Ana Sá Lopes –
Jornal i
O barómetro
i/Pitagórica revela que a maioria pensa que o governo não tem mandato para a
reforma, mas rejeita eleições
Quase 50% dos
inquiridos da sondagem i/Pitagórica consideram que o governo não tem mandato
para levar avante a reforma do Estado. Mais de 70% defendem que, para que o governo
possa avançar com a reforma, os portugueses têm de ser obrigatoriamente consultados.
Mas a ideia de novas eleições é posta de parte – os resultados do barómetro
indicam que 67,1% dos inquiridos defendem que a consulta aos eleitores deve ser
feita através de referendo.
Contra os mais de
49% que consideram que Passos não tem mandato para fazer o corte dos 4 mil
milhões, 36,6% dos inquiridos defendem a total legitimidade do governo para o
fazer. A percentagem dos que não têm opinião está na ordem dos 14%. No entanto,
é interessante analisar a discrepância entre os 36,6% que acham que o executivo
tem mandato e os escassos 21,5% que recusam a possibilidade de consulta aos
portugueses – uma acção considerada necessária por 73,9% dos inquiridos.
Os resultados do
barómetro i/Pitagórica mostram a falta de interesse popular por novas eleições,
mesmo na perspectiva do corte de 4 mil milhões que vai afectar funções
essenciais do Estado. A maioria dos inquiridos não apoia os apelos do PCP e do
Bloco de Esquerda – a que nos últimos tempos timidamente se juntou o PS, embora
nunca de forma clara – para nova ida às urnas. Só 29,1% defendem que para fazer
os cortes exigidos pela troika será necessário marcar novas eleições
legislativas.
António José Seguro
chegou a ameaçar apresentar uma moção de censura na altura da crise da taxa
social única, mas – tal como o governo – recuou. E de facto 49,7% dos
inquiridos consideram que, apesar das sucessivas discordâncias em relação ao
governo, o PS fez bem em não ter apresentado ainda uma moção de censura. No
entanto, também é elevada, embora menor, a percentagem dos inquiridos que
pensam o contrário: 40,5% acham que o distanciamento do PS em relação ao
governo, oficializado em Setembro e no voto contra o Orçamento do Estado, já devia
ter levado o PS a avançar com uma moção de censura.
A má imagem do
Presidente da República persiste entre os inquiridos do barómetro i/Pitagórica.
Quando interrogados sobre se Cavaco Silva está a ser fiel ao seu compromisso de
fazer cumprir a Constituição, 59,4% afirmam que não, enquanto 33,3% defendem
que o Presidente está a ser fiel ao juramento feito na sua tomada de posse.
Veja os gráficos em
Anexo
FICHA TÉCNICA:
Estudo de opinião
realizada pela Pitagórica – Investigação e Estudos de Mercado SA, para o Jornal
i , entre 22 e 25 de Janeiro de 2013. Foram realizadas entrevistas telefónicas-
CATI por entrevistadores seleccionados e supervisionados, com o objectivo de
conhecer a opinião sobre questões políticas e socais da actualidade nacional.
O universo é
constituído por indivíduos de ambos os sexos, com 18 ou mais anos de idade e
recenseados em Portugal com telefone fixo ou móvel.
Foram validadas 511
entrevistas correspondendo a 77,9% das tentativas realizadas. Foi utilizada uma
amostragem por quotas de sexo, idade e distrito: (homens- 234; mulheres – 270;
18-34 anos: 147; 35-54 anos: 187 e 55 ou mais anos:170; Norte: 177; Centro 119;
Lisboa: 126; Alentejo: 36; Algarve: 20 e Ilhas: 26).
A geração dos
números móveis a contactar foi aleatória e a dos números fixos seleccionada
aleatoriamente por distrito nas listas telefónicas. Em ambos os casos o
entrevistado foi seleccionado de acordo com as quotas estipuladas
No caso da intenção
de voto os indecisos foram distribuídos de forma proporcional
O erro máximo da
amostra é de 4,45%, para um grau de probabilidade de 95,5%. Um exemplar deste
estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação
Social
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