MB – VM - Lusa
Bissau, 28 fev
(Lusa) - O presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Ibraima Sory Djaló, acusou
hoje o Governo de transição de inoperância e apontou as greves dos
trabalhadores da função pública e a falta de energia, de água e de salários
como exemplos.
Falando para cerca
de uma centena de alunos das escolas públicas que se manifestaram hoje em
frente do Parlamento, Sory Djaló pediu calma aos alunos, dizendo-lhes que está
solidário com a sua luta.
"Estamos
solidários com os alunos e os professores da Guiné-Bissau, porque a única
herança que podemos deixar para os jovens de hoje é a formação, não são carros,
casas ou quintas. Lamentavelmente neste momento estamos muito tristes e
preocupados porque não há aulas", afirmou o presidente do Parlamento
guineense.
As escolas públicas
da Guiné-Bissau estão encerradas há uma semana devido à greve dos professores.
A paralisação, convocada para 30 dias, é em sinal de protesto pelo
incumprimento do Governo dos acordos celebrados com os docentes em relação ao
pagamento de salários em atraso e efetivação de professores novos no sistema.
O presidente do
Parlamento apelou aos alunos para que tenham calma, mas acusou o Governo de não
estar a dar resposta às necessidades da população.
"Não há aulas,
não há água (canalizada), não há energia elétrica (da rede publica), não há
nada, senão problemas e mais problemas", frisou Sory Djaló, lembrando aos
alunos a polémica que opõe o Parlamento ao Governo de transição.
"Este Governo
não quer se sujeitar ao controlo constitucional do Parlamento. O Governo quer
passar sem prestar contas a ninguém, mas que saiba, que fique a saber que isso
não irá acontecer. Não vamos desarmar", avisou o presidente do Parlamento
guineense.
Sory Djaló disse
ainda que não se pode permitir um país sem escolas para os jovens.
"Que o Governo
pague aos professores. Diz que não comeu o dinheiro (do Estado), então onde é
que o dinheiro do Tesouro Publico está?", questionou Djaló, perguntando
ainda por que motivo até hoje não foi pago o salário do mês de fevereiro.
"Quero
pedir-vos calma para vermos o que aí vem, porque este Governo não está a
governar nada, porque não tem condições de governar ninguém, sobretudo aqueles
ministros que lá estão, oriundos de pequenos partidos", enfatizou o
presidente do Parlamento, merecendo palmas dos alunos.
Sory Djaló, que
recebeu um manifesto de protesto dos jovens, disse que vai analisar o documento
na plenária do Parlamento e de seguida fará com que chegue ao seu destinatário.
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