JSD – VM - Lusa
Cidade da Praia, 08
nov (Lusa) - Oito em cada 10 residentes na Cidade da Praia foram vítimas da
criminalidade, revela um estudo da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e
a Cidadania (CNDHC), citado hoje pela Inforpress.
No relatório,
apresentado por José Semedo, da Afrosondagem, é reportado o estado da
criminalidade na capital de Cabo Verde ao longo de 2011, sendo destacada a
perceção da população relativamente ao aumento do total de incidentes criminais
e a respetiva influência no comportamento e na rotina das pessoas.
"Um dos focos
do estudo indica que oito em cada 10 residentes na capital do país mudaram a
sua rotina em função do fenómeno criminalidade", explicou.
"Em termos de
tipologia, os bairros de classe média e média alta, na parte sul da cidade, é
maior o crime contra o património, enquanto nos bairros da zona norte, com um
crescimento desordenado, há um enorme défice de infraestruturas e de capital
social e relacional dos indivíduos. Aqui, a maior parte dos crimes tem a ver
com a violência interpessoal", sublinhou.
Os dados indicam
que, nos últimos cinco anos, o pico da criminalidade na Cidade da Praia ocorreu
em 2008. Em, 2011, há uma incidência elevada do crime, mas é menor se comparada
com 2008, acrescentou.
José Semedo
adiantou que, numa sociedade pequena, "onde todo mundo se conhece",
deveria haver "maior preocupação" das autoridades quando a população
diz que a criminalidade continua a aumentar.
"No caso da
Cidade da Praia, o que aconteceu em 2011 é que houve uma maior incidência dos
crimes mais mediáticos, Mas, se analisarmos os crimes de menor dimensão, que
constituem a maior parte, diminuíram comparativamente aos anos
anteriores", acrescentou.
"O relatório
indica também que em 2011 houve um número maior de denúncias de agressão
policial e isso tem-nos preocupado, pois não há uma inspeção rigorosa no
interior da própria polícia, o que achamos ser importante e necessário",
frisou.
O documento da
CNDHC, elaborado por entidades governamentais, partidos políticos, sindicatos,
jornalistas e outras organizações da sociedade civil, critica também o facto de
existir em Cabo Verde
um serviço de inspeção policial que atualmente não funciona por falta de
inspetores.
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