Correio do Brasil,
com agências internacionais - de Malabo
Presente à 3ª
Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul-África (ASA),
a presidentaDilma Rousseff destacou, nesta sexta-feira, os laços de
amizade e a força decisiva da integração econômica para o crescimento da
América do Sul e da África. Dilma
viajou a Malabo, na Guiné Equatorial. Segundo ela, o século XXI será
um período de destaque para os países sul-americanos e africanos.
Para a presidenta,
será possível “reduzir a distância” entre os sul-americanos e africanos e os
países em desenvolvimento. Dilma lembrou que o momento atual é diferente do
passado que ligou a África às Américas por meio da escravidão.
– Viva a União de
Nações Sul-Americanas (Unasul), a América do Sul e a África! – exclamou.
Dilma teve sua
agenda fechada, ao longo do dia, com almoço, reuniões e encerramento do
encontro. Integram a comitiva da presidenta os ministros Antonio Patriota (Relações
Exteriores), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social) e Fernando
Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
A Cúpula América do
Sul-África (ASA) representa a consolidação de compromissos baseados na
integração sul-americana e no aprofundamento das relações com o Continente
Africano. A união entre os países das duas regiões totaliza um território de 48
mil quilômetros quadrados, uma diversidade de recursos naturais e
biodiversidade, além de uma população de 1,4 bilhão de pessoas.
As economias das
regiões somam um Produto Interno Bruto (PIB) de mais de US$ 6 trilhões. O
intercâmbio comercial entre as duas regiões aumentou no período de 2002 a 2011.
Pelos dados do governo brasileiros, o comércio entre o Brasil e a África passou
de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 26,5 bilhões, em 2012.
Também está em
discussão a campanha para a ampliação do Conselho de Segurança da Organização
das Nações Unidas (ONU), que atualmente tem 15 integrantes. Não há membros
africanos ou sul-americanos entre os que detêm o status de membro permanente no
órgão. Durante a cúpula, o governo brasileiro aproveita para fazer campanha em
favor do embaixador Roberto de Azevêdo, que disputa o cargo de diretor-geral da
Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na véspera, o
ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, lembrou que os países da
América do Sul e África têm como “desafios comuns” a erradicação da pobreza, a
garantia da segurança pública, a promoção da competitividade econômica e a
distribuição mais equitativa da renda proveniente de recursos naturais. O
ministro lembrou a história que une a América do Sul e a África:
– A verdade é que a
África civilizou boa parte da América do Sul, o que faz deste um encontro entre
irmãos. No passado, o Atlântico Sul foi marcado por séculos de violações
sistemáticas dos direitos humanos em que milhões de africanos migraram para o
nosso continente como escravos.
Em seguida,
Patriota ressaltou que: “Hoje, em contraste, com aquele passado atentatório à
dignidade humana, trabalhamos juntos para a construção, em nossas regiões, de
sociedades que conjuguem paz, desenvolvimento sustentável e justiça social, em
benefício de uma ordem internacional mais democrática”.
Apelo de Chávez
Em uma mensagem aos
presidentes africanos e sul-americanos, presentes no encontro, o presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, lançou um apelo para fortalecer a união Sul-Sul e se
criar um desenvolvimento sustentável. No discurso, lido pelo ministro
venezuelano das Relações Exteriores, Elías Jaua, Chávez convoca a África, a
América Latina e o Caribe a manterem um laço de trabalho que leve a estratégias
de desenvolvimento sustentável e condenou as ações do que ele chamou de
neocolonialismo, que teria como objetivo evitar as uniões africanas e sul-sul.
Na mensagem lida
por Jaua, Chávez diz que “a cooperação Sul-Sul deve ser um autêntico e
permanente vínculo de trabalho conjunto. Somo o mesmo povo”.
“Em nossos
continentes onde se encontram os recursos naturais, políticos e históricos
suficientes requeridos para salvar o planeta do caos para o qual tem sido
conduzido”, escreveu Chávez.
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