Jornal de Negócios –
Lusa
O deputado do
Partido Socialista (PS) eleito pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, considerou
hoje que o Governo devia dar aos portugueses "uma orientação clara"
para não emigrarem para o Luxemburgo, onde há "muitos portugueses a passar
muito mal".
Em declarações à
agência Lusa depois de uma visita ao país, e de alguns contactos com a
comunidade portuguesa e com autoridades locais, Paulo Pisco defendeu que era
"importante" que "da parte do Governo português houvesse uma
orientação clara para que não houvesse emigração para o Luxemburgo".
De acordo com o
deputado, esse é também "o desejo das autoridades luxemburguesas",
uma vez que o país "já não consegue ter capacidade para gerir o afluxo de
portugueses".
"Há muitos
portugueses que chegam aqui e estão a passar muito mal", acrescentou,
lembrando que os emigrantes portugueses no Luxemburgo estão a ser muito
afectados pelo desemprego.
Paulo Pisco
considera que as declarações do secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas, José Cesário, -- que, no sábado, alertou quem pretende emigrar
para este país para a necessidade de, antes de avançar, vir com "opções de
vida e soluções de trabalho muito consolidadas" -- "continua a fazer
um apelo à emigração".
José Cesário
salientou ainda, no mesmo dia, que "mais ou menos 1/3 da população
desempregada no Luxemburgo é portuguesa".
Na perspectiva do
deputado socialista, "este discurso acaba por funcionar como um apelo à
emigração". Para Paulo Pisco, "não pode haver, mesmo com cautelas,
apelos à emigração. É absolutamente inaceitável".
O socialista
considerou também que "é preciso um esforço colectivo -- da parte do
Governo, das autoridades diplomáticas e consulares, da coordenação do ensino,
dos sindicatos e da parte das famílias portuguesas que estão no Luxemburgo --
para que o que está previsto em diversos acordos entre Portugal e o Luxemburgo
relacionados com a integração do português no ensino oficial luxemburguês possa
ter expressão".
"Até agora, só
há ensino integrado até ao 6.º ano, e de forma relativamente limitada. Seria
muito importante que o ensino do português pudesse ir para além do 6.º ano,
pela importância da língua portuguesa, e pela importância da comunidade
portuguesa no Luxemburgo", concluiu.
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