sábado, 8 de dezembro de 2012

Oito em cada dez residentes na Cidade da Praia foram vítimas de criminalidade - estudo

 

JSD – VM - Lusa
 
Cidade da Praia, 08 nov (Lusa) - Oito em cada 10 residentes na Cidade da Praia foram vítimas da criminalidade, revela um estudo da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e a Cidadania (CNDHC), citado hoje pela Inforpress.
 
No relatório, apresentado por José Semedo, da Afrosondagem, é reportado o estado da criminalidade na capital de Cabo Verde ao longo de 2011, sendo destacada a perceção da população relativamente ao aumento do total de incidentes criminais e a respetiva influência no comportamento e na rotina das pessoas.
 
"Um dos focos do estudo indica que oito em cada 10 residentes na capital do país mudaram a sua rotina em função do fenómeno criminalidade", explicou.
 
"Em termos de tipologia, os bairros de classe média e média alta, na parte sul da cidade, é maior o crime contra o património, enquanto nos bairros da zona norte, com um crescimento desordenado, há um enorme défice de infraestruturas e de capital social e relacional dos indivíduos. Aqui, a maior parte dos crimes tem a ver com a violência interpessoal", sublinhou.
 
Os dados indicam que, nos últimos cinco anos, o pico da criminalidade na Cidade da Praia ocorreu em 2008. Em, 2011, há uma incidência elevada do crime, mas é menor se comparada com 2008, acrescentou.
 
José Semedo adiantou que, numa sociedade pequena, "onde todo mundo se conhece", deveria haver "maior preocupação" das autoridades quando a população diz que a criminalidade continua a aumentar.
 
"No caso da Cidade da Praia, o que aconteceu em 2011 é que houve uma maior incidência dos crimes mais mediáticos, Mas, se analisarmos os crimes de menor dimensão, que constituem a maior parte, diminuíram comparativamente aos anos anteriores", acrescentou.
 
"O relatório indica também que em 2011 houve um número maior de denúncias de agressão policial e isso tem-nos preocupado, pois não há uma inspeção rigorosa no interior da própria polícia, o que achamos ser importante e necessário", frisou.
 
O documento da CNDHC, elaborado por entidades governamentais, partidos políticos, sindicatos, jornalistas e outras organizações da sociedade civil, critica também o facto de existir em Cabo Verde um serviço de inspeção policial que atualmente não funciona por falta de inspetores.
 

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