Governo moçambicano
apela à solidariedade com vítimas das cheias
25 de Janeiro de
2013, 07:51
Chimoio, Moçambique
25 jan (Lusa) O primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, lançou hoje um
apelo à "solidariedade interna" com as vítimas das cheias no centro e
sul do país, para "atenuar o sofrimento" pelas perdas em consequência
das chuvas que castigam as regiões.
"Neste momento
precisamos de angariação de solidariedade. Não temos muitos recursos para
sermos solidários, mas se não o fizermos, hoje não seremos úteis para quem mais
precisa, sobretudo a população de Chókwè (sul)", frisou Alberto Vaquina em
Chimoio, capital provincial de Manica, no centro de Moçambique, durante uma
visita no âmbito da emergência.
As regiões centro e
sul são até agora as mais afetadas pelas chuvas, estando o município de Chókwè
(Gaza, sul) submerso desde quarta-feira devido às descargas de barragens na
África do Sul, que fizeram transbordar os caudais dos rios Incomati e Limpopo.
Vaquina foi forçado
a alterar o seu roteiro de visita às províncias ao longo do vale do Zambeze,
para se deslocar hoje a Gaza e se inteirar dos danos.
"Os membros do
executivo são chamados a orientar a campanha solidária, a responder aos apelos
através da capacidade interna e depois canalizar as ajudas para os que mais
necessitam agora", precisou Alberto Vaquina.
A província de
Manica registou cinco mortes e 12.729 pessoas foram afetadas pelas enxurradas
durante as últimas duas semanas. Também 2.517 casas de construção precária
desabaram parcial e totalmente, além de 22 casas de culto.
"No distrito
de Guro 160 cabeças de gado bovino e caprino foram arrastadas pela corrente das
águas em vários rios periódicos. Ainda neste momento de emergência 1.045
famílias foram afetadas por pragas e várias machambas (quintas) estão em risco",
disse Ana Comoana, governadora de Manica.
Pelo menos 40
pessoas morreram em Moçambique devido às fortes chuvas que assolam Moçambique
desde outubro, afetando mais de 80 mil pessoas em todo o país, segundo indicam
dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades INGC.
Entretanto, o
Presidente moçambicano, Armando Guebuza, cancelou a sua participação na XX
Cimeira da União Africana, que decorre no domingo e segunda-feira em Adis
Abeba, para acompanhar as operações de apoio às vítimas das enxurradas.
AYAC // HB
Famílias
portuguesas afetadas por cheias em Moçambique estão bem -- cônsul
25 de Janeiro de
2013, 07:57
Maputo, 25 jan
(Lusa) - As cerca de 25 famílias portuguesas residentes na cidade moçambicana
de Chókwé, no sul de Moçambique, evacuada devido ao transbordo do rio Limpopo,
encontram-se bem e em segurança, disse à Lusa o cônsul geral de Portugal em
Maputo.
A cidade foi
evacuada na quarta-feira, tendo milhares de pessoas de Chókwè sido acomodadas
num centro de apoio em Chiahquelane, a 30 quilómetros daquela cidade, local
selecionado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) para
acolher as vítimas da enchente do Limpopo.
"Os
portugueses estão bem e em segurança. Não há vítimas, nem ninguém ferido, e
estamos a acompanhar a situação", disse à Lusa Gonçalo Teles Gomes,
cônsul-geral em Maputo.
O consulado
português está a desaconselhar "viagens desnecessárias" à zona de
Chókwè e também a Xai Xai, capital provincial de Gaza, para onde se preveem
fortes enxurradas a partir de sábado.
LAS // MLL.
Cidade de Xai Xai,
no sul de Moçambique, sob alto risco de inundação
25 de Janeiro de
2013, 08:44
Maputo, 25 jan
(Lusa) - Xai-Xai, capital da província de Gaza, no sul de Moçambique, deverá
ser fortemente afetada pelo transbordo do rio Limpopo, estando já em curso a
evacuação de pessoas e bens das zonas de maior risco.
Previsões das
autoridades moçambicanas apontam para que, no sábado, o rio ameace as zonas
ribeirinhas da cidade, dado o seu maior caudal, em resultado de descargas de
barragens da África do Sul e de Moçambique.
Foi montado um
centro de acolhimento para vítimas e mobilizados três barcos.
"A estacão de
Combomune mantém-se acima do alerta, mas tende a baixar, enquanto Sicacate
tende a subir e, às 07:00 da manhã de hoje, registava 10.67 metros, o que
representa 5.67 metros acima do nível de alerta", disse Rute Nhamucho, da
Direção Nacional de Águas (DNA).
Segundo Nhamucho,
os níveis da bacia do Limpopo, junto à fronteira com a África do Sul,
estabilizaram, com tendência a baixar.
LAS // VM.
Cheias em
Moçambique obrigam família portuguesa a refugiar-se em zona alta
25 de Janeiro de
2013, 09:11
Maputo, 25 jan
(Lusa) - As cheias que estão a afetar o distrito de Chokwé, sul de Moçambique,
obrigaram um agricultor português e a sua família a refugiarem-se numa zona
alta da região, só tendo conseguido levar consigo bens alimentares e algum
vestuário.
José Luís Poeira
abandonou a localidade de Chilembene na quarta-feira, algumas horas antes do
início das cheias que estão a afetar milhares de pessoas na província de Gaza,
para se refugiar na localidade de Hókwè, onde as autoridades moçambicanas
montaram um dos três centros de acolhimento para vítimas existentes na região.
Em declarações,
hoje, por telefone, à agência Lusa, o agricultor português afirmou estar
"tudo bem" com a sua família, apesar das perdas materiais que o
transbordo do rio Limpopo possa ter provocado.
"As estradas
continuam cortadas, mas já sabemos que as nossas plantações ficaram
destruídas", disse Poeira.
De acordo com
Gonçalo Teles, cônsul-geral em Maputo, as 25 famílias portuguesas que vivem no
distrito de Chókwè estão "em segurança", não se tendo registado entre
a comunidade "vítimas ou feridos".
"Estão alguns
portugueses na nossa situação. Cada um refugiou-se onde pôde", disse
Poeira, afirmando que, devido às cheias, não tem conseguido manter contacto com
a restante comunidade portuguesa.
O consulado
português está a desaconselhar "viagens desnecessárias" à zona de
Chókwè e também a Xai Xai, capital provincial de Gaza, para onde se preveem
fortes enxurradas a partir de sábado.
ENYP // MLL.
Principal partido
da oposição moçambicana acusa Governo de "hibernação" face às cheias
25 de Janeiro de
2013, 09:41
Maputo, 25 jan
(Lusa) - A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da
oposição em Moçambique, acusou hoje o Governo moçambicano de estar a
"hibernar" perante o sofrimento provocado pelas calamidades naturais
e de falta de estratégia para resolver a situação.
Mais de 40 pessoas
morreram vítimas das cheias que assolam o sul e centro de Moçambique, que
deixaram submersa a cidade de Chókwé, no sul, obrigando milhares de habitantes
a fugirem para centros de acolhimento criados pelo Governo.
A capital da
província de Gaza, Xai-Xai, sul, está também em risco iminente de ficar
submersa, devido à enchente do caudal do Rio Limpopo, o mesmo que inundou
Chókwé.
Em conferência de
imprensa sobre a situação das calamidades naturais, o porta-voz da Renamo,
Fernando Mazanga, responsabilizou o Governo por uma alegada atitude
contemplativa perante as intempéries.
"O Governo, ao
longo deste tempo todo, fica a assistir a mortes, destruições e sofrimento,
para, de seguida, decretar alertas laranjas, vermelhos, por aí fora, e, quando
tudo passa, volta a hibernar", disse.
Para o principal
partido da oposição, as autoridades moçambicanas não têm uma estratégia para
evitar que o país seja anualmente palco de mortes e destruição devido às
cheias.
"É
incompreensível que o Governo haja de forma reativa e não preventiva, através
de estudos direcionados a mudanças que conduzam a um estágio diferente do
atual", enfatizou Fernando Mazanga.
Segundo a Renamo, o
facto de o Presidente da República e chefe do Governo, Armando Guebuza, ter
oferecido no passado domingo um banquete a mais de mil pessoas, no seu 70.º
aniversário, quando já havia mortes e destruição por calamidade naturais, é uma
prova de que o Governo está alheio ao sofrimento da população.
"Foi chocante
assistir àquela demonstração de opulência na casa do Estado", realçou
Fernando Mazanga, aludindo à transmissão em direto de mais de cinco horas pelo
canal público TVM da festa de anos do chefe de Estado.
PMA // VM.
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