quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Morreu Joaquim Benite: NUM POBRE PAÍS O “TEATRO FICA MUITO MAIS POBRE”

 


João Mota: "Teatro fica muito mais pobre" sem Joaquim Benite
 
Correio da Manhã – foto Jorge Paula
 
Encenador morreu esta quarta-feira, aos 69 anos
 
O director do Teatro Nacional D. Maria II, João Mota, considerou esta quarta-feira que o teatro "fica muito mais pobre" com a morte do encenador e director da Companhia de Teatro de Almada, Joaquim Benite.
 
Joaquim Benite morreu durante a madrugada desta quarta-feira, aos 69 anos vítima, na sequência de complicações respiratórias devido a uma pneumonia.
 
"Além de um grande profissional, era muito amigo de Joaquim Benite desde o Grupo de Campolide onde, aos 18 anos, representei a peça "Bão" sobre a infância", disse João Mota, acrescentando que a melhor homenagem que se pode prestar aquele encenador é "continuar a obra por que sempre lutou e com o Festival de Almada que se tornou em evento cultural que extravasou a fronteira de Portugal".
 
Para João Mota, o trabalho de Joaquim Benite foi "uma pedrada no charco" logo quando em 1970 fundou o Grupo de Campolide, um grupo de teatro de cariz totalmente antifascista e que permitiu levar à cena várias peças que na altura era quase impensável que subissem ao palco.
 
Criar um público de massas, com hábitos de ir ao teatro, encenar peças de dramaturgos clássicos portugueses ou estrangeiros e mesmo modernos, além de criar um festival de teatro que fosse além da fronteira de Portugal sempre foram objectivos de Joaquim Benite, referiu ainda o director do D. Maria II.
 
"Custa-me muito ver que o Joaquim morre assim porque ainda tinha muito para dar ao teatro", sublinhou João Mota, referindo ainda o facto de o encenador estar a trabalhar na peça "Timão de Atenas", de Shakespeare, uma co-produção do D. Maria II com estreia prevista para dia 20 no Teatro de Almada e que em Junho de 2013 subirá ao palco principal do teatro nacional em Lisboa.
 
João Mota sublinhou ainda a importância de Joaquim Benite enquanto uma pessoa que "fazia pontes, deixando para trás questões de importância menor em benefício do teatro".
 
Jornalista e crítico de teatro, Joaquim Benite nasceu em 1943, filho de um empresário de teatro. Aos 17 anos fundou o Grupo de Campolide, formação amadora que viria a profissionalizar-se em 1977 no Teatro da Trindade, em Lisboa. Em 1978, o grupo muda-se para Almada onde assume o nome de Companhia de Teatro de Almada.
 
O “DESERTO” ESTÁ A ALASTRAR EM PORTUGAL – apontamento PG
 
Apesar dos tecnocratas afirmarem nos seus mirabolantes estudos estatisticos que a esperança de vida avançou até aos 84 anos eis que a geração dos então mais jovens que lutaram contra o salazarismo e na guerra colonial se vai rendendo à senhora negra da foiçe e da morte, e logo agora. Agora, na época em que nem chegam aos 70 anos. Agora, em que mandam emigrar a juventude de qualidade em conhecimentos adquiridos em universidades pagas por todos a fim de assegurar o futuro moderno do conhecimento e da sapiência. Agora, nas horas amargas em que assistimos à destruição de Portugal por parte de um pseudo presidente da República - República que ele está a destruir -  que só não podemos classificar de palhaço por que ofenderiamos os que enobrecem a arte de alegrar crianças e a qualquer de nós. Agora, que estamos sob as botas cardadas de um governo constituido por moçoilos e ressabiados prostitutos saídos de uma qualquer juventude partidária onde apreenderam a chama da vingança e as técnicas de matar e vender um país que avançava independente para o milénio. Agora, estamos todos nós, Joaquim, a ser os idos e na calha da viagem que hoje iniciaste. Agora, esperemos notícias tuas e a carta de chamada, porque decerto isso aí já nem será pior que em Portugal, onde já nem se nasce, nem se vive. Só se morre. Eis o deserto que alastra em Portugal, fruto de um conjunto de parasitas e traidores que ocupam os poderes no Pálácio de Belém e em São Bento, à moda do antigamente de que eles têm tantas saudades. Até amanhã Benite. Adeus Portugal. (Redação PG)
 

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