Maria Lopes – Público, foto em Lusa
Ex-director de
Informação da RTP diz ter sido alvo de um caso de “saneamento político
travestido de uma decisão de gestão” no caso das imagens da carga policial.
Nuno Santos está a
ser ouvido, esta quarta-feira, na Comissão de Ética e na sua declaração inicial
realçou que este seu “saneamento político” ocorre num momento muito delicado da
vida da RTP, quando se discute a privatização de parte da empresa, como ainda
esta terça-feira o consultor do Governo António Borges defendeu.
“O que temos em
cima da mesa é um golpe de mão”, apontou o ex-director, que depois acrescentou:
“A partir de um certo momento tornou-se evidente que eu era uma pessoa non grata
para o Governo. Porque deixava fazer informação contra o Governo? Não, apenas
uma informação correcta e isenta.”
Nuno Santos deu
vários exemplos de assuntos abordados “que causaram grande incómodo – o que é
normal”, entre os quais se contam o caso do acompanhamento da licenciatura do
ministro Miguel Relvas, que provocou “grande incómodo no Governo”. “Fizemos o
que devíamos ter feito: tratámos com isenção.”
O ex-director
garantiu não ter dado, “em nenhum momento, autorização nem expressa nem velada
para o visionamento ou cópia das imagens”, contrariando as conclusões do
inquérito interno que diz que foi Nuno Santos quem autorizou.
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