Angola reduziu a
taxa de fome e subnutrição em 57,1 porcento durante o período de 1990 a 2012 -
disse nesta quarta-feira à noite, em Roma, o ministro da Agricultura, Afonso
Pedro Canga.
Ao discursar na 36ª sessão do Conselho de Governadores do Fundo Internacional
para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que decorre de 13 a 14 de Fevereiro na
capital italiana, Roma, o governante angolano informou que “actualmente a taxa
de subnutrição é de 27 porcento, quando em 1991 era de 62 porcento”.
Segundo Afonso Canga, o sucesso de Angola na ingente tarefa de combate à fome e
à pobreza, deve-se fundamentalmente à paz alcançada em 2002 e à estratégia do
Executivo angolano.
O Governo angolano, referiu o governante, envida esforços para que o sector não
petrolífero cresça de forma mais acentuada, para uma maior diversificação da
economia e um desenvolvimento sustentado, com reflexos positivos na qualidade
de vida das populações, em particular as do meio rural.
A produção alimentar, com destaque a dos agricultores familiares e dos
pescadores artesanais, tem conhecido crescimento, o que tem contribuído para o
aumento de rendimentos dos produtores rurais - referiu.
Do mesmo modo, continuou, crescem os investimentos públicos e privados no
sector agrícola e das pescas e na indústria agro-alimentar. “Fortalecem-se as
Instituições e melhora a governação e incentiva-se o sector camponês,
responsável pela maior parte da produção alimentar e do emprego nas áreas rurais”.
Explicou, por outro lado, que o Governo angolano concentrou a sua atenção
inicial na recuperação e criação de infra-estruturas e está agora a canalizar
mais recursos e esforços para os sectores produtivos e as questões sociais,
face às dificuldades que ainda enfrenta uma parte da nossa população.
Na sua óptica, o FIDA pode e deve jogar um papel relevante em Angola, através
do financiamento de um maior número de projectos, pela transmissão das
experiências positivas de outros países, na capacitação e no apoio à promoção
da cooperação sul-sul.
No que respeita à 9ª Reconstituição de Fundos, Afonso Canga considera que
Angola, ao anunciar e regularizar a sua contribuição de 1,9 milhões de dólares,
pensa ter cumprido com a sua responsabilidade de país receptor e ao mesmo tempo
solidário com outros países.
“Angola confirma-se como o maior contribuinte da “lista C1”, e sentimo-nos
satisfeitos por poder ajudar o funcionamento da nossa organização, que tem como
mandato apoiar as comunidades rurais e lutar contra a fome e pobreza” -
concluiu.
A presente sessão, que decorre sob o lema “O Poder das Parcerias: Forjar
Alianças para a Agricultura Familiar Sustentável”, reconfirmou o nigeriano
Kanayo Nwanze, no cargo de Presidente do FIDA, para mais um mandato de quatro
anos.
Durante os trabalhos os participantes do Conselho de Governadores do FIDA
analisaram, entre outros assuntos, as conclusões do Comité de Emolumentos e o
Programa e Orçamento para 2013.
A delegação angolana neste evento, composta pelo Representante Permanente junto
do FIDA, o Embaixador Florêncio de Almeida e assessores, foi encabeçada pelo
titular da Agricultura, Afonso Pedro Canga.
O FIDA é uma agência das Nações Unidas criada em Novembro de 1977, na altura
para fazer frente à fome no Sahel. O seu principal objectivo é conceder
financiamento directo e mobilizar recursos adicionais para programas
especificamente destinados a promover o avanço económico dos pobres rurais,
principalmente através do melhoramento da produtividade agrícola.
Fonte: Angop
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