… e da confiança
económica
JSD - Lusa
Cidade da Praia, 21
jan (Lusa) - O líder da oposição de Cabo Verde acusou hoje o Governo de
promover a alta dos preços, aumentar a inflação, diminuir o poder de compra,
baixar o índice do clima de confiança económico e violar a Constituição.
As acusações de
Carlos Veiga, presidente do Movimento para a Democracia (MpD) foram feitas hoje
numa conferência de imprensa na sede nacional do partido, na Cidade da Praia,
em que criticou também o executivo de José Maria Neves de criar unilateralmente
a Taxa Estatística Aduaneira e de desvalorizar a crise militar no Mali.
Carlos Veiga disse
que o Governo, ao anunciar uma taxa de inflação anual de 2,5, 3 ou 4 por cento,
não toma em conta os indicadores de forma isolada, evitando que se perceba a
dimensão real do agravamento dos preços nos últimos sete anos.
Segundo o líder do
MpD, coitando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano,
nos últimos sete anos, a inflação sofreu um agravamento do nível médio dos
preços de 31 por cento, o que significa, disser, que, em média, aumentaram
quase 5 por cento ao ano.
Como exemplo, só
nos últimos três anos - acrescentou - a alimentação aumentou 14 por cento e as
rendas, água e eletricidade subiram 15,5 por cento.
Continuando a citar
o INE, Carlos Veiga referiu que os dados do último trimestre de 2012 relevam a
deterioração do clima económico e de confiança dos operadores, numa altura que
coincide com o período de maior crescimento do investimento público em Cabo
Verde.
O antigo
primeiro-ministro cabo-verdiano (1991/2000), lembrou as descidas para os valores
mais baixos dos indicadores da indústria transformadora (38 trimestres
consecutivos), transportes (33) e do comércio em estabelecimento (29),
indicando que os da construção, apesar de evoluir favoravelmente, mantém-se
negativo há 25.
Carlos Veiga denunciou
também a criação unilateral do Governo da Taxa Estatística Aduaneira, que vem
aumentar a burocracia e o despacho de mercadorias e no aumento dos preços dos
produtos importados.
Na situação de
conflito militar no Mali, Veiga lembrou as palavras recentes de José Maria
Neves, que afirmou que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEA=) deve preocupar-se mais com os aspetos económicos e de integração da
sub-região e deixar para a União Africana (UA) a resolução dos conflitos em
África.
"A quase
totalidade dos países da CEDEAO faz fronteira com o Mali. Dizer que a questão
da guerra ao terrorismo no Mali não deve ser tratada pela CEDEAO é, no mínimo,
estranha. Não estar presente ao nível exigido (na cimeira da organização, Cabo
Verde esteve representado pelo embaixador no Senegal) é grave e
preocupante", afirmou.
Sem comentários:
Enviar um comentário