Vinhos portugueses
procuram reforçar presença no mercado angolano
15 de Fevereiro de
2013, 09:22
Luanda, 15 fev
(Lusa) - Os vinhos portugueses estão a tentar obter um espaço dominante no
mercado angolano através de várias empresas, uma das quais, a Lusovini, que
aposta na exclusividade de 14 produtores e na formação, disse à Lusa o seu
presidente.
Casimiro Gomes está
satisfeito com os resultados já alcançados em Angola, onde a Lusovini se
instalou em 2010 e faturou 2,5 milhões de dólares (1,8 milhões de euros) em
2012 e em que a meta para este ano é crescer 30 por cento.
"A empresa foi
criada em Portugal em 2009 e a primeira internacionalização foi em Angola,
porque já cá tínhamos tido um projeto também vinícola, e conhecíamos as
pessoas. Seguiu-se o Brasil e, em 2012, Moçambique", disse.
Representando 14
produtores em exclusivo, uma novidade em Portugal, afirmou, a Lusovini aposta
em Angola nas classes alta e média-alta.
A receita assenta
na logística: "Em 24 horas entregamos qualquer encomenda, e em 48 horas em
qualquer ponto de Angola", assegurou, salientando os contentores
refrigerados que a empresa utiliza.
"Representamos
produtores, de dimensão relativamente pequena que, juntos, fazem uma unidade
muito interessante, com a vantagem de já serem produtores afirmados, com provas
dadas. O que lhes faltava era capacidade de internacionalização,
dimensão", considerou.
Casimiro Gomes
adiantou que os 14 produtores representados, nos vinhos verdes, do Porto,
Douro, Dão, Bairrada, Ribatejo e Alentejo, permitem à Lusovini ter um
portefólio que cobre todos os tipos de mercado.
"Só não
entramos nos vinhos base, nos vinhos correntes", acentuou.
A presença em
vários mercados externos permite fazer uma autêntica economia de escala, como
seja proceder ao lançamento simultaneamente em Lisboa, Luanda, Maputo e São
Paulo.
Outra diferença que
a Lusovini quer vincar é a transmissão de conhecimentos, para o que organizou
na passada semana em Luanda uma ação de formação dirigida por Luís Lopes,
diretor da Revista de Vinhos, a responsáveis de compras da distribuição e
quadros ligados à restauração.
"Esta ação
inseriu-se no programa europeu Organização Comum de Mercado (OCM), destinado a
promover vinhos de países da União Europeia em mercados extracomunitários.
Angola tem-se revelado nos últimos anos um dos mercados mais ativos do mundo na
procura e no consumo de vinhos de alta qualidade", salientou Casimiro
Gomes.
Com 25
colaboradores no país, a Lusovini considera que Angola é agora o mercado a
apostar no médio e longo prazo, a que se deve dar a "máxima atenção".
"Não é
desprezível. Deve-se dar a máxima atenção. Já foram os Estados Unidos, já foi a
Inglaterra. Agora é Angola porque, se passou a ser o maior mercado de valor, é
porque o mercado está a evoluir na qualidade. Está pagar melhor a
qualidade", concluiu.
EL // PJA
Poucas dezenas de
pessoas corresponderam em Luanda ao apelo contra a violência sobre mulheres
14 de Fevereiro de
2013, 19:18
Luanda, 14 fev
(Lusa) - Poucas dezenas de pessoas corresponderam em Luanda ao apelo para se
manifestarem contra a violência sobre as mulheres, uma iniciativa que hoje teve
lugar em várias cidades no mundo.
No caso de Angola,
o desafio para que pela primeira vez Luanda se juntasse à campanha global
"One Billion Rising", que há 15 anos denuncia a violência sobre as
mulheres, foi lançado por um grupo de jovens da sociedade civil, liderado por
Ana Santos.
A porta-voz do
grupo justificou a iniciativa com a necessidade de alertar as instituições
governamentais e a sociedade angolana para a violência sobre as mulheres.
"Acho que tem
havido uma certa passividade em agir contra esses casos (de violência sobre as
mulheres)", considerou Ana Santos, que destacou o facto do evento ocorrer
dias depois de um vídeo ter ajudado a denunciar publicamente um caso de
agressão violenta, em Luanda, contra duas mulheres acusadas de terem tentado
roubar bens de consumo para vender.
"No caso das
duas senhoras, é apenas um dos casos de que temos conhecimento. Por causa do
vídeo. Mas não há conhecimento de outros casos que não se vêem. E não se ouvem
as mulheres, principalmente se não denunciam", vincou.
Ana Santos defende
que se trata de uma questão "grave" e diz recear que às mulheres
angolanas caiba unicamente o papel de fazerem parte de algum tipo de
estatística de violência de género.
O evento de Luanda
foi ainda marcado pela leitura do monólogo escrito por Eve Ensler, a mentora da
iniciativa "VDay", que se realiza em várias cidades do mundo, sempre
no dia 14 de fevereiro, celebrado como "Dia dos Namorados", em que
esta norte-americana considera que "uma em cada três mulheres no mundo
será vítima de violação ou de agressão ao longo da sua vida".
EL // APN.
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