sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Dilma apoia integração da América do Sul e África para o desenvolvimento regional




Correio do Brasil, com agências internacionais - de Malabo

Presente à 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul-África (ASA), a presidentaDilma Rousseff destacou, nesta sexta-feira, os laços de amizade e a força decisiva da integração econômica para o crescimento da América do Sul e da África. Dilma viajou a Malabo, na Guiné Equatorial. Segundo ela, o século XXI será um período de destaque para os países sul-americanos e africanos.

Para a presidenta, será possível “reduzir a distância” entre os sul-americanos e africanos e os países em desenvolvimento. Dilma lembrou que o momento atual é diferente do passado que ligou a África às Américas por meio da escravidão.

– Viva a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a América do Sul e a África! – exclamou.

Dilma teve sua agenda fechada, ao longo do dia, com almoço, reuniões e encerramento do encontro. Integram a comitiva da presidenta os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

A Cúpula América do Sul-África (ASA) representa a consolidação de compromissos baseados na integração sul-americana e no aprofundamento das relações com o Continente Africano. A união entre os países das duas regiões totaliza um território de 48 mil quilômetros quadrados, uma diversidade de recursos naturais e biodiversidade, além de uma população de 1,4 bilhão de pessoas.

As economias das regiões somam um Produto Interno Bruto (PIB) de mais de US$ 6 trilhões. O intercâmbio comercial entre as duas regiões aumentou no período de 2002 a 2011. Pelos dados do governo brasileiros, o comércio entre o Brasil e a África passou de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 26,5 bilhões, em 2012.

Também está em discussão a campanha para a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que atualmente tem 15 integrantes. Não há membros africanos ou sul-americanos entre os que detêm o status de membro permanente no órgão. Durante a cúpula, o governo brasileiro aproveita para fazer campanha em favor do embaixador Roberto de Azevêdo, que disputa o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Na véspera, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, lembrou que os países da América do Sul e África têm como “desafios comuns” a erradicação da pobreza, a garantia da segurança pública, a promoção da competitividade econômica e a distribuição mais equitativa da renda proveniente de recursos naturais. O ministro lembrou a história que une a América do Sul e a África:

– A verdade é que a África civilizou boa parte da América do Sul, o que faz deste um encontro entre irmãos. No passado, o Atlântico Sul foi marcado por séculos de violações sistemáticas dos direitos humanos em que milhões de africanos migraram para o nosso continente como escravos.

Em seguida, Patriota ressaltou que: “Hoje, em contraste, com aquele passado atentatório à dignidade humana, trabalhamos juntos para a construção, em nossas regiões, de sociedades que conjuguem paz, desenvolvimento sustentável e justiça social, em benefício de uma ordem internacional mais democrática”.

Apelo de Chávez

Em uma mensagem aos presidentes africanos e sul-americanos, presentes no encontro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lançou um apelo para fortalecer a união Sul-Sul e se criar um desenvolvimento sustentável. No discurso, lido pelo ministro venezuelano das Relações Exteriores, Elías Jaua, Chávez convoca a África, a América Latina e o Caribe a manterem um laço de trabalho que leve a estratégias de desenvolvimento sustentável e condenou as ações do que ele chamou de neocolonialismo, que teria como objetivo evitar as uniões africanas e sul-sul.

Na mensagem lida por Jaua, Chávez diz que “a cooperação Sul-Sul deve ser um autêntico e permanente vínculo de trabalho conjunto. Somo o mesmo povo”.

“Em nossos continentes onde se encontram os recursos naturais, políticos e históricos suficientes requeridos para salvar o planeta do caos para o qual tem sido conduzido”, escreveu Chávez.

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