João Mota:
"Teatro fica muito mais pobre" sem Joaquim Benite
Correio da Manhã –
foto Jorge Paula
Encenador morreu
esta quarta-feira, aos 69 anos
O director do
Teatro Nacional D. Maria II, João Mota, considerou esta quarta-feira que o
teatro "fica muito mais pobre" com a morte do encenador e director da
Companhia de Teatro de Almada, Joaquim Benite.
Joaquim Benite
morreu durante a madrugada desta quarta-feira, aos 69 anos vítima, na sequência
de complicações respiratórias devido a uma pneumonia.
"Além de um
grande profissional, era muito amigo de Joaquim Benite desde o Grupo de
Campolide onde, aos 18 anos, representei a peça "Bão" sobre a
infância", disse João Mota, acrescentando que a melhor homenagem que se
pode prestar aquele encenador é "continuar a obra por que sempre lutou e
com o Festival de Almada que se tornou em evento cultural que extravasou a
fronteira de Portugal".
Para João Mota, o
trabalho de Joaquim Benite foi "uma pedrada no charco" logo quando em
1970 fundou o Grupo de Campolide, um grupo de teatro de cariz totalmente
antifascista e que permitiu levar à cena várias peças que na altura era quase
impensável que subissem ao palco.
Criar um público de
massas, com hábitos de ir ao teatro, encenar peças de dramaturgos clássicos
portugueses ou estrangeiros e mesmo modernos, além de criar um festival de
teatro que fosse além da fronteira de Portugal sempre foram objectivos de
Joaquim Benite, referiu ainda o director do D. Maria II.
"Custa-me
muito ver que o Joaquim morre assim porque ainda tinha muito para dar ao
teatro", sublinhou João Mota, referindo ainda o facto de o encenador estar
a trabalhar na peça "Timão de Atenas", de Shakespeare, uma
co-produção do D. Maria II com estreia prevista para dia 20 no Teatro de Almada
e que em Junho de 2013 subirá ao palco principal do teatro nacional em Lisboa.
João Mota sublinhou
ainda a importância de Joaquim Benite enquanto uma pessoa que "fazia
pontes, deixando para trás questões de importância menor em benefício do
teatro".
Jornalista e
crítico de teatro, Joaquim Benite nasceu em 1943, filho de um empresário de
teatro. Aos 17 anos fundou o Grupo de Campolide, formação amadora que viria a
profissionalizar-se em 1977 no Teatro da Trindade, em Lisboa. Em 1978, o
grupo muda-se para Almada onde assume o nome de Companhia de Teatro de Almada.
O “DESERTO” ESTÁ A
ALASTRAR EM PORTUGAL – apontamento PG
Apesar dos
tecnocratas afirmarem nos seus mirabolantes estudos estatisticos que a esperança de vida
avançou até aos 84 anos eis que a geração dos então mais jovens que lutaram
contra o salazarismo e na guerra colonial se vai rendendo à senhora negra da
foiçe e da morte, e logo agora. Agora, na época em que nem chegam aos 70 anos.
Agora, em que mandam emigrar a juventude de qualidade em conhecimentos
adquiridos em universidades pagas por todos a fim de assegurar o futuro moderno
do conhecimento e da sapiência. Agora, nas horas amargas em que assistimos à
destruição de Portugal por parte de um pseudo presidente da República - República que ele está a destruir - que só não
podemos classificar de palhaço por que ofenderiamos os que enobrecem a arte de
alegrar crianças e a qualquer de nós. Agora, que estamos sob as botas cardadas
de um governo constituido por moçoilos e ressabiados prostitutos saídos de uma qualquer
juventude partidária onde apreenderam a chama da vingança e as técnicas de
matar e vender um país que avançava independente para o milénio. Agora, estamos
todos nós, Joaquim, a ser os idos e na calha da viagem que hoje iniciaste. Agora,
esperemos notícias tuas e a carta de chamada, porque decerto isso aí já nem será pior que em Portugal, onde já nem se
nasce, nem se vive. Só se morre. Eis o deserto que alastra em Portugal, fruto
de um conjunto de parasitas e traidores que ocupam os poderes no Pálácio de Belém
e em São Bento ,
à moda do antigamente de que eles têm tantas saudades. Até amanhã Benite. Adeus Portugal. (Redação PG)
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