Introdução PG
Na atualidade, António
José Seguro usou a antiga fórmula de Passos numa questão dirigida a José Sócrates
quando ainda era PM – o que é que Sócrates estava a fazer no governo? Justifica-se,
mas a resposta que não foi dada é do conhecimento geral. Só que a
pergunta é demasiado condensada (fulanizada) e somente dirigida a Passos quando
deve ser igualmente dirigida a Portas e a Cavaco Silva, bastante dirigida a
Cavaco Silva. O que é que eles estão a fazer nos cargos para que foram eleitos
com base em mentiras ou em convenientes inações atuais? Pergunta aplicável aos
três da vida airada: Passos, Portas e Cavaco. O que é que estão a fazer ali?
Resposta: Estão a
defender interesses próprios, do seu "status", interesses dos seus correligionários do
liberalismo radical que são as suas convicções – que não confessaram para serem
eleitos. A defender os interesses dos banqueiros amigos e dos executores de
cambalachos tipo BPN que se permitiram retribuir a Cavaco – por exemplo - lucros
cujos “prejuízos em títulos” para Oliveira Costa estão por explicar. Tudo fruto
da democracia e justiça balofa a que Portugal chegou. Dominada por corrupções,
conluios e nepotismos, como se vislumbra e se diz à boca cheia. Porém a
impunidade impera, só por isso e para isso é que eles estão ali. Com bom grado
se aceitariam as suas demissões, porque ali há muito tempo que estão a mais. Fora
com eles! (AV-PG)
“O que é que o sr.
está a fazer aí?”, pergunta Seguro a Passos
Líder do PS
questiona o primeiro-ministro se ainda acha que quem impõe sacrifícios e não
cumpre os seus objectivos deve ser “responsabilizado civil e criminalmente
pelos seus actos”.
A pergunta gelou o
plenário. “O que é que o sr. está a fazer aí?”, perguntou António José Seguro
ao primeiro-ministro durante o debate quinzenal que está a decorrer na manhã
desta sexta-feira no Parlamento, alegando que o Executivo falhou nas previsões
do desemprego e da dívida.
“O que está a
fazer à frente do Governo perante uma nova quebra das exportações, perante um
novo aumento da taxa do desemprego, com regiões com 20%?”, insistiu o líder
socialista. E perante este cenário, “o que é que os portugueses ouvem do
primeiro-ministro?”, voltou a questionar Seguro, para responder logo a seguir
“ouvem que os números estão em linha de conta com as previsões do Governo”.
“E o porta-voz do
Governo respondeu ontem que estes assuntos não foram alvo de discussão na reunião
do Conselho de Ministros”, acrescentou ainda o líder socialista para mostrar a
“insensibilidade” do executivo com a realidade. “Sr. primeiro-ministro o que
está a fazer à frente do Governo? Os portugueses querem que lhes diga as
soluções que tem para os problemas.”
Mas o dedo em riste
de Seguro não ficou por aqui, classificando o primeiro-ministro como a “maior
tragédia que o país enfrenta” afirmando que “a política de Passos é que agravou
os problemas do desemprego”. Mais: o primeiro-ministro recusa admitir que
falhou nos objectivos traçados e isso é sinal, para Seguro, da sua
“impreparação e incompetência” e da “profunda inconsciência da realidade social
e política” do país.
Uma acusação que
Seguro usou para chegar a um outro ponto. “Não se pode permitir que os
responsáveis pelos maus resultados andem sempre de espinha direita como se não
fosse nada com eles. Quem impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre,
merece ou não ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus actos?”
Passos agarrou nas
cábulas para lançar a Seguro as derrapagens das previsões socialistas de 2009:
de um défice de 2,2% e uma dívida de 64% na proposta de orçamento do Estado,
acabou corrigida, em Setembro desse ano para 9,3% de défice e 83% de dívida.
“Parece-lhe que
isto é um governo que acerte muito?”, questionou Passos Coelho, considerando
Seguro “um ilustre herdeiro tão crítico”.
O líder socialista
não se ficou e respondeu que “o país precisa de um primeiro-ministro que
responda aos problemas dos portugueses; não precisa de um primeiro-ministro que
faça oposição ao passado”.
Ao contrário do
debate anterior, há duas semanas, em que a bancada socialista esteve boa parte
do tempo com poucos deputados, hoje o PS mostra-se bem mais unido. Há aplausos
nas intervenções de Seguro, e várias vozes de deputados se elevam com apartes
críticos e de protesto quando Passos Coelho fala. Pedro Silva Pereira é um dos
mais activos, gritando ao primeiro-ministro “falhou, falhou” e “incompetência”.
O líder socialista
avisou que na reunião que terá com a troika, no âmbito da sétima
avaliação, a partir de dia 25, vai dizer à troika que “chega”,
que “o país precisa de renegociar uma nova consolidação das suas políticas para
colocar o crescimento e o emprego no topo das suas prioridades”.
Foi o suficiente
para Passos Coelho mudar de inquirido para inquiridor, pedindo a Seguro que
explique o que significa para o PS essa “nova estratégia de consolidação” – se
é “gastar mais”, ou “negociar um défice superior para poder gastar mais”, ou
“aliviar os impostos” ou, no geral, “é não respeitar aquilo que foi acordado”.
Seguro voltou a
tocar no assunto dos 4000 milhões de euros, realçando que esse corte não está
no memorando. “Não esconda nada: onde é que são esses cortes?”, perguntou,
adiantando depois que o PS vai propor um debate sobre “estratégias de
consolidação orçamental” e convidou o primeiro-ministro a participar.
Ao que Passos
retorquiu: “O seu interesse pelos cortes é inversamente proporcional à sua
vontade de responder sobre o que é a sua nova estratégia de consolidação."
*Título PG
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