MB – JMR - Lusa
Bissau, 20 jan
(Lusa) - Um documentário e um livro sobre a vida e obra de Amílcar Cabral foram
lançados hoje na Guiné-Bissau para assinalar o 40.º aniversário da morte do
fundador da nacionalidade da Guiné e Cabo Verde.
O documentário é da
autoria do jornalista guineense, Waldir Araújo, da RDP-África, e retrata o
trabalho feito pela fotojornalista italiana Bruna Polimeni, com imagens de
Amílcar Cabral antes da sua morte.
O livro, o primeiro
sobre Amílcar Cabral escrito por um guineense, é do historiador Julião Soares
de Sousa, radicado em Portugal.
Os dois documentos
foram apresentados num hotel de Bissau numa sala cheia de ex-combatentes,
familiares de Amílcar Cabral e dirigentes partidários, numa iniciativa do
Instituto Benten, do administrador do Banco Mundial para 24 países de África, o
guineense Paulo Gomes.
Para Paulo Gomes,
falar de Amílcar Cabral "é mais que uma homenagem" ao homem, ao
político e ao visionário da Guiné-Bissau e de África, é também projetar o país
para o futuro.
"Não
conseguimos ainda valorizar o que Amílcar Cabral teorizou para esta Guiné, mas
todo o seu ensinamento continua válido. Amílcar Cabral é um reservatório enorme
de ideias e de soluções para o país", afirmou Paulo Gomes.
"Amílcar
Cabral é um tema presente porque é o fundador da nossa nacionalidade,
construtor das bases onde assentamos neste momento, bases a partir das quais
devemos projetar o nosso futuro", acrescentou ainda o fundador e
presidente do Instituto Benten.
Sobre a primeira
iniciativa organizada pela instituição, Paulo Gomes diz ter sido um êxito por
ter juntado personalidades de várias esferas para analisarem em conjunto a
figura do "pai" da independência da Guiné e Cabo Verde.
Paulo Gomes
enalteceu também a presença do cineasta guineense Flora Gomes na cerimonia, um
dos pontos altos do 40 aniversario da morte de Amílcar Cabral, prometendo que o
Instituto Benten irá ajuda-lo, ainda este ano, a concretizar o projeto de um
filme sobre a vida e obra do fundador das nacionalidades guineense e
cabo-verdiana.
Flora Gomes
conheceu Amílcar Cabral em vida e, conta, foi o líder histórico que lhe mandou
estudar cinema em Cuba ainda nos anos 60.
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