terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Moçambique: CÓLERA ÀS PORTAS, HORTAS INUNDADAS, CAOS URBANO AGRAVA CALAMIDADES




Reforçada segurança sanitária de Moçambique devido a eclosão de cólera na Zâmbia

29 de Janeiro de 2013, 12:48

Tete, Moçambique, 29 jan (Lusa) - Os serviços de saúde de Tete, no centro de Moçambique, reforçaram a segurança sanitária nas fronteiras devido à eclosão da cólera na vizinha Zâmbia, disse hoje à Lusa fonte oficial.

Como medida de prevenção, foram colocados tapetes embebidos de hipocloreto nos postos de entrada e nas unidades sanitárias fronteiriças dos distritos de Zumbu, Maravia, Mágoè e Chifunde, além da cloração de poços tradicionais em várias comunidades.

"Os sapatos podem estar a transportar o vibrião colérico, por isso nas entradas colocámos tapetes embebidos de hipocloreto e também se lavam as mãos com uma solução para evitar que as pessoas (vindas da Zâmbia) entrem no país com a doença", disse à Lusa Alpenor Brojane, responsável pela planificação na Direção Provincial de Saúde de Tete.

Paralelamente, disse, tendo em conta a época chuvosa, propensa à eclosão da doença, os responsáveis da saúde estão a desenvolver campanhas de sensibilização, porta a porta, para observação de medidas de higiene individual e coletiva e o tratamento da água, de forma tradicional ou convencional, antes do consumo.

"As mensagens-chave são: evitar fecalismo a céu aberto, uso correto de latrinas e desinfetar com cinza, além de ferver e conservar a água para o consumo", disse Alpenor Brojane, que garantiu estar em curso a distribuição de cloro em pó para purificação da água retirada de poços e rios e em condições impróprias para consumo.

Contudo, a eclosão de casos de diarreia na região não alarma os serviços de saúde, que consideram a situação sob "controlo", devido à tendência de redução dos casos, após "endurecidas medidas de prevenção" nos bairros com maiores focos.

Estatísticas da saúde indicam que este mês 2.068 pacientes deram entrada nas urgências dos hospitais com diarreias, contra 2.419 doentes registados no período homólogo de 2012.

Não se registaram vítimas mortais no corrente mês.

No ano passado, 18 pessoas morreram de diarreias nos hospitais de Tete, que registaram um cumulativo de 72.479 casos.

Em 2011, 64.610 pessoas foram afetadas, o que causou 12 casos fatais.

AYAC // MLL.

Pelo menos 100 mil famílias com hortas inundadas no centro de Moçambique

29 de Janeiro de 2013, 12:50

Tete, Moçambique, 29 jan (Lusa) - Pelo menos 100 mil famílias em Tete, centro de Moçambique, ficaram com as suas machambas (hortas) submersas devido ao aumento das descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), disse hoje à Lusa fonte oficial.

Fernando Curipa, delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Tete, disse que várias machambas ficaram inundadas devido à subida dos caudais dos rios e ao aumento das descargas da HCB, que passaram dos 2.300 para 4.700 metros cúbicos por segundo.

"O número de afetados varia a cada momento da atualização, mas 100 mil famílias camponesas ficaram com machambas inundadas nas zonas ribeirinhas ate agora", disse Curipa, que descreveu a situação como "ligeiramente calma".

"A situação pode piorar em fevereiro, o momento de pico das chuvas nesta região", afirmou o delegado provincial do INGC, acrescentando que o nível do caudal do rio Zambeze continua a subir no distrito de Mutarara, atualmente com 5.30 metros, 20 centímetros abaixo do nível de alerta.

Os distritos de Mutarara, Cahora-Bassa, Màgoé e Zumbo são, até agora, os mais afetados, a maioria dos quais com trânsito condicionado devido à precariedade das vias, cortadas pelas chuvas, mas o responsável do INGC assegurou não existirem, até agora, "pessoas sitiadas".

Para fazer chegar apoio alimentar às vítimas e permitir a circulação da população, disse, estão a ser usadas vias alternativas que incluem o distrito de Caia (Sofala, centro) e o vizinho Malaui, além de via fluvial.

As chuvas que fustigam a região centro desde dezembro já provocaram a morte de 12 pessoas na província de Tete, devido a afogamentos, raios e ataque de crocodilos.

A época das chuvas, que começou em outubro, já matou 68 pessoas, sobretudo no sul, e desalojou cerca de 150 mil pessoas.

AYAC // PJA

Caos urbano em Moçambique agrava efeito das calamidades naturais - dirigente da Frelimo

29 de Janeiro de 2013, 13:48

Matola, 29 jan (Lusa) - O efeito das cheias nas cidades moçambicanas é agravado pela ocupação descontrolada dos solos urbanos, acusou Teodato Hunguana, membro do Comité Central da Frente Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

Dados oficiais indicam que 68 pessoas morreram durante a época chuvosa que começou em outubro e que afeta mais de 150 mil pessoas.

Em conferência de imprensa, após uma visita a bairros afetados pelas cheias na cidade da Matola, sul de Moçambique, Teodato Hunguana acusou as autoridades municipais de darem "apoio tácito" à ocupação desordenada de terrenos urbanos em áreas de risco.

"Na Matola, estamos a criar condições que vão agravar as calamidades naturais. Isto é urbanização descontrolada", afirmou Teodato Hunguana, denunciando a construção de infraestruturas em valas de drenagem num município gerido pela Frelimo.

Teodato Hunguana, que é presidente da empresa de telecomunicações estatal Mcel, apontou a construção de armazéns entre a construtora italiana CMC e o terminal de carga de desembaraço aduaneiro da Matola como exemplo de caos na construção de infraestruturas nas cidades moçambicanas.

PMA // MLL.

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