quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Angola: CONSTRUIU CASA SOBRE PAIOL, MAIS 3 POÇOS NO "OFFSHORE", JUSTIÇA TRADICIONAL




Angolano ergueu casa em cima de paiol esquecido da guerra civil

31 de Janeiro de 2013, 15:57

Luena, Angola, 31 jan (Lusa) - Um angolano descobriu que a casa que construiu se erguia sobre um paiol esquecido da guerra civil em Angola quando a polícia procedeu à desativação de dezenas de minas, noticiou hoje a agência Angop.

No total foram desativadas 51 minas de 82 milímetros, sete de 60 milímetros e uma munição para morteiro RPG-7.

O arsenal estava enterrado no quintal da casa, no bairro Sangondo, nos arredores de Luena, capital provincial do Moxico, leste de Angola.

Segundo a Angop, o dono da casa, Jesus Cachicambe, foi ilibado da posse de armas por ter sido dado como provado que ele desconhecia a existência do arsenal.

Localizado a oeste da cidade do Luena, o bairro Sangondo era considerado zona militar, de difícil acesso, durante a guerra civil angolana, por integrar um perímetro usado para manobras militares.

A ação policial enquadrou-se na campanha em curso de recolha de armas na posse de civis.

EL // PJA

Sonangol anunciou início produção de petróleo em três poços no "offshore" angolano

31 de Janeiro de 2013, 12:10

Luanda, 31 jan (Lusa) - A petrolífera angolana Sonangol anunciou hoje o início da produção petrolífera em três poços do Bloco 31 do "offshore" angolano, em que prevê atingir a produção diária de 70 mil barris.

Em comunicado, a empresa refere que o Bloco 31, situado em águas ultra-profundas, é operado conjuntamente pela Sonangol Pesquisa e Produção (20 por cento) e pela britânica BP (26,37%), e os direitos de exploração estão atribuídos a um consórcio que integra a Sonangol (25%), a norueguesa Statoil (13,33%), a norte-americana Marathon (10%) e a empresa sino-angolana China Sonangol (5%).

A extração de petróleo começou a ser feita em três poços do campo Plutão, que faz parte do Projeto PSVM (Plutão, Saturno, Vénus e Marte).

Autoridade tradicional é a mais procurada fora das cidades em Angola para se pedir justiça - relatório

31 de Janeiro de 2013, 14:42

Luanda, 31 jan (Lusa) - Em Angola, fora dos centros urbanos, a autoridade tradicional é a entidade mais procurada por quem precisa que se faça justiça, segundo um relatório promovido por uma organização não-governamental, hoje divulgado em Luanda.

O relatório, intitulado "Acesso à Justiça fora dos Grandes Centros Urbanos - Angola 2012", foi elaborado pelo Mosaiko - Instituto para a Cidadania, ligado à Igreja Católica, e parte da ideia de Aristóteles de que a Justiça é, acima de tudo, dar a cada um o que lhe é devido.

O objetivo do estudo foi conhecer melhor a situação do direito de acesso à Justiça para os cidadãos que residem fora dos grandes centros urbanos e avaliar se a ação dos grupos locais de direitos humanos é estatisticamente relevante em toda a área dos municípios onde estes existem comparativamente a outros onde tais grupos não existem.

Com este estudo, os autores quiseram ainda garantir proporcionar informação adicional aos responsáveis pelo sistema judicial, aos decisores políticos e sociedade civil, de molde a melhorar o acesso à Justiça em Angola, sobretudo fora dos grandes centros urbanos.

Os participantes no estudo foram selecionados em sete municípios - Matala, província da Huíla, Caimbambo (Benguela), Cubal Kibala, Amboim (Cuanza Sul), Cuito (Bie) e Cazengo (Cuanza Norte).

O documento conclui que os órgãos oficiais de administração da Justiça não são um recurso acessível à grande maioria dos cidadãos, sobretudo para os que vivem fora dos grandes centros urbanos, sendo o recurso ao soba ou sekulu (autoridade tradicional) o mais frequente nas zonas rurais.

"A polícia é a segunda entidade mais citada como recurso pela maioria dos cidadãos. Assimilada frequentemente como instituição do sistema judiciário, acaba por ser a autoridade mais próxima da população após o soba ou sekulu e representa um primeiro passo no caminho que poderá conduzir ao Tribunal", lê-se no documento.

Sendo os sobas ou sekulos as instâncias de administração da justiça mais solicitados nas zonas rurais, o estudo recomenda que, para que esta função seja exercida segundo a Lei, os ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos e da Administração do Território, em colaboração com diversos atores sociais, desenvolvam programas sistemáticos de capacitação jurídica básica dos sobas.

A proximidade ao soba ou sekulu são a razão mais invocada para se recorrer a essas autoridades tradicionais, enquanto a rapidez na resolução do problema a mais invocada para o caso da polícia e dos tribunais, seguindo-se a família, padres ou pastores como as instituições consideradas mais confiáveis.

Os elevados custos processuais para os cidadãos que vivem longe das sedes onde não há órgãos de justiça e que, mesmo com um atestado de pobreza, enfrentam dificuldades na contratação de um advogado, são fatores que dificultam o acesso à justiça.

"Os mecanismos de assistência judiciária funcionam mal e, em face da ausência de advogados, unicamente para cumprir o formalismo da lei que assegura a defesa ao réu, é comum ver o juiz nomear como defensores oficiosos pessoas sem qualquer preparação para a função, nem qualquer conhecimento do caso para que são nomeados", refere o relatório.

Nesse sentido, recomenda-se a criação de um instituto de Defesa Pública, junto de cada Tribunal, com advogados ou defensores oficiosos competentes, pagos pelo Estado, para que o direito de defesa seja efetivo e não apenas formal.

Em Angola, só 16% dos municípios têm Tribunal municipal e apenas 24% têm Procuradoria Municipal. A Provedoria de Justiça existe apenas em três sedes provinciais (que não integraram a amostra deste estudo).

NME // MLL.

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