beira, nas eleições
de 2008. Simango concorreu como independente e foi eleito.
Na sua primeira
prova política, o MDM elegeu oito deputados nos quatro círculos eleitorais,
nomeadamente na cidade de Maputo, Inhambane (sul), Sofala (centro) e Niassa
(norte), o que lhe valeu a constituição de uma bancada parlamentar na
Assembleia da República, quebrando a bipolaridade da "magna casa"
dominado pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, e
Renamo. Atualmente, o partido dirige também os municípios da Beira e Quelimane
(centro).
São esperadas no I
Congresso da Beira mais de 700 pessoas, entre delegados e convidados de
partidos políticos nacionais, Frelimo e Renamo, e internacionais como Movimento
para a Mudança Democrática (MDC), do primeiro-ministro do Zimbabué, Morgan
Tsvangirai, e Chadema, principal partido da oposição da Tanzânia, de Wilbrod
Slaa.
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