sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Angola: “ERA O VINHO… MEU AMOR”, DANÇA CONTRA A VIOLÊNCIA SOBRE AS MULHERES




Vinhos portugueses procuram reforçar presença no mercado angolano

15 de Fevereiro de 2013, 09:22

Luanda, 15 fev (Lusa) - Os vinhos portugueses estão a tentar obter um espaço dominante no mercado angolano através de várias empresas, uma das quais, a Lusovini, que aposta na exclusividade de 14 produtores e na formação, disse à Lusa o seu presidente.

Casimiro Gomes está satisfeito com os resultados já alcançados em Angola, onde a Lusovini se instalou em 2010 e faturou 2,5 milhões de dólares (1,8 milhões de euros) em 2012 e em que a meta para este ano é crescer 30 por cento.

"A empresa foi criada em Portugal em 2009 e a primeira internacionalização foi em Angola, porque já cá tínhamos tido um projeto também vinícola, e conhecíamos as pessoas. Seguiu-se o Brasil e, em 2012, Moçambique", disse.

Representando 14 produtores em exclusivo, uma novidade em Portugal, afirmou, a Lusovini aposta em Angola nas classes alta e média-alta.

A receita assenta na logística: "Em 24 horas entregamos qualquer encomenda, e em 48 horas em qualquer ponto de Angola", assegurou, salientando os contentores refrigerados que a empresa utiliza.

"Representamos produtores, de dimensão relativamente pequena que, juntos, fazem uma unidade muito interessante, com a vantagem de já serem produtores afirmados, com provas dadas. O que lhes faltava era capacidade de internacionalização, dimensão", considerou.

Casimiro Gomes adiantou que os 14 produtores representados, nos vinhos verdes, do Porto, Douro, Dão, Bairrada, Ribatejo e Alentejo, permitem à Lusovini ter um portefólio que cobre todos os tipos de mercado.

"Só não entramos nos vinhos base, nos vinhos correntes", acentuou.

A presença em vários mercados externos permite fazer uma autêntica economia de escala, como seja proceder ao lançamento simultaneamente em Lisboa, Luanda, Maputo e São Paulo.

Outra diferença que a Lusovini quer vincar é a transmissão de conhecimentos, para o que organizou na passada semana em Luanda uma ação de formação dirigida por Luís Lopes, diretor da Revista de Vinhos, a responsáveis de compras da distribuição e quadros ligados à restauração.

"Esta ação inseriu-se no programa europeu Organização Comum de Mercado (OCM), destinado a promover vinhos de países da União Europeia em mercados extracomunitários. Angola tem-se revelado nos últimos anos um dos mercados mais ativos do mundo na procura e no consumo de vinhos de alta qualidade", salientou Casimiro Gomes.

Com 25 colaboradores no país, a Lusovini considera que Angola é agora o mercado a apostar no médio e longo prazo, a que se deve dar a "máxima atenção".

"Não é desprezível. Deve-se dar a máxima atenção. Já foram os Estados Unidos, já foi a Inglaterra. Agora é Angola porque, se passou a ser o maior mercado de valor, é porque o mercado está a evoluir na qualidade. Está pagar melhor a qualidade", concluiu.

EL // PJA

Poucas dezenas de pessoas corresponderam em Luanda ao apelo contra a violência sobre mulheres

14 de Fevereiro de 2013, 19:18

Luanda, 14 fev (Lusa) - Poucas dezenas de pessoas corresponderam em Luanda ao apelo para se manifestarem contra a violência sobre as mulheres, uma iniciativa que hoje teve lugar em várias cidades no mundo.

No caso de Angola, o desafio para que pela primeira vez Luanda se juntasse à campanha global "One Billion Rising", que há 15 anos denuncia a violência sobre as mulheres, foi lançado por um grupo de jovens da sociedade civil, liderado por Ana Santos.

A porta-voz do grupo justificou a iniciativa com a necessidade de alertar as instituições governamentais e a sociedade angolana para a violência sobre as mulheres.

"Acho que tem havido uma certa passividade em agir contra esses casos (de violência sobre as mulheres)", considerou Ana Santos, que destacou o facto do evento ocorrer dias depois de um vídeo ter ajudado a denunciar publicamente um caso de agressão violenta, em Luanda, contra duas mulheres acusadas de terem tentado roubar bens de consumo para vender.

"No caso das duas senhoras, é apenas um dos casos de que temos conhecimento. Por causa do vídeo. Mas não há conhecimento de outros casos que não se vêem. E não se ouvem as mulheres, principalmente se não denunciam", vincou.

Ana Santos defende que se trata de uma questão "grave" e diz recear que às mulheres angolanas caiba unicamente o papel de fazerem parte de algum tipo de estatística de violência de género.

O evento de Luanda foi ainda marcado pela leitura do monólogo escrito por Eve Ensler, a mentora da iniciativa "VDay", que se realiza em várias cidades do mundo, sempre no dia 14 de fevereiro, celebrado como "Dia dos Namorados", em que esta norte-americana considera que "uma em cada três mulheres no mundo será vítima de violação ou de agressão ao longo da sua vida".

EL // APN.

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